Iecine e Assembléia promovem mostra sobre Getúlio Vargas
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De 9 a 13 de agosto, o Teatro Dante Barone da Assembléia Legislativa sediará a Mostra de Cinema Comentada Getúlio Vargas do Brasil: da Vida para a História, com entrada gratuita. O evento presta uma homenagem ao líder trabalhista no cinqüentenário de sua morte, que será celebrado no dia 24 de agosto, e inclui exposição fotográfica, dança, filmes e palestras. Com o objetivo de apresentar um painel desta fase fundamental da história brasileira através da arte, a Mostra de Cinema Comentada é uma promoção da Assembléia e da Secretaria da Cultura, através do Instituto Estadual do Cinema. O apoio é do Museu Júlio de Castilhos, Discoteca Pública Pública Natho Henn, Biblioteca Pública do Estado, Arquivo Público do Estado, Tribunal de Justiça do Estado, Tribunal de Contas do Estado, Fapa e PUC. A abertura será realizada às 18h de segunda-feira (09), no saguão da Assembléia Legislativa, com a inauguração da última fase da exposição fotográfica Da Vida para a História - Getúlio Vargas do Brasil, iniciada em abril, com aspectos relevantes da vida do estadista. Trata-se de imagens de Pedro Flores, o fotógrafo oficial de Getúlio Vargas em seu último mandato, autor de poses clássicas, como a do político sentado em uma rede, tomando chimarrão, em sua fazenda, localizada em Itu. A visitação será guiada pela bailarina Cris Fragoso, filha de Pedro Flores e integrante da Cia. Línea de Dança, que executará uma coreografia pelo espaço. Às 18h30min, no Teatro Dante Barone haverá um concerto da pianista Olinda Alessandrini, com a participação do Coral do Tribunal de Contas do Estado. No repertório, músicas dos compositores da era Vargas: Heitor Villa-Lobos, Nato Henn, Francisco Mignone, Radamés Gnatalli e Camargo Guarnieri. Na terça-feira (10), às 16h, será exibido Revolução de 30 (35mm/1980/118min) de Sílvio Back, uma colagem de documentários e filmes de ficção dos anos 20, culminando com cenas inéditas da Revolução de 30. Em P&B, possui excelência na restauração fotográfica de suas imagens, emoldurada por uma trilha sonora autêntica, de rara beleza e comentários em off de Bóris Fausto, Edgar Carone e Paulo Sérgio Pinheiro. Às 18h terá lugar a palestra do historiador Bóris Fausto. Às 20h será exibido Limite de Mário Peixoto (35mm/1931/120min), com Olga Breno, Taciana Rei, Raul Schnoor, Brutus Pedrera, Carmen Santos, Mário Peixoto e Edgar Brasil no elenco. Perdidos no mar, estão um homem e duas mulheres num barco, que abatidos, deixam de remar e parecem conformados com seus destinos. Cada um conta, através de flash-backs, suas histórias, num misto de tristeza, angústia, desespero, opressão, monotonia e fuga. Na quarta-feira (11), às 16h, Nem Sansão, Nem Dalila (1954/90min) será a atração. Carlos Manga parte do filme Sansão e Dalila de Cecil B. de Mille para compor esta paródia sobre os bastidores de um golpe populista, trazendo Oscarito numa impagável imitação, que ficou na história, de um discurso de Getúlio Vargas. O filme questiona o que aconteceria se a cabeleira de Sansão fosse uma peruca. Depois de sofrer um insólito acidente, o barbeiro Horácio vai parar no reino de Gaza, muitos anos antes de Cristo. Lá, ele conhece Sansão, cuja força descomunal vinha de uma milagrosa peruca. Ao trocar a peruca de Sansão por um isqueiro, Horácio se transforma num homem forte e poderoso, passando a reinar em Gaza como um ditador bonachão. A partir daí, o herói se mete em inúmeras trapalhadas, numa das comédias mais inteligentes do cinema brasileiro, com Eliana, Wilson Viana, Fada Santoro, Cyll Farney, Carlos Cotrim, Wilson Grey, Sérgio de Oliveira, Ricardo Luna, Werner Hammer e Anthony Zamborsky. Às 18h o vice-reitor da Ufrgs, Pedro César Dutra Fonseca fará uma palestra sobre o período de Getúlio Vargas