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Governo do Estado divulga resultado preliminar de chamada pública para projetos de hidrogênio verde

Das 16 propostas apresentadas, quatro empresas estão habilitadas para próxima etapa do programa de fomento da cadeia produtiva

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A foto mostra quatro pessoas sentadas em uma mesa de reunião grande e retangular, com tampo de madeira, em uma sala com arquitetura clássica. A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, está sentada à frente e à esquerda, vestindo um casaco azul e com o cotovelo apoiado na mesa, olhando para o lado. À sua frente, um homem de blusa escura e óculos, que é o Chefe da Casa Civil, Artur Lemos, está sentado na ponta da mesa. Do outro lado da mesa, um homem com barba e óculos, com um suéter azul, está sentado à esquerda e interagindo. Uma quarta mulher de blusa vermelha e cabelos loiros está sentada à direita. A mesa tem papéis, tablets, xícaras de café e notebooks. A sala tem teto com adornos, janelas com cortinas longas e paredes com molduras.
Secretária do Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann, apresentou resultado do edital ao chefe da Casa Civil, Artur Lemos - Foto: Gustavo Mansur/Ascom Casa Civil

O governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Casa Civil, divulga na sexta-feira (1/8) o resultado preliminar do edital de chamada pública do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio Verde (H2V) no Rio Grande do Sul.

Com 16 propostas apresentadas, quatro empresas estão habilitadas tecnicamente: Tramontina, Refinaria de Petróleo Riograndense, Begreen Bioenergia e Fertilizantes Sustentáveis, e Âmbar Sul Energia S/A. As demais participantes serão comunicadas oficialmente e poderão apresentar recurso até o dia 5 de agosto.

Maturidade do setor

A secretária do Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann, destaca que o número de empresas inscritas no edital confirma uma tendência já percebida pelo Estado. “Há uma forte movimentação para o desenvolvimento do hidrogênio verde no Rio Grande do Sul e, pela proposta construída no edital — que busca empreendimentos que já tenham superado as fases experimentais — é possível observar uma maior maturidade nesse processo. Estamos confiantes de que esse edital representa mais um passo importante para a consolidação dessa cadeia energética no Estado.”

A próxima etapa do processo será a análise da capacidade econômico-financeira e das contrapartidas, a ser realizada pelo Badesul.

Fomentar a cadeia de hidrogênio verde

O objetivo do edital é impulsionar a cadeia produtiva do hidrogênio verde no Rio Grande do Sul, viabilizando a produção, transmissão, armazenagem e uso desse combustível sustentável, tanto para o consumo interno quanto para mercados externos. A iniciativa também busca contribuir com a transição para uma economia de baixo carbono, posicionando o Estado como referência nacional no setor.

"O número de propostas apresentado para o edital confirma que esta gestão tomou a decisão certa ao destinar um valor para projetos em hidrogênio verde. Aliado aos investimentos privados como contrapartida, os negócios vão movimentar um novo segmento da economia gaúcha com a geração de emprego e renda, beneficiando o ambiente e a sociedade", disse o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos.

O resultado detalhado, incluindo a relação completa das empresas participantes foi publicado pelo Portal ProClima 2050:


Propostas aprovadas pelo Comitê Técnico Especializado

Tramontina

O projeto Hidrogênio Verde Tramontina propõe a implantação de uma planta de produção de hidrogênio verde por eletrólise da água, utilizando energia renovável certificada, na unidade Cutelaria, em Carlos Barbosa. Com capacidade inicial de 1,25 MW, a planta poderá produzir até 462 kg de hidrogênio de alta pureza por dia.

O hidrogênio será utilizado para converter a frota de empilhadeiras e veículos industriais internos da empresa para células a combustível, eliminando emissões de carbono no transporte. Também será destinado à alimentação de fornos industriais atualmente movidos a hidrogênio cinza. A expectativa é de uma redução anual de 99,89 toneladas de CO₂ equivalente. O projeto reforça o compromisso da empresa com a autonomia energética e com a agenda de descarbonização no Estado.

Refinaria de Petróleo Riograndense

O projeto Biorrefinaria Riograndense – Geração de Hidrogênio Renovável para Utilização como Insumo na Produção de SAF será implantado em Rio Grande e prevê a criação de um complexo integrado, com uma unidade de hidroprocessamento de ésteres e ácidos graxos (HEFA, na sigla em inglês) para a conversão de matérias-primas lipídicas em combustível sustentável de aviação (SAF) e diesel renovável (RD), além de uma unidade de produção de hidrogênio renovável (HPU).

O diferencial do projeto está na autossuficiência em hidrogênio, com o reaproveitamento de subprodutos da própria HEFA como insumo para a produção, reduzindo a intensidade de carbono e eliminando a dependência de fontes fósseis externas. A iniciativa posiciona a refinaria como referência nacional em descarbonização no setor de combustíveis.

Begreen

Localizado em Passo Fundo, o projeto da Begreen propõe a produção integrada de hidrogênio verde (H₂V), amônia verde e um fertilizante nitrogenado de baixa emissão de carbono, a partir de eletrólise da água com energia renovável e nitrogênio capturado da atmosfera.

Inicialmente, o hidróxido de amônio verde será comercializado como insumo para fertilizantes no Rio Grande do Sul. Em uma segunda fase, a empresa pretende desenvolver e lançar seu próprio fertilizante sustentável, direcionado a produtores locais. O projeto tem como metas reduzir a dependência de fertilizantes importados, fortalecer a cadeia agrícola regional, fomentar a inovação e gerar empregos verdes, com apoio da Universidade de Passo Fundo (UPF).

Âmbar Sul Energia S/A

A proposta da Ambar Sul prevê a implantação de uma planta industrial em Candiota para a produção de hidrogênio verde a partir de energia solar fotovoltaica, com armazenamento em hidretos metálicos. O hidrogênio será utilizado em processos industriais e como vetor energético limpo, promovendo descarbonização, inovação tecnológica e desenvolvimento sustentável na região.

O projeto visa a substituir o hidrogênio cinza por hidrogênio verde no processo de arrefecimento industrial da Usina Termelétrica Candiota III, por meio de eletrólise da água, alimentada por uma planta solar já existente e um sistema de armazenamento de energia. A iniciativa é uma colaboração entre Âmbar Sul Energia, Arpoador Energia e H2D Energy, e tem como principal objetivo reduzir as emissões de carbono nas operações da usina — com estimativa de corte de 49.136 kg de CO₂ por ano.

Texto: Tamires Tuliszewski – Ascom Sema          
Edição: Anderson Machado/Secom 

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