Economia gaúcha cresce 3,6% em 2004 e leva PIB a R$ 149 bilhões
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O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul, o quarto no ranking do país, apresentou um crescimento de 3,6% em 2004, atingindo o valor de R$ 149,2 bilhões, enquanto o PIB per capita cresceu a uma taxa de 2,4%, chegando a R$ 14 mil. Os dados foram divulgados pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), na tarde desta terça-feira (11), durante entrevista coletiva à imprensa na sede da instituição, em Porto Alegre. Os dados foram apresentados pelo presidente da FEE, Aod Cunha de Moraes Junior, e pelo Supervisor do Centro de Indicadores Sociais, economista Adalberto Alves Maia Neto. Apesar de apresentar um crescimento inferior ao de 2003, que foi de 5,4%, o desempenho da economia gaúcha em 2004 foi superior, tanto ao crescimento médio de 2,3%, verificado nos últimos 10 anos (1994-03), como ao de 3,4% dos últimos cinco anos (1999-03). Este resultado demonstra que o Rio Grande do Sul deverá ter crescimento inferior ao do Brasil, para o ano de 2004, considerando-se os números apurados pelo IBGE para o acumulado do ano até setembro, que é de 5,3%, e a projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que é de um crescimento de 5,2% para a economia brasileira em 2004. Segundo o presidente da FEE, este crescimento de 3,6% da economia gaúcha é considerado bastante significativo, já que foi construído sobre uma realidade de crescimento de 5,4% do ano passado, bem superior ao desempenho da economia brasileira, que foi de 0,5%. Só não foi maior pela forte frustração das colheitas da soja (-42,1%) e do milho (-37,9%), que fez com que a agropecuária, que havia crescido 21% em 2003, encolhesse 1,3% em 2004, explicou. O setor industrial, com uma participação de 40,6% na economia do Estado, foi o destaque do ano, com um crescimento de 6,6%. ?O desempenho foi resultado, principalmente, do aumento de 7,7% na indústria de transformação, principal segmento do setor?, explicou Adalberto Maia Neto. Ressaltou que, considerando-se os resultados até outubro, algumas atividades da indústria de transformação apresentaram desempenhos positivos bastante expressivos, como fumo (28,9%), veículos automotores (22,8%), máquinas e equipamentos (19,9%), metalurgia básica (17,6%), mobiliário (13,7%), borracha e plástico (13,3%) e produtos de metal (10,8%). Por outro lado, algumas atividades importantes na estrutura industrial tiveram desempenhos negativos, como calçados e artigos de couro (-1,7%), alimentos (-0,9%) e produtos químicos (-0,1%). ?A agropecuária, com uma participação de 18% na economia estadual, foi o destaque negativo no ano, com uma taxa de -1,3%, contrastando com 2003, quando apresentou um crescimento expressivo de 21,1%?, disse o economista. Segundo ele, os acréscimos significativos nas produções de fumo (50,0%) e arroz (34,9%) não conseguiram compensar as perdas nas culturas de soja (-42,1%), milho (-37,9%) e trigo (-5,7%), resultando em um decréscimo de 2,1% na produção da lavoura. ?Os desempenhos positivos do arroz e do fumo foram conseqüência, principalmente, dos crescimentos em suas produtividades, que foram, respectivamente, de 24,3% e 28,5%, ressaltou?. Também o segmento de produção animal apresentou um desempenho de 2,4%, devido, especialmente, aos aumentos no leite (8,8%), na avicultura (3,9%) e na bovinocultura (2,3%). Com uma participação de 41,4% na economia, o setor serviços cresceu a uma taxa de 2,7%, com destaques para os segmentos de comércio (4,1%) e de transportes (5,7%). O conjunto dos demais serviços, como aluguéis, intermediação financeira, alojamento e alimentação, comunicações, saúde e educação mercantis, serviços domésticos e outros serviços, registrou um crescimento de 2,5%.