na cena política brasileira. Às 20h O Homem da Capa Preta (1986/115min) traz José Wilker no papel de Tenório Cavalcanti, um ex-deputado federal que com sua metralhadora, apelidada de Lourdinha, desafiava a corrupção e os poderosos que dominavam o município fluminense de Duque de Caxias. O filme traça o panorama político do Rio de Janeiro dos anos 40 a 60 e traz no elenco Marieta Severo, Jonas Bloch, Chico Diaz, Tonico Pereira, Guilherme Karam, entre outros. A fita ganhou os kikitos de melhor filme, música, ator e atriz no Festival de Gramado de 1986. No quinta-feira (12), às 16h será exibido Assim era Atlântida (1974/105min) de Carlos Manga, com trechos dos principais filmes produzidos pela companhia de cinema, nos seus 20 anos de atividade (1941/1962), que produziu 66 filmes de gêneros variados, celebrizando-se por suas chanchadas. Expressão de uma época, a Atlântida criou um cinema autêntico e popular, quando os musicais americanos dominavam o mundo, na década de 50. Neste documentário estão reunidos trechos dos principais filmes, que sobreviveram a um incêndio nos estúdios da empresa, em 1952 e a uma inundação em seus depósitos, em 1971, que foram recuperados através de um trabalho árduo e eficiente. Ele inclui cenas antológicas do nosso cinema, que marcaram o imaginário de várias gerações: o humor irreverente e debochado de Oscarito e Grande Otelo; os galãs Anselmo Duarte e Cyll Farney; as mocinhas Eliana, Fada Santoro e Adelaide Chiozzo; os eternos vilões José Lewgoy e Renato Restier; além de Emilinha Borba, Nora Ney, Jorge Goulart; e os diretores Moacyr Fenelon, José Carlos Burle, Watson Macedo e Carlos Manga, que somente nos estúdios da Atlântida produziu 21 filmes. Às 17h haverá palestra do escritor Alcy Cheuiche sobre a Era Vargas e seu contexto. Esta será a única atividade da Mostra de Cinema Comentada na Biblioteca Pública do Estado (Riachuelo, 1190). De volta ao Teatro Dante Barone, às 20h haverá exibição da antologia Panorama do Cinema Brasileiro (1968/134min) de Jurandir Noronha, um panorama do nosso cinema, desde o início até a eclosão do Cinema Novo, com seus sucessos em festivais e exibições internacionais. Inicialmente são apresentados fotos de filmes primitivos, cujas cópias não existem mais. Depois os ciclos regionais, nas cidades de Porto Alegre, Recife, Cataguases e São Paulo. Os pioneiros, com trechos de alguns filmes e documentários de época; e finalmente, fragmentos dos filmes mais significativos produzidos no país. Na sexta-feira (13) às 16h, O Caso dos Irmãos Naves (1967/92min) de Luís Sérgio Person será exibido no Teatro Dante Barone. Trata-se da reconstituição de um caso real, ocorrido no Estado Novo, em 1937, na cidade mineira de Araguari. Tudo começa quando um homem foge, levando o dinheiro de uma safra de arroz. Os irmãos Naves (Raul Cortez e Juca de Oliveira), sócios do fugitivo, denunciam o caso à polícia, passando de acusadores a réus, por obra do tenente da polícia (Anselmo Duarte), que dirige a investigação. Presos e torturados, eles são obrigados a confessarem o crime que não cometeram. Às 17h30min , será exibido Rádio Auriverde - a FEB na Itália (35mm/70min), de Sylvio Back. Com imagens e sons inéditos de Carmen Miranda e do Brasil na 2ª Guerra Mundial, o filme penetra no desconhecido universo da guerra psicológica que conturbou a presença da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália, entre 1944 e 1945. Através das alegres e debochadas transmissões de uma rádio clandestina, tema-tabu entre os pracinhas, o filme acaba revelando as tragicômicas relações entre os EUA e o Brasil durante o conflito cujas conseqüências jamais se esgotaram. O encerramento será às 19h, com a presença de autoridades e do jornalista Flávio Tavares, autor do livro O Dia em que Getúlio Matou Allende, que falará sobre a época e trajetória trabalhista.