O estudo Sul Competitivo que apresenta um diagnóstico de obras de infraestrutura e logística para os três estados do Sul foi apresentado nesta quarta-feira à tarde (17) pelos dirigentes da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS). Em sua maioria são obras rodoviárias, hidroviárias e ferroviárias que totalizam mais de R$ 18 bilhões em investimentos.

Ao entregar o estudo completo ao secretário do CDES, Marcelo Danéris, o presidente da Fiergs, Heitor Muller, reforçou a necessidade de investimentos em infraestrutura. São projetos que perpassam vários governos para serem implementados e cuja execução está estimada para até 2025. São iniciativas de Estado, e não apenas de um governo, que precisam da consciência de toda a sociedade para sua operacionalidade.

Obras para vários governos
De acordo com a Fiergs, o RS gasta até 18% do PIB em logística, índice que atinge 9% em países do hemisfério Norte. Não há país competitivo sem infraestrutura adequada, acentuou o dirigente empresarial. O estudo de 2 mil páginas foi realizado em 2010, medindo a movimentação de todas as cadeias produtivas gaúchas.

Danéris destacou a parceria do RS com o Governo Federal e detalhou as captações feitas pelo Executivo gaúcho, que assegurou R$ 2,4 bilhões para investimentos em infraestrutura, R$ 2,7 bilhões para energia e R$ 4 bilhões para saneamento. Há uma demanda represada no Estado, já que alguns governos não priorizaram investimentos em infraestrutura, saúde, educação e segurança com o álibi do déficit zero. A iniciativa privada é parceira do Governo Estadual e esta relação é fundamental para o diálogo que o Executivo mantém com todos os segmentos sociais. O atual governo tem a visão do Estado como indutor do desenvolvimento.

O detalhamento do estudo foi feito pelo coordenador do Conselho de Infraestrutura e Logística da Fiergs, Ricardo Portella. Ele disse que os maiores gargalos em infraestrutura estão nas estradas federais, por onde passa grande parte da produção gaúcha. A apresentação ao Conselho e ao governo gaúcho tem mais um sentido de parceria política nas reivindicações, já que boa parte das obras é da União. 

Infraestrutura
No modal ferroviário, as prioridades são: a concretização da ferrovia Norte-Sul, cujo projeto integra o PAC e está em fase de definição do traçado que ligará o restante do país ao Porto de Rio Grande; reativação da ferrovia entre Garibaldi e Caxias do Sul, variantes ferroviárias entre Estrela e Rio Pardo; adequação do trecho entre Roca Salles e Passo Fundo; além de contornos na região de Santa Maria e Pelotas.

O secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, apresentou o volume de investimentos privados que estão em andamento no RS a partir de um balanço da Sala do Investidor. Principal elemento da política industrial do Governo do Estado, a Sala do Investidor é um mecanismo de Sistema de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Recepcionamos as empresas com as pastas vinculadas para esclarecer as condições do Estado para a execução dos investimentos. O saldo na área de investimentos é muito positivo.

Desde o início da gestão do Governo do Estado, 746 empresas foram atendidas. Ao todo 255 investimentos compõem a carteira de projetos da Sala do Investidor, dos quais 215 estão ativos. São mais de R$ 23 bilhões em investimentos captados através desse mecanismo.

Texto: Stela Pastore
Foto: Alina Souza/Especial Palácio Piratini
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305