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Governo acelera melhorias em escolas, mas enfrenta escassez de mão de obra

Do total de 186 instituições com trabalhos em execução, em 17 os serviços estão paralisados

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Manutenção do telhado da EEEM Dom Feliciano, em Dom Feliciano
Escola Estadual de Ensino Médio Dom Feliciano, em Dom Feliciano, passa por recuperação do telhado - Foto: Catia Fernanda Oliveira Mutzenberg/SOP

O Governo do Rio Grande do Sul acelerou as obras de recuperação da infraestrutura das escolas estaduais, e os investimentos atingem valores inimagináveis há até pouco tempo, como os R$ 58 milhões destinados só no mês de agosto a 51 manutenções iniciadas por meio da Contratação Simplificada. Algumas intervenções, porém, enfrentam um problema recorrente na construção civil: a falta de mão de obra. No momento, das 187 escolas com obras em execução, em 17 elas estão paralisadas – o que representa 9,1% do total. No início da atual gestão, em abril de 2023, havia 93 obras e 60 paralisadas (64,5% do total).

“Os dados mostram que há recursos e vontade política para a realização de melhorias nas escolas, garantindo aos alunos, professores e funcionários a infraestrutura de qualidade que merecem e exigem há muito tempo”, destaca a secretária de Obras Públicas, Izabel Matte. “Os casos em que esbarramos na falta de mão de obra existem, mas são poucos perante o grande número de realizações que estamos atingindo.”

As obras que estão paradas ficam em Arroio do Meio, Arroio Grande, Canguçu, Carlos Barbosa, Cristal, Jaguarão, Porto Alegre, Rio Grande e Venâncio Aires. Esse contexto é percebido também em outros Estados. A Sondagem da Construção de agosto, levantamento elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que a escassez de trabalhadores qualificados é a principal limitação para o setor no país.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e coordenador do Conselho de Infraestrutura da Fiergs, engenheiro Ricardo Portella, confirma que a falta de mão de obra atinge a construção civil. O problema se destaca mais ainda no Estado por dois motivos: a necessidade de reconstruir as estruturas danificadas pelas enchentes e o fato de que o Rio Grande do Sul recuperou a capacidade de investir.

Conforme Portella, o setor de construção pesada precisa de cerca de 5 mil trabalhadores. Isso decorre em grande parte dos investimentos relacionados ao Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs).

De outros Estados

Para o gerente de contratos da Cetus Construtora, Artur Neves Dariano, a falta de mão de obra é uma realidade no Rio Grande do Sul, e o volume crescente de obras realizadas pelo Estado amplia a necessidade de trabalhadores. A empresa, inclusive, pediu auxílio a uma entidade do setor de construção civil para conseguir mais profissionais e evitar atrasos.

CE Onofre Pires, em Santo Ângelo   Demolição de piso (Luana Bottoli Schemmer)   2025
Colégio Onofre Pires, em Santo Ângelo, está entre as 186 escolas com obras no momento - Foto: Luana Bottoli Schemmer/SOP

"É do nosso interesse entregar todas as escolas, mas o Estado inteiro está em reconstrução, não só os prédios públicos. É bem complexo. Estamos constantemente procurando, com anúncios em diversas plataformas, mas temos bastante dificuldade de conseguir mão de obra, tanto que estamos trazendo de outros Estados", conta Dariano.

Conforme o diretor técnico da Engpac, Thiago Herson, a recuperação da rede elétrica executada pela empresa em escolas localizadas em Pelotas prosseguiu porque contrataram técnicos da Paraíba.

Recuperação das escolas

Para impulsionar os trabalhos de recuperação da infraestrutura das escolas, a Secretaria de Obras Públicas (SOP) iniciou, no começo desta gestão, em 2023, um processo de reengenharia interna, com a adoção de novas práticas que permitiram agilizar o início de obras, aumentar o monitoramento e a fiscalização do andamento dos trabalhos e tornar realidade as melhorias nos prédios públicos.

Isso permitiu que, nesses três anos, fossem concluídas obras em 400 escolas, um investimento de R$ 143,2 milhões.

Novas escolas

Os investimentos não se resumem a recuperar as estruturas já existentes: no último mês, o governador Eduardo Leite autorizou o início do processo de construção de uma nova escola da Rede Estadual em Gravataí, empreendimento que receberá R$ 37,4 milhões. Outros 19 novos prédios escolares serão construídos. Sete deles, contando com a de Gravataí, pelo modelo do Escola+, que define os padrões visuais e de construção para a Rede Estadual. Além do valor destinado à escola de Gravataí, outras nove já têm previsão de investimento, totalizando R$ 197,4 milhões. A última escola desse porte que um governo do Rio Grande do Sul construiu foi em 2009.

Mais do que ter recursos para qualificar a educação, o Estado vive hoje um cenário de agilidade no atendimento das demandas. Há um constante monitoramento conjunto da SOP com a Secretaria da Educação (Seduc) para conferir o andamento das obras dentro do cronograma estabelecido, identificar as necessidades de cada instituição e dar rapidez à execução dos trabalhos.

“Atualmente, o desafio para qualificar as escolas não é conseguir recursos, porque há orçamento, nem de processos, porque temos capacidade de executar – e com agilidade. O nosso maior desafio para ampliar a qualificação dos prédios escolares é que as empresas consigam contratar mais trabalhadores”, avalia Izabel.

Obras escolares em andamento

  • 187 escolas
  • R$ 302 milhões

Obras escolares concluídas (desde 2023)

  • 400 escolas
  • R$ 143,2 milhões

Texto: Ariel Engster/Ascom SOP
Edição: Secom

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