Sistema prisional vacina quase 30 mil apenados contra a gripe
Pessoas privadas de liberdade e trabalhadores das casas prisionais estão incluídos nos grupos prioritários da imunização
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No primeiro semestre de 2025, 29.651 pessoas em cumprimento de pena no sistema prisional no Rio Grande do Sul receberam a dose do imunizante trivalente contra o vírus Influenza A (subtipos H1N1 e H3N2) e Influenza B, considerados os de maior importância epidemiológica pela Organização Mundial de Saúde. A vacina contra a gripe é a mesma disponível no Sistema Único de Saúde, produzida pelo Instituto Butantan.
Os números referem-se a apenados do regime fechado e semiaberto, população que se aproxima das 35 mil pessoas, o que representa uma cobertura aproximada de 80% do público-alvo.
“Temos responsabilidade com as pessoas que estão sob custódia do Estado. As casas prisionais promoveram ações para ampliar a cobertura vacinal e garantir que o sistema não seja multiplicador de doenças que podem interferir, também, do lado de fora dos muros”, explica o secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Jorge Pozzobom.
Pessoas privadas de liberdade e trabalhadores das casas prisionais estão incluídos nos grupos prioritários da imunização ofertada de forma gratuita, anualmente, pelo Ministério da Saúde.
Prevenção de agravamento das doenças respiratórias
A vacinação contra a gripe é uma das medidas mais eficazes para a prevenção de complicações respiratórias, hospitalizações e óbitos relacionados à infecção pelo vírus influenza. “No sistema prisional, a imunização adquire ainda maior relevância diante das vulnerabilidades e especificidades da população privada de liberdade e de seus trabalhadores”, alerta a diretora do Departamento de Tratamento Penal, Rita Leonardi.
A alta densidade populacional, a ventilação limitada e a circulação restrita são condições que aumentam o risco de surtos de influenza e outras infecções virais, com possibilidade de rápida disseminação. Além disso, muitos apenados apresentam histórico de acesso limitado à saúde, presença de comorbidades, uso de substâncias psicoativas e baixa cobertura vacinal anterior, o que potencializa os riscos associados à gripe.
Proteção coletiva
Para Rita, a vacinação no sistema prisional reafirma o compromisso da Polícia Penal com a saúde coletiva. “Ao se vacinar, protegemos também quem está ao nosso redor. Em ambientes de alta circulação viral, como os presídios, a imunização é um pilar essencial para a prevenção de surtos e para a garantia do direito à saúde”, ressalta.
Agentes penitenciários também foram imunizados
Os agentes penitenciários são abrangidos pela mesma política de vacinação contra a influenza e estão nos grupos prioritários. A saúde dos servidores é uma preocupação constante da instituição, segundo o superintendente Sergio Dalcol. “Trabalhamos muitas vezes em ambientes fechados e se torna importante que os colegas se previnam, seja acessando a vacina nas unidades das casas prisionais ou fora”, realça.
A inclusão de servidores penais no grupo prioritário se justifica pelo risco aumentado de exposição, já que atuam diretamente nos estabelecimentos penitenciários e, muitas vezes, em contato próximo com internos.
A vacinação está disponível na UBS Prisional e em outras unidades de saúde do SUS.
Texto: Paulo André Dutra/Ascom Polícia Penal
Edição: Anderson Machado/Secom