Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Cultivo da mandioca é tema de debate

Publicação:

As lavouras de mandioca do Rio Grande do Sul tiveram quebras de safra de até metade da produção. A razão não é apenas a seca, mas a bacteriose, uma doença que está se alastrando rapidamente no Estado devido a importação de mudas sem origem certificada de outras regiões do país. As constatações fazem parte do debate que pesquisadores, extensionistas, estudantes e produtores fazem hoje (1º), durante a quarta edição da Reunião Técnica da Mandioca. As atividades vão iniciar às 8h, no centro de pesquisa Fepagro Fruticultura, localizado no distrito Fonte Grande, em Taquari. O encontro é coordenado pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e a Emater Segundo o agrônomo da Fepagro Zeferino Chielle, o alto índice de quebra da cultura comprometeu o resultado positivo da produção esperado em função de que a área plantada do Estado aumentou em relação ao ano passado. De acordo com a avaliação dos pesquisadores, as regiões mais atingidas pela incidência de casos de bacteriose foram o Vale do Rio Pardo, Vale do Taquari e a Região Central. Nesses locais, houve produtores com quebras que variam de 60 a 70% das lavouras, estima Chielle. O alastramento da bacteriose tem se intensificado porque os produtores, na safra do ano passado, adotaram estratégias de combate voltadas apenas para as plantas em estágio adulto que já apresentavam sintomas da moléstia. Assim, quando começaram o plantio este ano, acabaram utilizando ramas contaminadas. Chielle recomenda que, para evitar a baixa produtividade em função da bacteriose, os produtores utilizem apenas mudas de procedência controlada ou então escolham as ramas de sua própria lavoura que estejam isentas da manifestação dos sintomas. As principais características da bacteriose são a queda precoce de folhas, manchas pequenas de aparência aquosa e o crescimento vagaroso e sem uniformidade das raízes da planta. Para evitar a inviabilização da cultura, seja pelo alto índice de infecção de microorganismos nas plantas, seja pela perda de qualidade genética, a Fepagro vem realizando, em Porto Alegre, experimentos de limpeza viral da mandioca. Depois dos trabalhos sanitários, as plantas serão tranferidas para o centro de pesquisa de Taquari, onde está sendo montado um banco de germoplasma da cultura, no qual os pesquisadores pretendem catalogar e reunir as variedades existentes no Estado. Além da bacteriose, outro assunto que será discutido durante a reunião técnica é a questão do aproveitamento integral da mandioca, como por exemplo por meio do uso das folhas processadas na alimentação animal e humana. A mecanização e a silagem também serão tópicos abordados. No Estado, a produção da mandioca para consumo in natura é plenamente abastecido pela produção local. Entretanto, 98% da farinha utilizada no Rio Grande do Sul vem de outros estados, especialmente, Santa Catarina e Paraná. Já a fécula da mandioca, utilizada como matéria-prima em diversos alimentos, vem 100% de outras regiões do país.
Portal do Estado do Rio Grande do Sul