Estudantes da Rede Estadual levam protagonismo juvenil e propostas climáticas para a COP30
Delegação apresentará a Declaração da Juventude Gaúcha pelo Clima e a estratégia para Escolas Resilientes
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A educação pública gaúcha ganha destaque e marca presença na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre em Belém. O governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), incentiva o protagonismo juvenil na pauta sobre o clima, levando até a capital paraense uma delegação de nove estudantes da Rede Estadual. Vindos de várias regiões do Estado, eles representarão o Rio Grande do Sul em debates sobre sustentabilidade, meio ambiente e o papel da juventude diante dos desafios climáticos.
Uma das principais agendas da delegação será nesta segunda-feira (17/11), durante o Dia da Juventude, quando uma das estudantes participará do painel “Diálogo Intergeracional”, na Zona Azul da COP30. O debate contará com a presença de Ana Toni, diretora-executiva da COP30 e ex-secretária nacional de Mudança do Clima.
Na ocasião, a estudante Maria Isabelly D’Agostini da Silva, da Escola Estadual Quilombola Santa Teresinha, levará propostas da Declaração da Juventude Gaúcha, um documento elaborado pelos próprios estudantes gaúchos. A carta é fruto de um trabalho coletivo, realizado durante a Mini COP, evento de preparação que a Seduc promoveu em julho.
Os jovens, com idades entre 15 e 18 anos, integram o Conselho de Participação Estudantil (CPE), uma iniciativa desenvolvida pela Seduc desde 2024. O conselho foi criado para estimular e fortalecer nos estudantes competências como liderança, cidadania, comunicação e resolução de problemas. Desta forma, a delegação gaúcha é composta por líderes estudantis, escolhidos para representar suas comunidades escolares e suas respectivas Coordenadorias Regionais de Educação (CREs).
Vozes da juventude na COP30
Até quarta-feira (19/11), os estudantes participarão de atividades com jovens de outros Estados e países, em oficinas e intercâmbios que abordam temas como poluição oceânica, financiamento climático, inovação tecnológica, educação ambiental e cultura como instrumentos de transformação social. As ações serão realizadas principalmente na Green Zone e Free Zone, espaços da COP30 dedicados a valorizar as vozes das juventudes, entre outros espaços com programações paralelas voltadas às juventudes.
Eles também acompanharão o painel “Financiamento Climático: o papel multisetorial e crucial do investimento para implementar iniciativas resilientes e sustentáveis”, voltado a discutir caminhos para que governos e sociedades enfrentem eventos meteorológicos cada vez mais intensos.
Na quarta-feira (19/11), a delegação dos estudantes acompanhará o painel “Arte e cultura como potencialidades transformadoras na proteção do planeta”, na Free Zone. A proposta é refletir sobre como as linguagens artísticas podem mobilizar comunidades, inspirar mudanças e ampliar o alcance das pautas socioambientais.
Além de levarem a urgência da atenção ao bioma Pampa, os estudantes apresentarão as estratégias para a criação das Escolas Resilientes. A estratégia desenvolvida pelo governo do Estado, busca preparar a Rede Estadual para eventos adversos, com foco na prevenção, resposta a desastres socioambientais e recuperação das escolas, assegurando a continuidade do ensino com equidade e qualidade.
"Mais do que prédios seguros, essas escolas representam um novo jeito de aprender e cuidar. Suas estruturas são planejadas para proteger e inspirar: utilizam materiais sustentáveis, sistemas de drenagem e captação da água da chuva, energia solar e ventilação natural. Cada detalhe foi pensado para garantir segurança, autonomia e respeito ao meio ambiente, tornando-as exemplos vivos de adaptação e sustentabilidade. Mas a resiliência vai além das paredes. Dentro dessas escolas, o acolhimento emocional é prioridade", descreve um trecho do documento.
Propostas para o futuro
A "Declaração da Juventude Gaúcha" detalha ações práticas locais, estaduais e nacionais para o Rio Grande do Sul no combate às mudanças climáticas. Entre as propostas estão:
- Incentivo a projetos sustentáveis e de energia limpa nos espaços escolares;
- Educação ambiental para crianças, com ações práticas e vivências ao ar livre;
- Produção e distribuição de materiais didáticos interativos sobre educação ambiental e climática;
- Adaptação de escolas e cidades para enfrentar eventos extremos;
- Fortalecimento dos sistemas de alerta e prevenção de desastres;
- Ampliação do uso de fontes de energia renovável e incentivo ao transporte não poluente;
- Proteção dos povos originários e incentivo à agroecologia como caminho para a soberania alimentar.
Texto: Ascom Seduc
Edição: Secom