Os resultados parciais do projeto que a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro/RS) está realizando nas regiões da Fronteira Oeste e Campanha com o financiamento do RS Rural serão apresentados amanhã (24), às 10h15min, no auditório da Emater em Porto Alegre. A palestra será com a pesquisadora Zélia Castilhos, que coordena as iniciativas. A atividade faz parte da programação do Seminário de Apresentação dos Resultados de Pesquisa do Programa RS Rural, que começou hoje (23). Ao todo, a Fepagro está executando sete ações direcionadas para qualificar a produção e aumentar a renda dos pecuaristas familiares da Metade Sul do Estado. Os pecuaristas familiares formam um segmento composto por produtores que se dedicam prioritariamente a bovinocultura de corte e a ovinocultura em propriedades com no máximo 300 hectares. Além disso, a renda anual média com as atividades rurais não ultrapassa a cifra dos R$ 40 mil e utilizam mão-de-obra familiar. Estima-se hoje a existência de cerca de 45 mil famílias vivendo nesses condições no Rio Grande do Sul, segundo dados do perfil levantado pela Emater. Segundo Zélia Castilhos, um dos destaques de resultados parciais obtidos é na pesquisa sobre uso racional da pastagem nativa. No estudo foi realizada uma comparação da produção de bovinos em pastagem nativa com diferentes intensidades de pastejo, além de análises sobre pastagem nativa diferida e melhorada. O objetivo é constatar em quais condições, em que também é levada em consideração a carga animal por área de pastoreio, há maior ganho de peso. Nos trabalhos foi confirmada a hipótese de que pastagem nativa melhorada, com a sobressemeadura de espécies como o trevo vermelho, o azevém e o cornichão, é mais promissora. No inverno, cada animal que se alimentou com essa forragem apresentou em média um quilo de ganho diário. Nas outras estações, os índices foram inferiores, mas superiores a média do Estado nas menores intensidades de pastejo. Outros trabalhos da Fepagro dentro do RS Rural Campanha e Fronteira Oeste são estudos científicos sobre sistemas de pastejo para a produção de ovinos, avaliação de espécies arbóreas e forrageiras para o estabelecimento de sistemas silvipastoris, práticas de manejo na atividade pecuária para controle do capim annoni e a preservação da biodiversidade da mandioca e da batata-doce para uso em sistemas de produção agroecológica. Também foi criado um núcleo de ovinos com lã naturalmente colorida, na unidade da Fepagro em Santana do Livramento, onde estão sendo realizados cursos de capacitação em artesanato. Além disso, foi estabelecida uma unidade de validação da pesquisa de melhoramento e manejo da pastagem nativa numa propriedade rural de Alegrete. Os testes das hipóteses dentro da realidade cotidiana dos pecuaristas familiares contam com a participação da Fundação Maronna. De acordo com a coordenadora dos projetos, a Fepagro vai divulgar os resultados da unidade de validação, mais detalhadamente, num dia de campo previsto para o dia 3 de junho em Alegrete. A programação ainda está sendo negociada, mas os dados estarão disponíveis em breve no site da instituição. Já, as informações sobre o Seminário de Apresentação dos Resultados de Pesquisa do Programa RS Rural podem ser obtidas na coordenação do Programa RS Rural da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA), pelo telefone (51) 3288.6357.