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Governo e setor produtivo avaliam anúncio de tarifas dos EUA e alertam para impactos em empresas e empregos no Estado

RS é o segundo Estado brasileiro mais impactado pelas medidas, com perda potencial de R$ 1,92 bilhão no PIB, aponta Fiergs

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Governo e setor produtivo avaliam anúncio de tarifas dos EUA e alertam para impactos em empresas e empregos no Estado A jul
Governador defendeu adoção de medidas de apoio emergencial aos setores mais atingidos, caso não haja revisão das tarifas - Foto: Maurício Tonetto/Secom

Com o objetivo de reunir subsídios e articular estratégias diante do anúncio das tarifas de 50% anunciadas pelos Estados Unidos (EUA) contra produtos brasileiros, o governo do Estado promoveu na sexta-feira (18/7) uma reunião com representantes da indústria gaúcha, da diplomacia norte-americana e de entidades empresariais. O encontro foi conduzido pelo governador Eduardo Leite no Salão Alberto Pasqualini, no Palácio Piratini, com a participação do cônsul-geral dos EUA em Porto Alegre, Jason Green.

Durante a reunião, lideranças de quatro setores fortemente expostos ao mercado americano (armas e munições; madeira e móveis; pescados e calçados) relataram impactos já sentidos mesmo antes da entrada em vigor das tarifas, prevista para 1º de agosto. A expectativa negativa gerada pelas medidas tem levado a cancelamentos de encomendas, suspensão de contratos e paralisação de compras. 

“Existem empresas no Estado que exportam praticamente 100% da sua produção para os Estados Unidos. Comunidades inteiras estão sob risco. E esse impacto não será sentido apenas aqui: há também consequências diretas sobre cadeias produtivas e empregos nos próprios Estados Unidos. Por isso, nosso apelo é para que se avalie a postergação da entrada em vigor dessas tarifas, o que permitiria tempo para negociação, minimizando danos para os dois países”, afirmou o governador.

A foto mostra o Governador Eduardo Leite, um homem branco com barba escura e cabelo curto, vestindo um terno azul-marinho e gravata azul, em um momento de interação com a imprensa. Ele está em pé, no centro da imagem, com as mãos unidas à frente do corpo, enquanto diversos microfones de veículos de comunicação se estendem em sua direção para captar suas palavras. A cena se desenrola no Palácio Piratini, um ambiente interno ricamente decorado com paredes claras, detalhes arquitetônicos clássicos e um grande lustre pendente do teto, que adiciona um toque de formalidade e imponência ao local. Ao redor do governador, outras pessoas, incluindo repórteres e assessores, são visíveis, algumas parcialmente desfocadas, indicando a movimentação do evento. A iluminação geral é quente e suave, realçando os elementos do cenário e os rostos presentes.
“Nosso apelo é para que se avalie a postergação dessas tarifas, o que permitiria mais tempo para negociação”, afirmou Leite - Foto: Maurício Tonetto/Secom

Impactos para a economia gaúcha

Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), o Rio Grande do Sul é o segundo estado brasileiro mais impactado pelas medidas, com uma perda potencial de R$ 1,92 bilhão no PIB.

O mercado americano é o maior parceiro comercial da indústria de transformação gaúcha, respondendo por 11,2% das exportações do setor em 2024, o equivalente a US$ 1,8 bilhão. Em segmentos como o de armas e munições, a dependência é ainda maior: 85,9% das exportações têm como destino os EUA.

Apoio emergencial

O governador também defendeu que o governo federal avalie a adoção de medidas de apoio emergencial aos setores mais atingidos, caso não haja revisão das tarifas. No encontro, representantes da Fiergs apresentaram dados técnicos sobre os impactos econômicos das tarifas e reforçaram a necessidade de uma atuação diplomática firme, mas serena, por parte do governo brasileiro. 

“É um momento de muito diálogo, não podemos de maneira nenhuma acirrar ainda mais essa situação. A Fiergs está muito preocupada com essa situação. Já tivemos reuniões com as federações do Sul e com a Confederação Nacional da Indústria, e na segunda-feira teremos uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, em Brasília. Não podemos deixar passar nenhuma tentativa de acordo, porque é fundamental para que venhamos a conseguir um resultado melhor para nossas indústrias”, destacou o presidente da entidade, Cláudio Bier.

A foto mostra um salão nobre do Palácio Piratini, com uma plateia atenta sentada em cadeiras claras, de frente para uma apresentação. Ao centro, um homem de terno discursa em pé, utilizando um microfone, ao lado de uma tela que exibe conteúdo. As paredes do salão são adornadas por grandes e detalhadas pinturas murais históricas, e janelas altas com cortinas elegantes em tons claros permitem a entrada de luz natural. O piso é de madeira com um padrão geométrico.
Lideranças de quatro setores fortemente expostos ao mercado americano já relataram impactos mesmo antes das tarifas - Foto: Maurício Tonetto/Secom

Foco nas negociações

Leite reiterou que o governo estadual atua como articulador e porta-voz dos interesses locais, reconhecendo que negociações comerciais se dão entre governos nacionais. 

“Nosso papel é levar informações qualificadas para que o Brasil tenha argumentos sólidos nas tratativas com os Estados Unidos. E, acima de tudo, garantir que essa crise não seja instrumentalizada politicamente. O que está em jogo é o Brasil, não projetos eleitorais.”

Além do governador, participaram do encontro os secretários Artur Lemos (Casa Civil), Ernani Polo (Desenvolvimento Econômico), Pricilla Santana (Fazenda), e o presidente da InvestRS, Rafael Prikladnicki. Também estiveram presentes representantes da Abicalçados, CMPC, Farsul, Federasul, Fecomércio, GM, Tramontina, Braskem, Dell, Movergs, Sinborsul, Verallia, entre outras empresas e entidades setoriais. 

Texto: Juliano Rodrigues/Secom
Edição: Anderson Machado/Secom

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