A Secretaria da Cultura e as entidades de defesa da dignidade da etnia negra promovem a partir desta quarta-feira (15), às 19 horas, no salão paroquial da Igreja Nossa Senhora do Livramento, em Guaíba, um painel sobre o genocídio dos Lanceiros Negros gaúchos, abrindo a Semana Porongos Nunca Mais. A finalidade é resgatar a História do massacre de Porongos em Pinheiro Machado ocorrido em 14 de novembro de 1844, durante a Guerra dos Farrapos. O painel será desenvolvido pela antropóloga Maria Bernardete Lopes, da Fundação Cultural Palmares do Ministério da Cultura, pelo historiador Guarani Quites dos Santos e pelo professor Edgar Barbosa, da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore. A Semana terá na quinta-feira (16), às 19 horas, em Osório, na Faculdade Cenecista, um painel sobre comunidades quilombolas com a antropóloga, vinda especialmente de Brasília para o evento. Na sexta-feira (17), às 19h30min, na Sociedade Floresta Aurora, no Cristal, em Porto Alegre, o tema sobre o genocídios dos Lanceiros Negros gaúchos voltará a ser analisado por Maria Bernardete em parceria com o professor Luís Cláudio Nunes Knierim, da Secretaria da Educação, e o juiz Francisco Corrêa Barbosa, membro do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul. No sábado (18), será a vez de Canoas, no Instituto Solidariedade, receber, às 9 horas, Bernardete para abordar o mesmo tema. No domingo (19), em Osório, no distrito de Morro Alto, às 10 horas, ela terá uma reunião com as lideranças da comunidade quilombola, uma área de terras que abriga um ex-quilombo. Na segunda-feira (20), data da Revolução Farroupilha, às 9 horas, no Memorial do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, o genocídio será analisado pelo secretário da Cultura do Rio Grande do Sul, Roque Jacoby, pelo senador Paulo Paim, por Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, por Ubiratan Castro de Araújo, Sérgio Xavier e Maria Bernardete Lopes, da Fundação Cultural Palmares, pelo ator Antônio Pompeu, que chegará ao Aeroporto Salgado Filho neste sábado (18), às 13h45min, e pelo professor Euzébio Assumpção. No encerramento da Semana, em Porto Alegre, na terça-feira (21), às 20 horas, no Espaço Raízes da África, o painel Porongos 160 anos do genocídio dos Lanceiros Negros será comentado na visão do artista plástico e teatrólogo Nei Ortiz e do ator Sirmar Antunes. Além de divulgar o projeto do Memorial dos Lanceiros Negros, o evento visa também à defesa da identidade e da dignidade da etnia negra, procurando lutar contra todas as formas de discriminação pela recordação de um fato em que os escravos lutaram na Revolução Farroupilha pelo direito à liberdade. Foram, no entanto, traídos pelo Império, observa o assessor de Projetos Especiais da Secretaria de Estado da Cultura, arquiteto José Albano Volkmer. Ao mesmo tempo, acrescenta o coordenador da comissão executiva do Projeto Memorial dos Lanceiros Negros, os painéis, com um enfoque pedagógico, buscam também estimular as novas gerações a tomarem consciência da necessidade de que se respeitem todas as etnias e as diferenças que marcam o dia-a-dia entre os seres humanos, o que não os impede de conviverem em harmonia, estimulando entre os jovens a construção de uma cultura da paz, dentro de uma convivência democrática e humanitária, indispensável ao convívio social. A Semana tem entrada franca, e é uma promoção da Comissão do Projeto Memorial dos Lanceiros Negros com o apoio da Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul, em parceria com a Fundação Cultural Palmares do Ministério da Cultura, o Movimento de Justiça e Direitos Humanos, o Movimento Quilombista Contemporâneo, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado, o Museu Antropológico do Rio Grande do Sul, o Sistema Lei de Incentivo à Cultura, o Centro Cultural Cândido Velho, o Instituto dos Arquitetos do Brasil, seção do Rio Grande do Sul, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a Secretaria da Educação e o Movimento de Consciência Negra Zumbi dos Palmares, de Pinheiro Machado.