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SmartGov debate educação, cidades inteligentes e ecossistemas de inovação

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SmartGov segundo dia
Secretários Leany Lemos e Luís Lamb encerraram o evento - Foto: Carolina Grewer/Ascom Seplag

O segundo dia (30/5) de realização do SmartGov, seminário de inovação do governo realizado no Tecnopuc, trouxe para a pauta do Estado o processo de construção das smart cities (cidades inteligentes). Aos dar boas-vindas ao público, o secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luís Lamb, falou sobre a necessidade de a sociedade gaúcha acompanhar os movimentos de mudanças globais e a importância de a inovação estar na pauta do governo, já que “não há transformação sem educação e inovação”.

Cerca de cem pessoas assistiram aos painéis, compostos na primeira etapa por Matheus Souza, líder do laboratório de P&D da SAP; Adriano Amaral, responsável pela proposição de soluções de Big Data da Oracle; Guillermina Cledou, pesquisadora em ciência da computação da Universidade do Minho, em Portugal; César Paz, empreendedor e fundador do movimento coletivo Poa Inquieta; Santiago Uribe, diretor do Escritório de Resiliência da cidade de Medellín, na Colômbia; e Fabiano Hessel, professor da Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Na parte da manhã, foram discutidos os aspectos estruturais das cidades, como educação, infraestrutura e as políticas necessárias para que se possa ter uma verdadeira cidade inteligente. Segundo Guillermina, que falou sobre as cidades inteligentes sustentáveis, não existem soluções ótimas para os problemas sociais e tampouco uma formulação definitiva de cidades inteligentes. “As soluções não são verdadeiras ou falsas, são boas ou ruins, e o desenvolvimento de uma smart city se refere ao processo de construção contínua da cidade”, afirmou. Conforme a pesquisadora, isso passa pela formação básica das pessoas e suas necessidades, bem como a formulação de políticas públicas e sua regulamentação, assim como o acesso e o tratamento de informações on-line em realtime.

Nesse contexto, Matheus Souza, da SAP, destacou a importância de o governo atuar como parceiro do cidadão e das empresas, sendo um facilitador e alavancador do processo de digitalização das cidades.

O caso de Medelín

O segundo painel do dia abordou a construção de ecossistemas de inovação criativos. César Paz, do movimento coletivo Poa Inquieta, comentou sobre as rodas de conversa que tem realizado na capital gaúcha, a fim de entender as dores da população a fim de buscar propostas e soluções para transformar a cidade a partir da economia criativa.

Santiago Uribe, do escritório de resiliência de Medelín, explicou como a cidade que, em 1991, chegou a “matar 700 times de futebol” saiu da lista das mais perigosas para se tornar um ambiente criativo, seguro e atraente para a população. “Não se trata de uma transformação de infraestrutura, mas de instituições. É preciso entender que dentro de uma cidade existem várias cidades e fazer o melhor onde se tem o pior cenário. Construir as melhores escolas nas piores regiões. É um trabalho lento e de paciência”, comentou.

Experiências internacionais

Na parte da tarde, Josep Piqué, presidente executivo do La Salle Technova Innovation Park, em Barcelona, e consultor do Pacto Alegre, comentou que o papel da administração pública é determinante para poder dar espaço para que os processos de inovação aconteçam. “A estratégia do governo, desde o início, tem que ser global, pois hoje o governo não compra mais produtos, compra a solução para desafios. Em vez de comprar bicicletas, compra o desafio de enfrentar o roubo de bicicletas, por isso uma estratégia mais ampla é imprescindível”, observa Pique.

O superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, reforçou a necessidade de o Estado investir em educação, trazendo como exemplos Israel e Finlândia, países que, ao investirem em educação, por consequência tornam-se mais inovadores. “A Finlândia não é o país da inovação, é o país da educação, mas a inovação, os ecossistemas de inovação de sucesso do mundo são a consequência da boa educação”, completou.

A secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, e o secretário Luís Lamb encerraram o evento, destacando a importância de um Estado digital e inovador.

Texto: Camila Dilélio/Ascom Sict
Edição: Vitor Necchi/Secom

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