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Fiscalização, preservação e pesquisas são mantidas nos parques estaduais durante isolamento social

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Paola Stumpf Unidades de Conservação
No Estado, há 23 Unidades de Conservação (UCs) administradas pela Sema - Foto: Paola Stumpf/Divulgação

Jardim Botânico, Museu de Ciências Naturais, Parque Zoológico e as Unidades Estaduais de Conservação, espaços administrados pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), estão fechados até 30 de abril, em razão das medidas de prevenção à Covid-19. Os parques reúnem estudantes, pesquisadores, famílias e rendem boas memórias. Embora os portões não estejam abertos ao público e as rodas de chimarrão tenham dado uma pausa, profissionais seguem atuando diariamente na manutenção, no cuidado, na fiscalização e na preservação desses ambientes. Seja em regime de home office ou presencial, o objetivo é manter a estrutura e os ecossistemas para recepcionar os visitantes quando o período de isolamento acabar.

Parque Zoo
Biólogos, veterinários, tratadores de animais e equipe de manutenção e limpeza seguem trabalhando presencialmente no Zoo - Foto: Ascom Sema

O Parque Zoológico, localizado em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, conta com cerca de 80 funcionários. Aqueles que têm acima de 60 anos (25% do total) e, portanto, integram um dos grupos de risco da Covid-19, estão em teletrabalho. A equipe de vigilância, que age 24 horas por dia, segue com o seu efetivo e escala de horários mantidos. Os demais servidores estão em regime de revezamento.

As reuniões que ocorriam toda semana entre os profissionais foram substituídas por contatos virtuais, estabelecidos com mais frequência. A gestora do parque, Caroline Weissheimer Costa Gomes, informa que biólogos, veterinários, tratadores de animais e equipes de manutenção e limpeza continuam trabalhando de forma presencial, obedecendo a uma escala de revezamento. “Nossos animais não podem ficar desassistidos em nenhum momento e necessitam de atendimento diário”, explica.

O Zoo implementou cuidados extras. Tratadores utilizam luvas e máscaras, reduzindo o contato direto com os animais e estabelecendo higienização mais intensa aos recintos e utensílios.

Pesquisa e preservação

Em Porto Alegre, a rotina no Jardim Botânico e no Museu de Ciências Naturais também foi adaptada. Pessoas com mais de 60 anos trabalham em casa, e o restante faz revezamento. Ao todo 58 profissionais atuam na Divisão de Pesquisa e Manutenção de Coleções Científicas. Os encontros, agora por videochamada, mantêm o encaminhamento dos projetos e das pesquisas, numa rotina diária de contribuição para a ciência e a sociedade.

O museu fica dentro da área do Jardim Botânico, e suas coleções científicas necessitam de atenção todos os dias. O chefe da divisão, Daniel Brambilla, comenta que são muitos detalhes a serem preservados, além da segurança do local. “Os técnicos e biólogos mantêm a condição das coleções. Entre suas atividades estão controlar a quantidade de álcool necessária para manter as peças conservadas dentro dos vidros, observar a temperatura e a umidade das salas e a irrigação ou desenvolvimento de doenças nas coleções vivas de plantas”, explica.

Brambilla reforça a importância de poder contar com uma equipe que faz a diferença em um período tão delicado. “Enquanto alternativas são encontradas para que possamos retomar a rotina, nossa equipe segue preservando o essencial e atendendo às demandas que surgem para proteger a riqueza histórica que temos em 36 hectares de natureza e na curadoria das coleções científicas que pertencem a todos os gaúchos”, reforça.

Unidades de Conservação

Nas 23 Unidades de Conservação (UCs) administradas pela Sema, o período de isolamento social tem feito os guarda-parques atuarem de forma mais intensa devido a um problema que não é comum na rotina dos profissionais: o descumprimento de regras pela população.

Fiscalização UCs
Neste período, guarda-parques precisam impedir que pessoas descumpram isolamento social e entrem nas unidades - Foto: Ascom Sema

Mesmo diante da situação de calamidade pública decretada pelo governo do Estado, muitas pessoas vêm utilizando as UCs para pescar ou caçar de forma irregular. Os guarda-parques também flagram acampamentos em áreas de preservação ou pessoas passeando durante o período de isolamento.

Essas infrações preocupam os 114 servidores que atuam nas unidades e readaptaram suas rotinas entre trabalho em casa e revezamento, seguindo a regra de manter serviços essenciais funcionando, como a proteção ao ambiente.

“Entendemos que devemos cumprir com o nosso papel de mantenedores, de fiscalizar e gerir as áreas protegidas. No entanto, pedimos que a população também colabore neste sentido. Nós seguimos trabalhando para proteger e preservar aqueles que devem ficar em casa. Quarentena não é férias. Seguimos monitorando todas as atividades das áreas, que poderão ser visitadas após a normalização da rotina”, destaca o chefe da Divisão e Unidades de Conservação, Luciano Weber Kops.

Para o guarda-parque Cassiano Oliveira, que trabalha no Parque Estadual do Tainhas, “as espécies da fauna e da flora são fundamentais para a manutenção da biodiversidade nesses locais”. Ele critica que nesse período a população busque refúgio na natureza. “Lugares como o parque são protegidos por lei, exatamente por serem frágeis e por necessitarem de máxima atenção. Seguiremos vigilantes e atuantes, mas pedimos que toda a comunidade se proteja e fique em casa”, diz.

Texto: Bárbara Corrêa e Laura Maria/Ascom Sema
Edição: Secom

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