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Governo discute importância de articulação internacional para projetos de resiliência climática

Assunto foi debatido na Conferência do Clima de Bonn, realizada na Alemanha

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A foto mostra seis pessoas sentadas lado a lado atrás de uma mesa comprida, com notebooks e microfones à frente. Atrás delas, há uma tela grande com o nome "Marjorie Kauffmann" e o título "Secretária Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul; Vice-presidente do ICLEI". A parede ao fundo tem uma arte abstrata colorida.
Secretária Marjorie Kauffmann (2ª da esq. p dir.) lembrou que o RS está no centro das mudanças climáticas - Foto: Vanessa Trindade/Ascom Sema

O governo do Estado participou de um debate, na quinta-feira (19/6), sobre a necessidade de articulação e investimentos internacionais para projetos de mitigação e adaptação climática, sobretudo aqueles que preveem a segurança alimentar. O assunto foi tema de um painel da Conferência do Clima de Bonn, na Alemanha.

Durante a sua fala, a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, lembrou que o Rio Grande do Sul está no centro das mudanças climáticas.

“Cerca de um ano depois da maior tragédia meteorológica que atingiu o Estado, estamos novamente enfrentando enchentes em diversas regiões. Cerca de 60 municípios já reportaram algum tipo de dano. Nossa participação em eventos como a Conferência de Bonn é justamente para chamar a atenção para o problema”, frisou Marjorie. “As autoridades mundiais ligadas ao clima precisam ter consciência do que estamos enfrentando.”

Marjorie reforçou que as articulações são fundamentais – inclusive para acessar recursos internacionais visando à implementação de projetos efetivos. Uma das maiores preocupações está na segurança alimentar.

O Rio Grande do Sul, cuja economia tem forte vínculo com o setor agropecuário, enfrenta desafios significativos diante das mudanças do clima. Os produtores – principais responsáveis pela manutenção da produção de alimentos e pela adaptação de práticas ao contexto climático – enfrentam barreiras no acesso a financiamentos.

"A sequência de efeitos climáticos prejudicou profundamente a manutenção da atividade agrícola, criando o endividamento e dificultando novos financiamentos, o que compromete a segurança alimentar. A inclusão da agricultura nessas discussões já representa um avanço importante, mas é preciso ir além”, avaliou a secretária. “Os governos devem desenvolver modelos que valorizem as boas práticas desses agricultores. Além disso, a adaptação climática exige financiamento robusto, especialmente em contextos de crise.”

Marjorie ressaltou ainda que a agropecuária pode ser uma grande aliada na mitigação das emissões. Os principais projetos em andamento no RS são as boas práticas implementadas pelo Programa ABC+RS - Agricultura de Baixo Carbono, os planos de descarbonização de quatro cadeias produtivas e os estudos para o desenvolvimento do inventário de gases de efeito estufa em campos e florestas.

Participaram do painel o representante do Ministério da Agricultura de Fiji, Tekini Nakidakida; o assessor sênior de Políticas do Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, Felicitas Röhrig; o representante do grupo africano de Negociadores do Zimbábue, Mclarence Mandaza; o líder de Projeto em Sustentabilidade, Direito, Meio Ambiente e Recursos Naturais do Peru, Lucía Palao; e o professor do Instituto de Ciências Biológicas (UFPA), Hervé Rogez.

Texto: Vanessa Trindade/Ascom Sema
Edição: Felipe Borges/Secom

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