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Dia D de vacinação contra a pólio é neste sábado (20) para crianças de 1 a 4 anos

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Dia D de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo.
Os mais de 1,5 mil postos de saúde do Estado estarão abertos sábado (20) para a imunização contra a paralisia infantil - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / Arquivo

A Secretaria da Saúde e os municípios gaúchos estão mobilizados para a realização neste sábado (20/8) do Dia D de vacinação contra a pólio para crianças de 1 a 4 anos. Na oportunidade, os mais de 1,5 mil postos de saúde do Estado estarão extraordinariamente abertos para a imunização contra a paralisia infantil.

A doença é considerada hoje erradicada no país. Porém, os baixos índices de vacinação podem fazer com que ela retorne. Já houve neste ano um caso registrado em Nova York, nos Estados Unidos. Conforme uma análise da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), 74% das cidades no Rio Grande do Sul apresentam risco alto ou muito alto de reintrodução do vírus.

No Rio Grande do Sul, são 553 mil crianças entre um e quatro anos de idade que deverão ser vacinadas indiscriminadamente (independentemente do histórico) com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), a “gotinha”, desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico. A meta da campanha é vacinar ao menos 95% delas.

Outras 131 mil crianças abaixo de um ano de idade também estão convocadas para a campanha, porém, deverão ser vacinadas conforme o histórico vacinal, por isso não há meta de cobertura para elas.

Esquema da vacinação da pólio na campanha

• Abaixo de 1 ano de idade: só faz vacina se tiver alguma em atraso.

• Entre 1 e 4 anos: faz vacina da pólio (gotinha) e outras se tiver alguma em atraso.

• Dos 5 aos 14 anos: só faz vacina se tiver alguma em atraso.

Multivacinação

Junto à campanha da pólio, acontece a multivacinação para todas crianças e adolescentes menores de 15 anos. O objetivo da estratégia é colocar em dia doses do calendário básico que estejam em atraso. Por isso, quem for ao posto de saúde deve levar sua caderneta de vacinação para que a avaliação possa ser realizada pela equipe de saúde.

As vacinas utilizadas na campanha são as mesmas disponibilizadas na rotina dos serviços de vacinação, ao longo de todo o ano. Além delas, conforme disponibilidade e organização, os municípios podem ofertar ou orientar as demais vacinas específicas de campanhas, como a da covid-19 e da gripe (influenza).

Queda nas coberturas

Índices baixos de vacinação aumentam os riscos para doenças imunopreveníveis, como coqueluche, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, meningite meningocócica e pneumocócica, gastroenterite por rotavírus e hepatites A e B, entre outras.

Considerando seis das vacinas previstas até o primeiro ano de idade, nos últimos anos em nenhuma delas foi alcançada a meta de vacinação de atingir ao menos 95% do público da idade preconizada, sendo que em 2020 nenhuma ficou acima dos 90%. Os dados de 2021 ainda são parciais, pois essas vacinas de rotina têm um prazo de até 12 meses para o município registrar as aplicações no sistema do Programa Nacional de Imunizações, mas já indicam que também ficarão abaixo do preconizado.

A pólio é uma dessas vacinas que não alcançou nos últimos anos a meta de 95% de cobertura. Os índices de 2015 a 2020 tem variado entre 84% e 86%. Porém, pelo monitoramento, mesmo que ainda com dados parciais, já é possível identificar que continuará abaixo da meta, registrando hoje 76% de cobertura, que ainda pode aumentar caso ingressem mais doses aplicadas que ainda não foram digitadas.

A campanha nacional de vacinação deste ano começou no último dia 8 de agosto e registra, até agora, uma baixa procura. Apenas 39 mil das 553 mil crianças dessa idade já tinham feito a vacina até esta quinta-feira (18/8). Isso representa cerca de 7% do público. A campanha vai até o dia 9 de setembro, no entanto, esse será o único sábado de mobilização previsto.

Dados da Campanha de Vacinação contra a Pólio 2022 – RS *(até 18/8)

• População alvo: 553.814

• Total aplicado: 39.343 (7,1%)

• Por faixa etária

Idade: total da população estimada / doses aplicadas (cobertura)

1 ano: 130.742 / 11.407 (8,7%)

2 anos: 140.764 / 8.498 (6,0%)

3 anos: 141.295 / 9.190 (6,5%)

4 anos: 141.013 / 10.248 (7,3%)

*https://infoms.saude.gov.br/extensions/Poliomielite_2022/Poliomielite_2022.html

A doença

A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença viral. A transmissão pode ser direta, de pessoa a pessoa, por secreções orofaríngeas (ao tossir, espirrar ou falar) ou pela via fecal-oral de forma indireta através de alimentos, água ou objetos contaminados com fezes de doentes ou portadores.

Em mais de 90% dos casos a infecção é inaparente ou assintomática. Entre 1 a 1,6% dos casos desenvolvem a forma paralítica, com características de deficiência motora de início súbito, em geral afetando membros inferiores e de forma assimétrica, flacidez muscular, entre outros sintomas.

Esquema do calendário básico infantil

Vacina Poliomielite 1,2,3 inativada (VIP)

Dose: 0,5 mL via intramuscular

Esquema: três doses (aos 2, 4 e 6 meses)

Vacina Poliomielite 1,3 atenuada (VOP – gotinha)

Dose: duas gotas, por via oral

Esquema: reforço aplicado aos 15 meses de idade e aos 4 anos

Situação crítica de risco

Uma análise da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em 2021 identificou que o Brasil é um dos países da América com alto risco reintrodução do vírus da poliomielite, ao lado de outros cinco países (Bolívia, Panamá, Paraguai, Argentina e Equador). Quatro apresentam situação de risco muito alto: Haiti, Venezuela, Peru e República Dominicana.

A mesma análise de risco feita avaliando os municípios brasileiros. No RS, a análise demonstrou um cenário preocupante, onde 42% dos municípios gaúchos encontram-se em risco muito alto e 32% em alto risco. Ou seja, em 367 municípios do Estado (74%) há um grande risco de voltarmos a ter casos de pólio.

Para a análise de risco considera-se cobertura vacinal, vigilância epidemiológica e alguns determinantes de saúde como acesso a água potável e a rede esgotos. Com isso, reforça-se a necessidade de manter ações permanentes e efetivas de vigilância da doença e níveis adequados de proteção imunológica da população.

Texto: Ascom SES
Edição: Secom

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