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Empresa paulista abre mais 750 vagas de trabalho nos presídios gaúchos

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O desempenho dos detentos gaúchos entusiasmou tanto a empresa de material esportivo São Paulo Alpargatas que foram criadas mais 750 vagas. A assinatura do novo Protocolo de Ação Conjunta (PAC) acontecerá às 15h de hoje (8), no auditório da Secretaria da Justiça e da Segurança, na rua Voluntários da Pátria, 1358, 9º andar, em Porto Alegre. O ato terá a presença do secretário da Justiça e da Segurança, José Otávio Germano, e do superintendente dos Serviços Penitenciários, Djalma Gautério, entre outras autoridades. As vagas serão distribuídas da seguinte maneira: Penitenciária Industrial de Caxias do Sul (300 vagas); presídios Regional de Santo Ângelo (100); Estadual de Carazinho (100); Estadual de Santa Rosa (100); Estadual de São Luiz Gonzaga (100) e Albergue de Santo Ângelo (50). A São Paulo Alpargatas iniciou esta parceria com a Susepe em 19 de agosto do ano passado, quando foi firmado à época o maior Protocolo de Ação Conjunta (PAC) da história penitenciária gaúcha. O projeto gerou 550 vagas para a produção de bolas de futebol. Destas, atualmente, 300 estão ocupadas e a produção foi de 14 mil bolas, em cinco meses (de dezembro de 2003 a abril deste ano). O total representa, atualmente, 10% de toda produção da empresa. O número de vagas ocupadas está ligado a capacidade de aprendizagem do detento. Muitos prisioneiros ainda estão sendo treinados, para posteriormente começarem a trabalhar na produção das bolas. Em média, um preso leva três meses no aprendizado para costurar as bolas. Com o novo protocolo, a Alpargatas ampliará para 1.300 vagas a sua ocupação da mão-de-obra prisional gaúcha. Os apenados recebem por produção (R$ 2,00 por bola costurada) e têm reduzido um dia de sua pena para cada três trabalhados. Os apenados-mestres receberão, além da produção, 5% sobre o total da folha de pagamento. Outros 10% sobre o valor bruto da folha irá para o Fundo Penitenciário. No RS, mais de 9 mil presos têm ocupação, de uma população carcerária de pouco mais de 20 mil. Desde janeiro do ano passado, houve um aumento de, pelo menos, 60% no número de PACs. O secretário José Otávio Germano, salientou que o preso pode estar cerceado de sua liberdade, mas não de sua dignidade. José Otávio afirmou que o Estado pode contar com uma empresa reconhecida nacionalmente. Os servidores da segurança pública estão satisfeitos porque não estamos trazendo aventureiros, mas uma empresa de grande porte, que irá beneficiar 750 famílias, salientou. O secretário disse que a São Paulo Alpargatas é um exemplo para que outras empresas invistam no trabalho prisional, obtendo vantagens econômicas e ajudando na ressocialização dos detentos. O superintendente da Susepe, Djalma Gautério, considerou que é um momento histórico na vida da Susepe. Na medida em que se propicia ao preso desenvolver um trabalho e ter uma renda, nós estamos não só mantendo o ambiente prisional calmo mas valorizando o homem, disse. É preciso que nos preocupemos em proporcionar atividades ao detento, e depois quando ele estiver em liberdade, condições para que, com o seu trabalho, mantenha uma vida honesta, destacou Gautério. O PAC, através de convênios firmados entre a Susepe e empresas públicas ou privadas, tem como objetivos a qualificação e valorização da mão-de-obra prisional, a ressocialização e inclusão social, além da manutenção da segurança pública. Está alicerçado na idéia de que o cumprimento da pena deve propiciar o crescimento e a recuperação, conforme a Lei de Execução Penal, através de ações como a educação e o trabalho prisional, evitando que os apenados reincidam no crime.
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