A trajetória do prédio que se tornou ícone de Porto Alegre será repassada na exposição "Majestic: 100 Anos de História", a partir desta sexta-feira (19), em comemoração ao centenário do Hotel Majestic. A edificação, considerada referência arquitetônica, comercial e cultural, abriga desde 1990 a Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) - que ganhou este nome porque ali viveu, durante muitos anos, o poeta Mario Quintana. 

Promovida pelo Núcleo de Acervo e Memória, junto com o Núcleo de Exposições da CCMQ, a mostra poderá ser vista até 2 de julho, na Sala Memorial Majestic - Rua dos Andradas, 736, térreo, Ala Oeste. 

A construção do Hotel Majestic teve início em 1915. Era um projeto ousado para a época, assinado pelo arquiteto Theo Wiederspahn. Foi o primeiro prédio erguido em Porto Alegre com o uso de concreto armado. Também era inovadora a proposta de unir duas edificações com passarelas sobre a então Rua Araújo Ribeiro (atual Travessa dos Cataventos), o que causou temor nas autoridades municipais. 

A primeira parte a ficar pronta foi a Ala Oeste, em 1918. Em 1926, foi inaugurada a Ala Leste. A edificação consolidou-se na paisagem urbana, destacando-se com seus sete pavimentos ao leste e cinco no lado oeste. A combinação de elementos arquitetônicos realçou a grandiosidade da obra, tornando-a um marco da capital, reconhecida e admirada internacionalmente, tanto por arquitetos renomados como por visitantes.

Destacam-se, também, os personagens que fizeram parte dessa trajetória. Entre eles, o empresário Horácio Carvalho, proprietário dos terrenos onde foi construído o prédio, os Irmãos Masgrau (Jayme, Pedro, Domingos e Ramon, que se tornaram gerentes) e o poeta Mario Quintana, morador do hotel entre 1968 e 1980. 

Circulavam pelo Majestic muitas figuras ilustres. O escritor Erico Verissimo e sua esposa, Mafalda, passaram ali a lua-de-mel, vindos de Cruz Alta, em 1931. O ex-presidente Getúlio Vargas era hóspede frequente na juventude, quando sua família vinha a Porto Alegre. E o ex-presidente João Goulart foi outro morador do hotel, nos tempos de estudante.

O craque Pelé, quando seu time, o Santos, vinha jogar em Porto Alegre, ficava sempre no Majestic. A vedete Vírginia Lane e o cantor Francisco Alves eram outros hóspedes habituais. Ele costumava descer as escadarias treinando a voz para apresentações que faria à noite, o que surpreendia e encantava os frequentadores do hotel.

Texto: Assessoria de Imprensa/Cultura
Edição: Rui Felten/CCom