EGR: o desafio de fazer em meses o que não se fez em anos
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As concessões de rodovias estaduais do Rio Grande do Sul para a iniciativa privada previam que, ao término dos contratos, as vias deveriam ser restituídas ao Estado bem conservadas, mantendo-se em condições de trafegabilidade adequadas por cerca de cinco anos. Não é o que está ocorrendo, como todos podem observar. Em especial na RSC-287.
A EGR assumiu a administração da praça de pedágio de Venâncio Aires há cerca de dois meses e, desde então, vem se deparando com uma enxurrada de manifestações, críticas e queixas referentes às condições da rodovia RSC-287. Difícil imaginar que a estrada tenha se deteriorado em tão curto espaço de tempo.
Em relação à chuva, é fato que ela causa estragos no pavimento, mas a dimensão desses danos é variável de acordo com a qualidade da pavimentação. Nos locais em que vigoravam pedágios públicos comunitários, ou seja, Portão, Campo Bom e Coxilha, uma mesma intensidade de chuva abre cerca de dez buracos. Em Santa Cruz, o estrago chega à casa das centenas.
A EGR tem um ano de criação, mas apenas seis meses de funcionamento efetivo. Nesse período, pintamos, roçamos, sinalizamos e capinamos rodovias. Além disso, efetuamos e encaminhamos licitações. Afinal, a EGR é uma empresa pública e, por determinação legal, todo e qualquer investimento de maior vulto tem de ser feito por meio de licitação, além de ser apreciado pelos Conselhos Comunitários das Regiões das Rodovias Pedagiadas - Corepes.
Ações na RSC 287
Especificamente na RSC 287, a EGR realizou operação tapa-buracos - que é uma ação contínua da Empresa Gaúcha de Rodovias. Somente na semana passada, em razão das mais recentes chuvas, foram consumidas mais de 12 toneladas de asfalto para corrigir as imperfeições surgidas na pavimentação da rodovia.
Vale ressaltar que, nesses dois meses em que a EGR está administrando a rodovia RSC-287, nenhuma pessoa que sofreu acidente de trânsito deixou de ser atendida. Atualmente os acidentes são atendidos pelas equipes dos Bombeiros e da SAMU. O único serviço que está suspenso é o de guinchos, na questão das falhas mecânicas, que será restabelecido em breve, por meio de convênio entre a EGR e o Detran.
Também está em curso a colocação de placas de sinalização e a pintura da rodovia. Além disso, no dia 6/9 foi finalizado o processo de licitação do serviço de roçada e capina de todas as rodovias que estão sob a administração da EGR. Até o início de outubro, será lançado edital para contratação das obras de recapeamento asfáltico da rodovia.
Tivemos 15 anos de pedágios sem qualquer participação popular. Agora estamos construindo um novo modelo, com base na transparência e na participação das comunidades por meio dos Corepes. Mas isso não se faz de um dia para o outro. E muito menos sem contrariar interesses.
Luiz Carlos Bertotto
Presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR)