Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Criança indígena precisa de tratamento diferenciado

Publicação:

A união de esforços na busca de uma política que atenda crianças e adolescentes indígenas resultou numa ação inédita dentro do Estado: a realização do primeiro Seminário Estadual sobre Criança e Adolescente Indígena. Promovido pela Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social (STCAS) através do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente (Cedica) e Conselho Estadual de Povos Indígenas (Cepi), o evento reuniu, no auditório do STCAS, representantes do Ministério Público, Brigada Militar, Polícia Civil, Conselho Tutelar, agentes de saúde, assistentes sociais, antropólogos e demais profissionais envolvidos com o tema, além de caciques das comunidades Caingangue e Guarani. Reunir essas entidades, denominadas operadores de rede, para encontrar uma forma de abordagem eficaz no trato à questão da violência contra criança e adolescente indígena, sem ultrapassar os limites de sua cultura étnica era o desafio proposto pelos organizadores. Representando o secretário do Trabalho, Edir Oliveira, a diretora do Departamento da Cidadania (Decid), Neusa Maria Machado Zoch, disse que é fundamental lembrar as diferenças existentes entre os povos. Os índios têm horários, ritmos próprios, diferentes de outras culturas. Não podemos tratá-los de maneira uniforme, lembrou. Segundo Neusa, o primeiro passo para se estabelecer uma política de atuação voltada a esse grupo foi a realização do seminário. A partir do conhecimento da realidade cultural de cada etnia, BM, MP e entidades governamentais saberão como atuar nas hora da abordagem. O cacique-geral da Tribo Guarani no RS, José Cirilo Morinico ressaltou a importância do seminário. Na sua opinião, a sociedade sabe muito pouco sobre a cultura indígena o que resulta em discriminação e ações públicas equivocadas. As pessoas criticam a presença de crianças nas ruas, junto com as mães. Não sabe, que para os índios as crianças têm que estar sempre junto dos pais porque estes se alimentam da espiritualidade dos filhos, explicou. A atuação do Conselho Tutelar ao encontrar índios na rua também foi motivo de queixa do cacique. Eles não podem pegar as crianças e levar, tem que descobrir a qual tribo pertence e chamar o cacique responsável. Esclarecer essas diferenças é o nosso objetivo aqui. O sucesso do evento deverá garantir a edição de novos seminários.
Portal do Estado do Rio Grande do Sul