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Financiamento de infraestruturas de transporte é debatido no Conselhão

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Reunião integrou conjunto de atividades do grupo de trabalho que discute soluções em mobilidade urbana em grande aglomerados
Reunião integrou conjunto de atividades do grupo de trabalho que discute soluções em mobilidade urbana em grande aglomerados - Foto: Alexandre Miorim/Conselhão

Financiamento de infraestruturas de transporte nas regiões metropolitanas foi o tema de reunião, nesta terça-feira (9), no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Cdes-RS). A necessidade de planejar políticas em mobilidade de forma sistêmica foi o eixo da discussão. O encontro, em Porto Alegre, contou com a participação do professor da UFRGS Luiz Afonso Senna, além de conselheiros da sociedade civil e membros do Governo do Estado.

Convidado para palestrar aos integrantes do grupo de trabalho Mobilidade Urbana, do Conselhão, o engenheiro civil Afonso Senna, especializado na área de infraestrutura de transportes, fez uma abordagem acadêmica sobre o tema, com informações históricas, experiências em outros países e dados comparativos. "Os financiamentos são fundamentais para assegurar que os recursos estejam disponíveis quando necessários", explicou.

Transporte como rede
"É preciso pensar o transporte público pela perspectiva de rede, e não apenas como linha", afirmou o professor. Integração entre as instituições responsáveis, integração operacional dos serviços e obtenção de fontes sustentáveis para o seu financiamento foram elementos apontados pelo professor. "Devemos olhar para o sistema de transportes como um todo, para assegurar que esteja integrado e que dê a qualidade necessária aos serviços", complementou Afonso Senna.

A priorização do uso de automóveis foi aspecto mencionado pelo engenheiro. Conforme sua apresentação, no Brasil, em 2010, havia cerca de 6,1 pessoas por veículo. A tendência é que esse quadro se agrave com o crescimento da indústria automobilística no país, segundo Senna. Como solução, ele aponta a necessidade de qualificação dos sistemas de transporte coletivo. “Se o transporte público estiver ruim, as pessoas preferem utilizar seus automóveis”, exemplificou.

RS captou recursos para financiar infraestrutura
A estratégia do Estado para o financiamento da infraestrutura de mobilidade urbana foi apresentada na reunião pelo assessor técnico da Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã (Seplag) Roberto Vieira. O governo captou recursos junto ao Governo Federal e contratou operações de crédito junto a bancos nacionais e internacionais - a construção da BR-448 (Rodovia do Parque), a duplicação da BR-116 e a extensão do Trensurb foram citados como exemplos de obras com aplicações diretas da União.

Vieira ainda mencionou projetos para melhorar a mobilidade urbana da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), que já garantiram a captação de recursos do Governo Federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O PAC Mobilidade Grandes Cidades prevê investimentos de R$ 314 milhões, envolvendo nove municípios da RMPA. O PAC Pacto da Mobilidade destinará R$ 240 milhões, em sete municípios da região. Ambos preveem intervenções para construção de faixas exclusivas, ciclovias, duplicações de vias, corredores e qualificação de passeios públicos.

Contribuições da sociedade civil
A importância do controle social na gestão do financiamento em mobilidade urbana foi ressaltada pelo conselheiro Mauri Cruz. Ele ainda destacou a tendência de “agudização” da crise de mobilidade, caso o modelo brasileiro continue focado no transporte individual privado. A necessidade de planejamento em rede das políticas de mobilidade urbana também foi reforçada pelo conselheiro.

A reunião integrou o conjunto de atividades do grupo de trabalho Mobilidade Urbana, do Conselhão, cujo objetivo é discutir soluções em mobilidade urbana nos grandes aglomerados. O grupo elabora um conjunto de recomendações sobre o tema, contribuindo para formulação do documento da Rede Brasileira de Conselhos de Desenvolvimento Econômico e Social, que será entregue ao Governo Federal, Estados e municípios.

Texto: Alexandre Miorim
Edição: Redação Secom

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