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Intoxicação por maria-mole é a doença que mais mata bovinos adultos no Estado

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No Rio Grande do Sul, entre 7% e 14% de todas as mortes de bovinos são atribuídas à intoxicação por plantas. Em ovinos, a estimativa chega a 7%. Dentro desses índices, mais de 50% das mortes dos bovinos devem-se ao contato com o senecio spp, mais
Intoxicação por maria-mole é a doença que mais mata bovinos adultos no Estado


No Rio Grande do Sul, entre 7% e 14% de todas as mortes de bovinos são atribuídas à intoxicação por plantas. Em ovinos, a estimativa chega a 7%. Dentro desses índices, mais de 50% das mortes dos bovinos devem-se ao contato com o senecio spp, mais conhecido por maria-mole, o que representa decréscimo anual de 32 mil a 45 mil cabeças. A planta causa uma toxicose evolutiva e irreversível, que representa prejuízo econômico de U$S 10 milhões anuais, apenas pelas perdas diretas. De acordo com o veterinário Fernando Castilhos Karam, do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (PVDF/Fepagro), é o que mais mata bovinos adultos no Estado.

Uma das principais preocupações dos especialistas é com a fase atual de plantas em crescimento, quando muitas vezes o problema passa despercebido pelos criadores. É no outono/inverno que a maria-mole concentra o maior teor tóxico. E é justamente nessa época em que a planta está à disposição que os animais têm a oferta de alimentos reduzida. Os sintomas de contaminação costumam se manifestar na primavera e no verão seguintes, explica Karam.

Como não existe tratamento eficaz, são indicadas diversas alternativas de controle da maria-mole para diminuir o prejuízo dos pecuaristas e permitir o convívio com a planta. Em primeiro lugar, é preciso reconhecer as espécies potencialmente tóxicas, difundir entre os meios científicos/acadêmicos e fazer com que a informação chegue ao veterinário clínico, de campo, e aos produtores em geral.Também é importante saber sobre as pesquisas em andamento e as opções para evitar o problema. O uso de ovinos juntamente com bovinos, observando sempre uma adequada oferta de pasto, e as roçadas estratégicas estão entre as medidas que, segundo os especialistas, têm sido as mais positivas e que proporcionam melhores resultados em curto prazo.

No Brasil, estima-se que 1 milhão de bovinos morram anualmente devido à intoxicação por plantas, causando um prejuízo econômico de U$S 200 milhões. Muitas plantas são desconhecidas e, por isso mesmo, não são consideradas na investigação de diagnóstico veterinário. O valor do prejuízo ocasionado pelas intoxicações pode ser muito maior se forem levados em conta os custos com reposição de animais, a menor produtividade do gado atingido, as despesas com tratamento e o manejo de campo, entre outros itens.

Há mais de 30 ou 40 anos, a Nova Zelândia, os Estados Unidos e alguns países da Europa passaram pelo mesmo problema e desenvolveram modelos de controle biológico. Existem estudos no Rio Grande do Sul e no Paraná desde 1997, mas o processo é naturalmente longo. Mais informações sobre a intoxicação por plantas podem ser procuradas junto ao PVDF/Fepagro, pelo telefone (51) 3481-3711, ou nos escritórios da Emater/RS-Ascar.

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