O Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), criado e oficializado pelo Decreto-Lei nº 20, de 20 de junho de 1940, como entidade pública e autarquia administrativa, subordinada ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por intermédio da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA), comemora nesta quinta-feira (20), 62 anos de fundação. Para festejar o aniversário, será realizado almoço de confraternização com todos os funcionários, na sede da Associação dos Funcionários do Instituto. Na ocasião, serão arrecadados alimentos não-perecíveis para as famílias vítimas das chuvas que ocorreram em Porto Alegre nos últimos dias. No local, também haverá uma exposição fotográfica contando parte da história da instituição. Entre as finalidades do Irga estão a geração e a adaptação de novas tecnologias e cultivares de arroz, desenvolvidas na Estação Experimental de Cachoeirinha e em três campos regionais, localizados em Cachoeira do Sul, Santa Vitória do Palmar e Uruguaiana, com vistas ao desenvolvimento sustentado da lavoura orizícola gaúcha. A transferência do conhecimento aos agricultores é desenvolvida através dos seus 06 escritórios regionais e 39 Núcleos da Assistência Técnica e Extensão Rural (NATEs). O Irga também realiza os levantamentos estatísticos da produção e do consumo interno e externo de arroz. Ao longo de sua existência, o Irga lançou mais de 30 variedades, as primeiras, como lembra o funcionário aposentado, Paulo Sérgio Carmona, que durante 15 anos atuou como chefe do programa de melhoramento do Irga, eram as seleções 300, que caracterizavam as variedades de grão médio, lançadas no início dos anos 50. A primeira cultivar de grão longo veio em 1959, denominada AEA 401. Conforme Carmona, as variedades mais plantadas nas lavouras gaúchas foram a seleção 388 na década de 50, AEA 404, no início dos anos 60 até a metade dos anos 70 e na década de 80 predominaram as variedades BR Irga 409 e BR Irga 410. Na safra 200/2001, as variedades desenvolvidas pelo Irga ocuparam 53,75% da área plantada do Estado, sendo que o Irga 417 esteve presente em 27.74 % da lavoura do RS. Nos últimos três anos, o Irga lançou mais quatro novas variedades de arros: o Irga 418/419/420/421. Segundo o presidente do Instituto, Francisco Signor, atualmente os agricultores do Estado dispõem do que existe de melhor em termos aprimoramento genético adaptáveis as diferentes regiões do RS. O material genético disponibilizado pelo Irga permite um rendimento de até 8.000 kg/ha, se a média tem sido bem abaixo disto, em torno de 5.500 kg, é preciso melhorar as técnicas de manejo, já que a semente é de altíssima qualidade e não perde para nenhum país de primeiro mundo, como o Japão que tem tradição na cultura do arroz, declara Signor. Ao longo dos últimos três anos, o Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, por intermédio do Irga, tem fortalecido o setor orizícola. Entre os principais investimentos no setor destacam-se a liberação de R$ 79 milhões pelo Banrisul, para custeio e comercialização de safra e os incentivos fiscais para viabilizar o escoamento da safra 2001/2002, que concede crédito presumido de ICMS, nas vendas incrementais do arroz gaúcho industrializado para os Estados do Sul e Sudeste, resultando na redução da alíquota efetiva de 12% para 7% nas vendas incrementais. Também ganharam destaque os programas de Governo como o Fiança Solidária, que beneficiou, em três anos, 591 famílias com financiamentos de R$ 10 mil por família, principalmente aquelas que não tinham acesso à crédito em instituições de financiamento. Em agosto de 2001, foi criado o Agrobolsa RS, que permite a comercialização de safra através do pregão virtual da Bolsa de Mercadorias do RS, sem custo aos agricultores. A pesquisa e a Extensão receberam, em três anos, R$ 2,9 milhões em investimentos, valor 17% superior aos quatro anos do governo anterior. E ainda como forma de reestruturar os escritórios regionais, todos os 39 núcleos foram informatizados.