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Jacoby conhece pré-projeto de restauração da prefeitura de Cachoeira do Sul

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O secretário da Cultura, Roque Jacoby, estará logo mais, às 14h30min, na Casa de Cultura Doutor Paulo Salzano Vieira da Cunha, na rua Sete de Setembro, 1121, para assistir à apresentação do pré-projeto de restauração do prédio da Casa de Câmara e Cadeia de Cachoeira do Sul, buscando evitar o desabamento de uma parte do imóvel onde está localizada a Prefeitura. Tombado pelo município, situado na rua Quinze de Novembro, defronte a dois pontos turísticos, a Catedral de Nossa Senhora da Conceição e o Château DEau, o prédio está começando a cair. Segundo a secretária municipal de Educação e Cultura, Rosângela Varaschi, a reunião servirá para buscar uma solução para o problema, que está preocupando o prefeito Marlon Arator Santos da Rosa(PFL). Há rachaduras nas paredes do prédio, existindo uma grande na parede da frente. A parte superior do imóvel abriga morcegos, além de exalar mau-cheiro, devido ao depósito de fezes desses mamíferos. O pré-projeto foi elaborado pela arquiteta Manoela Franco Lopes da Costa, de Porto Alegre, e será apresentado pela ONG Defender - Defesa Civil do Patrimônio Histórico. O prédio, batizado de Paço Municipal, antes de ser a sede da Câmara Municipal e da Cadeia Civil, teria sido requisitado pelo conde DEu, esposo da princesa Isabel, a Redentora, que em 13 de maio de 1888 assinou a Lei Áurea, abolindo a escravatura no Brasil, em sua passagem pela cidade, acompanhando o imperador dom Pedro Segundo, para servir de hospital durante a Guerra do Paraguai. Os soldados do Império, que vinham do Norte do Rio Grande do Sul, durante o conflito, ficavam gripados. Daí a suposta solicitação. A preocupação de Marlon Santos justifica-se pela necessidade de preservar a segurança dos funcionários da Secretaria Municipal da Fazenda e da Procuradoria-Geral do Município, que nele trabalham. Além deles, os pedestres também poderão ser atingidos pelo desabamento. Rosângela diz que Marlon Santos acha que esperar pelos trâmites da Lei de Incentivo à Cultura pode demorar para que seja encontrada uma solução que evite o desabamento, já que as providências se fazem urgentes. O custo das obras de restauração atingiriam R$ 1,5 milhão, sendo que os trabalhos de mais urgência no telhado custariam em torno de R$ 150 mil, segundo comentários recolhidos pela secretária Rosângela Varaschi. Construído em 1848, o prédio sofria com a trepidação da rua causada pelos caminhões que se dirigiam a cooperativas de soja e arroz, o que gerava mais preocupação por parte do Município. Tal problema foi contornado pelo desvio desses veículos para ruas paralelas Varaschi calcula que o imóvel deva ter entre 200 e 300 metros quadrados. A arquiteta, por iniciativa da ONG cachoeirense Defender, que procura lutar pela preservação do patrimônio histórico e cultural de Cachoeira do Sul, já estudou a situação do local, tendo elaborado um pré-projeto de restauração. Com uma população de 87 mil habitantes e uma área de 4300 quilômetros quadrados, Cachoeira do Sul conta com uma economia baseada na cultura do arroz, da soja e do fumo, além da criação dos gados bovino e ovino. A Feira do Livro, que acontece em outubro, em sua vigésima edição, a Vigília do Canto Gaúcho, sempre em agosto, mas transferido para final de outubro em função da Lei de Incentivo à Cultura, e o FEGAS, um festival estudantil de raízes nativistas, congregando escolas municipais e estaduais do Ensino Fundamental de todo o Rio Grande do Sul, num total de cinco mil estudantes com provas e concursos de danças, provas e música nativista, sempre em novembro de cada ano, são os eventos culturais mais destacados do município. Cachoeira do Sul foi o quinto município gaúcho criado no Rio Grande do Sul, depois de Porto Alegre, Rio Grande, Viamão e Rio Pardo, e o primeiro município emancipado do Rio Grande do Sul, nascido de Rio Pardo, e sua data histórica é 5 de agosto de 1820. Existem ali, além do Paço Municipal, mais sete prédios tombados sob os cuidados do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural. A capela de São Nicolau, construída pelos índios em 1769, deu origem à igreja, hoje Catedral Nossa Senhora da Conceição, erguida em 1799, é um deles. Seu estilo é barroco português. A sede do antigo Banco da Província é outro prédio tombado, em estilo neoclássico, erguido em 1927 e que a partir de 1983 passou a abrigar a Câmara dos Vereadores. A Casa de Cultura Doutor Paulo Salzano Vieira da Cunha, na rua Sete de Setembro, onde acontecerá a apresentação do pré-projeto, foi erguida em 1915, servindo inicialmente de residência para o médico e prefeito, na época intendente, Baltazar do Canto, parente do ex-secretário estadual da Agricultura de nome idêntico. Seu saguão tem um teto móvel, feito em vidro e metal, que ostenta o requinte arquitetônico da época. Já foi ocupado pelo Clube Comercial, pelo Núcleo de Filatelia e pela Escola Superior de Artes Santa Cecília.
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