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Governo lança edital para estudo que embasará plano de transição energética justa

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Card em fundo cinza, no qual está escrito Meio Ambiente Infraestrutura ao centro, logo abaixo de um ícone formado por uma imagem do globo terrestre envolvido por um galho de planta com duas folhas em uma das ponta e na parte superior do globo. No canto inferior direito está a logomarca utilizada pela gestão 2023-2026 do governo do Rio Grande do Sul.
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Para avançar no atingimento das metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), o governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), lançou, na quarta-feira (8/11), um edital para a tomada de preços visando serviços de assessoria técnica e consultoria. O propósito é desenvolver estudos que sirvam de embasamento para o Plano Estadual de Transição Energética Justa.

O plano, que deverá ser produzido com base no estudo, emerge em um contexto global, no qual a transição energética justa se apresenta como uma necessidade. Com a urgência no enfrentamento das mudanças climáticas, vários países buscam fontes de energia sustentáveis e mudanças nos diversos elementos que compõem as cadeias energéticas, com o intuito de reduzir as emissões de carbono.

A discussão sobre a transição energética assume destaque no Rio Grande do Sul, especialmente nos setores de mineração de carvão e geração termelétrica. Nas regiões carboníferas do Baixo Jacuí e Campanha, estratégias específicas são necessárias para viabilizar uma transição equitativa.

Conforme a titular da Sema, Marjorie Kauffmann, o plano de transição energética justa é fundamental para possibilitar políticas mais efetivas na mitigação das mudanças climáticas. “O plano de transição energética justa é um elemento dentro do nosso plano estratégico para ações relativas a mudanças climáticas. O aporte técnico e de conhecimentos externos à secretaria é fundamental, pois precisamos ser rápidos e precisos na definição de nossas políticas que vão viabilizar uma transição gradual e leve a patamares ambientais, sociais e econômicos melhores”, afirmou.

Conforme a Assessoria do Clima da Sema (Asclima-Sema), o setor energético é responsável por 75% das emissões globais de GEE, enquanto no Rio Grande do Sul essa contribuição é inversa, representando 25% das emissões. Iniciativas focadas na descarbonização da matriz energética podem impactar positivamente outros setores.

A assessoria técnica desempenhará um papel crucial na elaboração do plano, buscando alternativas sustentáveis para diversificar a matriz energética e promover o desenvolvimento socioeconômico nas áreas afetadas.

Com enfoque na realidade local, as estratégias devem considerar as fontes de energias limpas disponíveis em cada localidade. No Rio Grande do Sul, 83,7% da energia elétrica gerada provém de fontes renováveis, destacando-se na comparação global, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O estudo contratado buscará um conhecimento aprofundado das regiões com produção carbonífera, buscando criar um plano de transição. A partir das potencialidades econômicas identificadas, será possível avaliar o uso do carvão, seus impactos e possibilidades nessas localidades.

Os objetivos principais incluem contribuir para as metas globais de redução de emissões, promover iniciativas sustentáveis e qualificar ambientalmente o território, garantindo segurança energética.

A avaliação dos resultados se dará por meio de iniciativas já em andamento, como o monitoramento das emissões de GEE, controle ambiental e viabilização de empreendimentos, além de regulação do setor de energia para garantir o suprimento à população.

Segundo a Asclima-Sema, a relação entre transição energética e resiliência climática é evidente, sendo o sucesso da primeira essencial para a segunda. O plano deve contribuir significativamente para a mitigação das mudanças climáticas, abordando aspectos relacionados à adaptação de estruturas.

Por meio do ProClima2050, o governo estadual demonstra seu comprometimento com acordos globais relacionados à agenda climática, buscando reduzir os impactos das mudanças na vida da população gaúcha e atingir a neutralidade de emissões líquidas de GEE.

A promoção da eficiência energética no âmbito do ProClima2050 é um pilar fundamental na estratégia de combate às mudanças climáticas. O governo adota políticas e implementa ações para incentivar a eficiência nos setores, indo além da promoção de fontes limpas e renováveis, abrangendo normas para tornar processos industriais mais sustentáveis e incentivar o uso consciente de energia pela população.

Incentivos

Em fevereiro deste ano, o governo estadual lançou um estudo, realizado pela consultoria McKinsey & Company, que estruturou diretrizes para o desenvolvimento e consolidação de diretrizes de arranjos produtivos do hidrogênio verde (H2V) no Rio Grande do Sul. Com base nos resultados apresentados, em setembro de 2023 também foi lançado o Programa de Desenvolvimento da Cadeia de H2V no Rio Grande do Sul. Entre os instrumentos, estão linhas de crédito, incentivos fiscais, por meio de fundos de desenvolvimento, e apoio na formação de mão de obra.

Por meio do Programa Gaúcho de Incentivo à Geração de Utilização de Biogás e Biometano (RS-Gás), atualizado em 2019, o governo busca contribuir para viabilizar a produção e o uso dos combustíveis, que podem contribuir para a redução da poluição do solo, água e ar, e apoiar incentivos fiscais e financeiros para geradores de resíduos orgânicos. O programa é capitaneado pela Sema e gerenciado por um comitê gestor composto por órgãos e entidades da administração estadual.

Nessa área, o governo também instituiu, em 2022, o Programa de Incentivo à Geração e Utilização de Biogás para Geração de Energia Elétrica (Biogás-RS). A ação é supervisionada pela RS-Gás e visa estimular a autoprodução, minigeração e microgeração de energia elétrica proveniente de combustíveis produzidos por biomassas. O programa estrutura o financiamento para projetos de biodigestores acoplados a geradores de energia elétrica. No mesmo ano, também foi publicado edital de chamada pública para desenvolver projetos no âmbito do programa.

O Estado do Rio Grande do Sul oferece uma série de incentivos fiscais para empresas que investem em energia renovável. Esses incentivos incluem o diferimento do ICMS sobre a importação de máquinas e equipamentos industriais destinados ao ativo permanente, desde que não haja similares gaúchos. Além disso, há a exclusão de responsabilidade pelo pagamento do imposto diferido para mercadorias importadas. O diferimento do ICMS também é aplicado a operações internas de aquisição de máquinas produzidas no Estado. A isenção do diferencial de alíquota é concedida para aquisições de máquinas de outros estados, desde que não se aplique a alíquota de 4% prevista na Resolução do Senado Federal.

Outros benefícios envolvem o diferimento do ICMS em saídas de matérias-primas para a fabricação de torres eólicas e a exclusão de responsabilidade pelo pagamento do imposto diferido nas saídas de aerogeradores eólicos. Além disso, há isenção nas operações de saída de mercadorias específicas, sujeitas a condições detalhadas no artigo 9º do Livro I do Regulamento do ICMS/RS.

Texto: Thales Moreira/Secom
Edição: Camila Cargnelutti/Secom

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