Pecuarista familiar é aquele que tem o seu sistema de produção baseado na pecuária bovina de corte e/ou ovinocultura, utiliza mão-de-obra familiar e tem renda anual de no máximo R$ 30 mil. A definição resultou do Seminário de Estudos e Propostas para o Desenvolvimento da Pecuária Familiar, encerrado hoje (2), em Santa Maria. Desde quarta-feira, mais de 20 técnicos da Emater/RS e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) debateram o tema com o objetivo de caracterizar a pecuária familiar e apontar perspectivas públicas para o setor. A pecuária familiar é praticada por um segmento social bastante significativo em algumas regiões, como Campanha, Zona Sul, Depressão Central, Campos de Cima da Serra e parte da região de Erechim e Porto Alegre. De acordo com a agrônoma Córdula Eckert, da Divisão de Apoio Técnico da Emater/RS, a pecuária familiar se caracteriza por um processo de exclusão social e por uma falta de representatividade política. Apesar de ser numericamente representativo do ponto de vista econômico, o pecuarista familiar sempre esteve bastante excluído, diz. No evento, foram propostas algumas ações nessa área. Uma delas é o fortalecimento de um processo de visibilidade desse público junto às prefeituras, secretarias de Agricultura, coredes e conselhos municipais de Desenvolvimento Rural, tentando identificar a existência desse pecuarista familiar e sensibilizar todas essas instituições governamentais para que incorporem, junto a seus processos de trabalho, propostas específicas para esse segmento, salienta Córdula. A Secretaria da Agricultura e Abastecimento vem trabalhando em ações específicas para a pecuária familiar, através da busca de financiamentos e na formatação de um programa capaz de inserir os pecuaristas familiares nas cadeias produtivas. Ainda com esse objetivo, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) realizarão, durante a Expointer, o Seminário Estadual da Pecuária Familiar. O evento acontecerá no dia 28 de agosto, a partir das 14h, no auditório do prédio administrativo do Parque de Exposições Assis Brasil, e vai abordar questões como perfil, dificuldades e oportunidades do pecuarista familiar no RS, inserção da pecuária familiar nas cadeias da carne e a visão do pecuarista familiar sobre a sua situação atual. Após, haverá debates e proposições.