Irga divulga balanço final da safra de arroz
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O excesso de chuvas na época do plantio e a ocorrência de baixas temperaturas em fevereiro e março provocaram a quebra de 14,2% da safra do arroz em relação à colheita anterior no Estado, com a produção do cereal atingindo 4,7 milhões de toneladas e área plantada de 951,6 mil hectares. O anúncio foi realizado nesta sexta-feira (27) pelo presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Pery Coelho, durante a divulgação dos números finais da safra 2002/2003 na Estação Experimental de Cachoeirinha (ECC). De acordo com o dirigente da autarquia, apesar da redução na colheita do grão, houve uma recuperação para o produtor do preço histórico do arroz nesta safra após três anos de depressão de valores e não existe o risco de desabastecimento do produto. Hoje, o preço médio da saca com o cereal é de R$ 33. Coelho também destacou o registro de produtividade entre 6 e 8 mil quilos por hectare em propriedades de todos os municípios, quase o dobro da média estadual, de 4,9 mil quilos por hectare. Ele justificou esse alto rendimento em razão de muitos produtores gaúchos terem feito planejamento adequado da lavoura, preparo no cedo (semeadura de cultivares pré-germinadas), uso intensivo de tecnologia, além de possuírem capacitação profissional. O presidente do Irga apresentou como meta da autarquia para os próximos quatro anos a recuperação da produtividade média do cereal por hectare, elevando-a para 6 ou 6,5 mil quilos. Atualmente, a média de Santa Catarina é de 7 mil quilos por hectare, comparou. Para a conclusão do balanço final da safra, foi realizada amostragem junto a 7,5 mil orizicultores, sendo o total amostrado de 62,4% da área plantada (594 mil hectares). Todas as zonas orizícolas no Rio Grande do Sul registraram baixa de produtividade, com exceção da Zona Sul, que teve aumento de 8,4%. As regiões com maior queda foram a Fronteira Oeste e a Campanha, com diminuição de 19,2% e 19,5% respectivamente. Segundo Coelho, o Irga mantém cadastrados 12,5 mil produtores e a cadeia produtiva do cereal é responsável por 250 mil empregos diretos e indiretos no Estado. O arroz tem impacto de US$ 1 bilhão na economia gaúcha, estima. O Rio Grande do Sul abrange 45% dessa cultura em solo brasileiro. Durante a entrevista coletiva na ECC, Coelho projetou ainda o lançamento, na primeira quinzena de julho, do programa de produtividade Arroz RS, que visa aumentar a competitividade do cereal semeado em solo gaúcho, melhorar a qualidade do grão e aumentar a renda do orizicultor. Para a pauta da segunda quinzena do próximo mês, o presidente do Instituto informou que representantes da cadeia nacional do arroz devem reunir-se para debater as ações de planejamento do próximo plantio. No mesmo dia do anúncio da safra, o Irga promoveu o primeiro curso de Manejo Integrado do Cultivo de Arroz. A qualificação foi ministrada por agrônomos do Instituto, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), cooperativas e de escritórios de assistência técnica. Há previsão de que neste ano ocorram 20 cursos no interior do Estado, qualificando 400 trabalhadores vinculados a lavouras arrozeiras, com formação de mais três turmas do treinamento de manejo integrado. Coelho e o chefe da divisão administrativa do Senar/RS, Carlos Alberto Schutz, participaram do encerramento do primeiro curso.