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Estado terá diagnóstico próprio para casos suspeitos de ingestão de metanol

Centro de Informação Toxicológica passará a realizar os exames

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Imagem de uma reunião formal em sala de conferência. Cerca de 16 pessoas estão sentadas ao redor de uma mesa retangular, participando de discussões ou fazendo anotações. O ambiente é bem iluminado, com paredes brancas e luzes no teto. Ao fundo, há uma tela grande exibindo texto, possivelmente parte de uma apresentação ou pauta da reunião. Na parede lateral direita, há um mapa com regiões destacadas em diferentes cores. Os participantes estão vestidos em trajes sociais ou esporte fino e têm documentos e dispositivos eletrônicos sobre a mesa. A imagem retrata um momento de deliberação institucional ou técnica.
Reunião da Secretaria da Saúde alinhou ações da pasta em relação ao assunto nesta segunda-feira (6/10) - Foto: Arthur Vargas/SES

O Centro de Informação Toxicológica (CIT), vinculado ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), passará a realizar, nos próximos dias, exames laboratoriais para identificação de metanol em casos suspeitos de ingestão durante o consumo de bebidas destiladas. A medida representa um avanço na capacidade de resposta do Rio Grande do Sul frente a possíveis intoxicações por essa substância.

A equipe técnica do CIT já adquiriu os insumos necessários e está em fase de padronização e testes dos equipamentos. A previsão é de que os exames comecem a ser realizados na próxima semana. Atualmente, essa análise é feita pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), que continuará prestando assessoramento técnico ao CIT na operacionalização da metodologia.

Com a nova estrutura, o Rio Grande do Sul se tornará um dos poucos Estados brasileiros com capacidade própria para esse tipo de diagnóstico. “A nossa equipe já tem experiência em análises toxicológicas, e agora está preparada para atuar também na identificação de metanol. Queremos ser referência nesse tipo de atendimento”, afirmou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.

Além da estrutura laboratorial, a Secretaria da Saúde está realizando um levantamento junto à rede hospitalar sobre os estoques de etanol farmacêutico, utilizado no tratamento de intoxicações por metanol. O Estado também aguarda o envio de um antídoto específico, que está sendo adquirido pelo Ministério da Saúde junto a fornecedores internacionais.

O CIT será o ponto focal da Secretaria da Saúde para recebimento de notificações de casos suspeitos, feitas pelos serviços de saúde. O atendimento funciona pelo telefone 0800-7213000, com plantão 24 horas, todos os dias da semana. Profissionais de saúde podem obter apoio no diagnóstico e orientações sobre o tratamento por meio do serviço.

Casos suspeitos no RS

Até esta segunda-feira (6/10), o Rio Grande do Sul registrou um caso suspeito de ingestão de metanol. Trata-se de um homem de 38 anos, residente em Porto Alegre, que foi atendido no Hospital de Pronto-Socorro no sábado. Ele já teve alta hospitalar e segue em investigação laboratorial. Um segundo caso, em Santa Maria, foi descartado após análise.

O paciente da capital preservou parte da bebida ingerida, uma cachaça, que será encaminhada ao IGP para análise. Caso seja confirmada a presença de metanol, será necessário rastrear a origem da bebida, incluindo lote e estabelecimento de venda. A Vigilância Sanitária Municipal, com apoio do Estado, será responsável por essa ação.

Na última sexta-feira (3/10), o governo do Estado criou um comitê intersecretarial para acompanhar possíveis casos de bebidas contaminadas por metanol. O grupo reúne representantes das secretarias da Saúde, da Segurança e da Agricultura, além de órgãos como Samu, Cevs, Polícia Civil, Brigada Militar e IGP.

Uma reunião entre os integrantes do comitê está marcada para terça-feira (7/10), quando será discutida a publicação de uma nota informativa conjunta. O documento deverá orientar municípios e serviços de saúde sobre procedimentos e ações diante de casos suspeitos.

O que fazer em casos de suspeita de intoxicação

Diante da ocorrência de intoxicações por metanol, o Ministério da Saúde reforça a importância da vigilância e orienta sobre as ações a serem tomadas. O metanol é uma substância tóxica usada em solventes e produtos químicos, podendo causar danos graves ao fígado, cérebro e nervo óptico — com risco de cegueira, coma e até morte.

Principais sintomas (podem surgir entre 12 e 24 horas após ingestão):

  • Dor abdominal
  • Visão alterada
  • Confusão mental
  • Náusea

Esses sinais podem ser confundidos com os de uma ressaca comum. Por isso, ao identificá-los, a pessoa deve procurar imediatamente atendimento médico em uma unidade de emergência.

Na chegada ao serviço de saúde, é essencial informar:

  • Que houve consumo de bebida alcoólica
  • O contexto (ex.: festa, bar, evento)
  • Tipo de bebida ingerida
  • Presença ou não de rótulo na embalagem
  • Horário aproximado da ingestão
  • Essas informações ajudam na investigação, diagnóstico e tratamento adequados.

Texto: Ascom SES
Edição: Secom

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