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Geralcoop retoma atividades da fábrica de fogões em Guaíba

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Os portões da fábrica da Companhia Geral de Indústrias, que entrou em falência em outubro de 2001, foram reabertos às 8h30 de hoje (08), com a presença do governador Olívio Dutra, do secretário do Desenvolvimento Zeca Moraes, do presidente do Banrisul, Túlio Zamin, e do prefeito em exercício de Guaíba, Roberto Quadros da Silva. A empresa passou a ser administrada pela Cooperativa dos Trabalhadores em Metalurgia de Guaíba (Geralcoop), que arrendou o parque fabril. Inicialmente, 170 trabalhadores retomam as atividades, com a perspectiva de envolver os 450 associados da Geralcoop, à medida que aumenta as vendas da empresa. Durante o ato também foi oficializado um empréstimo do Banrisul à empresa, no valor de R$ 600 mil, para capital de giro, o que permite a manutenção dos equipamentos, compra de matéria-prima e reativação da produção. Em seguida, o governador, demais autoridades e trabalhadores fizeram uma visita às instalações da fábrica. Olívio Dutra saudou a iniciativa e a coragem dos trabalhadores em constituir uma alternativa autogestionária para garantir os postos de trabalho. A Geralcoop é um bom exemplo da capacidade, inteligência e empreendedorismo dos trabalhadores, afirmou. O governador disse também que muitos integrantes do atual governo, em tempos anteriores, estiveram em frente à fábrica da Cia. Geral, lutando para que a empresa tratasse melhor seus funcionários e para que os dirigentes sindicais pelo menos soubessem o que estava acontecendo com a gestão da empresa. Quando chegamos ao Governo nos perguntamos como a Companhia Geral, que já havia contratado mais de três mil trabalhadores, estava chegando à falência e os governantes até então agiam como se nada tivessem a ver com isso. Enquanto isso, enormes recursos públicos eram direcionados para empresas multinacionais. Destacando a importância do apoio do Banrisul e da Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai) no processo de reabertura da fábrica, Olívio Dutra disse que o governo passou a se somar na luta dos trabalhadores, protagonistas principais na construção desta alternativa. A Geralcoop iniciou hoje a manutenção dos equipamentos da fábrica e até o começo de abril estará reativando duas linhas de produção, uma de fogões a lenha e outra de aquecedores de passagem a gás. A estimativa é de que a produção chegue a 1,5 mil fogões a lenha, 1,5 mil aquecedores, seis mil kits de conversão de gás e fundição de 20 toneladas de ferro, ao mês, no período de um ano. O presidente da Geralcoop, Niro Barrios, disse que a criação da cooperativa significa a concretização de um sonho e, ao mesmo tempo, um enorme desafio. Podemos dizer que a cooperativa tem sangue, coração e cérebro e vai saber usar toda a sua capacidade para transformar sonho em realidade, disse. Ele afirmou ainda que a Geralcoop, mais do que produzir fogões, vai mostrar que iniciativas controladas pelos trabalhadores têm muito a contribuir com o desenvolvimento de Guaíba. O presidente afirmou também que a cooperativa já possui vários contatos para venda do produto e que as perspectivas nesta área são boas. A Cia Geral chegou a responder pelo sexto maior recolhimento de impostos no município e empregou três mil trabalhadores, sendo que na época da falência contava com 650 funcionários. A empresa respondia por 48% do mercado nacional de fogões a lenha e por 33% do mercado nacional de fogões a gás. Na linha de aquecedores, chegou a atingir 83% dos mercados do Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Esta é a única indústria de aquecedores de passagem em que a produção é inteiramente nacional. O secretário Zeca Moraes disse que a reabertura da fábrica da Geralcoop é mais um caso de organização dos trabalhadores que, com o apoio do Governo do Estado, reativaram parques industriais de empresas que entraram em falência. Segundo Moraes, são 24 cooperativas no RS que se formaram a partir de empresas que faliram, com o envolvimento direto de 2.500 trabalhadores. É o caso da CTMC, que assumiu a ex-Vogg; da Coopercana, que assumiu a Alpox S . A . e que já está recolhendo impostos; e da Cootegal, antigo Lanifício Sehbe, cujos trabalhadores conseguiram gerar uma poupança e compraram a planta industrial. O Programa Economia Popular Solidária acompanha 300 projetos, envolvendo cerca de 13 mil trabalhadores. O Governador Olívio Dutra salientou a importância do Banrisul como banco público neste processo. O Banrisul não foi nem será privatizado. É um dos tantos protagonistas no desenvolvimento do RS, pois está financiando micro e pequenas empresas e cooperativas gaúchas, explicou.
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