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Comitiva conhece projetos que revolucionaram a gestão de enchentes nos Países Baixos

Visitas técnicas em Veessen-Wapenveld e Nijmegen demonstraram soluções para áreas rural e urbana

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Comitiva visitou o canal de águas altas de Veessen-Wapenveld
Comitiva visitou o canal de águas altas de Veessen-Wapenveld - Foto: Mauricio Tonetto/Secom

O governador Eduardo Leite e a comitiva gaúcha nos Países Baixos dedicaram o sábado (22/2) a conhecer dois dos principais projetos do programa Room for the River, que transformou a forma como o país lida com enchentes. As visitas técnicas em Veessen-Wapenveld e Nijmegen demonstraram diferentes abordagens: uma solução para área rural e outra para zona urbana. "Os neerlandeses mudaram sua mentalidade ao longo do tempo. Em vez de lutar contra o rio, apenas construindo diques cada vez mais altos, eles aprenderam a dar espaço para a água. São soluções que combinam engenharia com respeito à natureza", destacou Leite.

Pela manhã, a comitiva visitou o canal de águas altas de Veessen-Wapenveld, estrutura com oito quilômetros de extensão que funciona como área de escape para as águas do rio IJssel durante períodos de cheia. O projeto, concluído em 2017, é capaz de reduzir em até 71 centímetros o nível da água na região.

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Em Veessen-Wapenveld, estrutura tem 8 quilômetros de extensão e funciona como área de escape - Foto: Mauricio Tonetto/Secom

Essa área não fica inutilizada em períodos com menos precipitação. No dia a dia, serve para agricultura e lazer. Apenas em situações excepcionais, estimadas para ocorrer a cada 75 anos, o canal é ativado para receber o excesso de água do rio.

À tarde, o grupo conheceu o projeto implementado em Nijmegen, cidade que enfrentava situação similar à de Muçum, no Vale do Taquari. Assim como acontece com o Rio Taquari em Muçum, o Rio Waal fazia uma curva acentuada em Nijmegen, formando um gargalo que aumentava o risco de enchentes.

A solução encontrada foi recuar em 350 metros o dique existente e criar um canal auxiliar com capacidade para escoar parte da água do rio. O projeto, que custou 350 milhões de euros (cerca de 1,9 bilhão de reais), incluiu a realocação de 50 residências e criou uma ilha urbana que hoje serve como área de lazer para a população.

Os projetos foram implementado após as graves enchentes de 1993 e 1995, que forçaram a evacuação de 250 mil pessoas nos Países Baixos. Entre 2006 e 2019, foram executados 34 projetos em diferentes regiões do país. "Cada solução que conhecemos aqui nos ajuda a pensar em alternativas para o Rio Grande do Sul. Naturalmente, precisamos adaptar a nossa realidade, mas os conceitos básicos, como dar mais espaço para os rios e integrar a proteção contra enchentes ao desenvolvimento das cidades, são universais", afirmou o governador.

A comitiva gaúcha acompanhou uma apresentação técnica sobre as soluções implementadas
A comitiva gaúcha acompanhou uma apresentação técnica sobre as soluções implementadas - Foto: Mauricio Tonetto/Secom

A missão continua neste domingo (23/2) com visitas ao Sand Engine, projeto inovador de proteção costeira, ao Museu das Enchentes e ao Deltapark Neeltje Jans, onde está instalado o maior sistema de proteção contra tempestades do mundo.

Além do governador, participam da comitiva os secretários da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, e do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, o chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil, Luciano Boeira, e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo.

Texto: Juliano Rodrigues/Secom
Edição: Secom

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