O combate efetivo ao crime depende de um Estado organizado e com capacidade para investir com qualidade, integrar instituições e operar com inteligência, premissas que sustentam as reduções históricas alcançadas pelo RS Seguro. Essa foi a defesa apresentada pelo governador Eduardo Leite durante painel no 14º Encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), realizado no Rio de Janeiro entre 4 e 6 de dezembro.

O painel, promovido na manhã desta sexta-feira (5/12) na Casa Firjan, reuniu também o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, o deputado federal Luciano Zucco, o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Antônio José Moreira, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que participou por videoconferência. A mediação foi do jornalista Luiz Bacci.

Transformação a partir de reformas estruturais

Leite destacou a transformação promovida na segurança pública gaúcha a partir das reformas estruturais e do ajuste fiscal implementados em seu governo, que permitiram ao Estado recuperar capacidade de investimento e fortalecer o enfrentamento ao crime.

“O Rio Grande do Sul vivia uma crise de segurança pública acompanhada de uma crise fiscal. O Estado não conseguia pagar salário em dia e isso fragilizava toda a estrutura de enfrentamento à criminalidade, inclusive a reposição de efetivos”, afirmou.

Ao detalhar os princípios que orientam o RS Seguro, o governador ressaltou os três pilares que sustentam os avanços recentes: investimento qualificado, inteligência e integração. Ele reforçou que a integração entre instituições depende menos de novas normas e mais de liderança e confiança.

“Não precisa de PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para o governo federal integrar a segurança pública. A Constituição já atribui essa responsabilidade. Integração se constrói com rotina, com encontros frequentes, com compartilhamento de dados e com um ambiente de confiança entre as partes”, disse.

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Gestão orientada por evidências

Leite também citou as reuniões de governança estabelecidas pelo programa e o uso da plataforma de Gestão Estatística em Segurança (Geseg), premiada internacionalmente, como base para decisões orientadas por evidências. Em seguida, detalhou os resultados alcançados nos últimos anos, que incluem reduções expressivas em crimes violentos e patrimoniais, como quedas de 80% nos roubos a pedestres, 90% nos roubos de veículos e 60% nos homicídios. Segundo o governador, 2025 deve consolidar o período atual como o mais seguro da história do Estado.

“É fruto de inteligência aplicada, integração real entre polícias, Ministério Público e Judiciário, e investimentos que reorganizaram o sistema prisional, quebrando a lógica de domínio de facções e recuperando a autoridade do Estado”, destacou.

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Enfrentamento à criminalidade

Leite reforçou que o enfrentamento ao crime organizado exige atuação simultânea em diferentes frentes, presença territorial qualificada, asfixia financeira das organizações e políticas sociais que reduzam vulnerabilidades.

O governador mencionou ainda a necessidade de aprimoramento da legislação penal, lembrando que a edição do Cosud realizada em Porto Alegre consolidou propostas do consórcio para colaboração no debate nacional. “Não existe bala de prata. Não é escolher entre ações sociais ou enfrentamento duro. É fazer as duas coisas ao mesmo tempo, dentro da lei e com transparência”, concluiu.

O 14º Cosud reúne governadores, autoridades públicas e equipes técnicas dos sete Estados das regiões Sul e Sudeste para debater políticas integradas em áreas como segurança, saúde, educação, desenvolvimento econômico e gestão pública. Na noite anterior ao painel, Eduardo Leite participou do jantar de abertura do encontro, que marcou o início oficial da programação do consórcio.

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_{Texto: Carlos Ismael Moreira/Secom
Edição: Secom}