O secretário da Cultura, Roque Jacoby, participa nesta terça-feira (05), às 11h, no Clube Literário, em Rio Pardo, de um almoço em que serão lançadas a Festa Portuguesa e a quinta edição dos Sonhos de Inverno. São dois eventos, promovidos pela Secretaria Municipal da Cultura, Turismo e Esportes, para reverenciar a cultura açoriana. Os Sonhos de Inverno acontecem de 29 a 31 de julho e de 5 a 7 de agosto e a festa acontece nesse último período. Entre as atrações dos dois eventos estão previstos o encontro regional de motociclismo, uma mateada riopardense, uma noite de seresta, um festival de bandas marciais e danças folclóricas e um evento chamado Antigo Mobilismo de Rio Pardo em que serão mostrados carros do passado. A idéia é no período desses acontecimentos serem enfeitadas as ruas, a serem definidas, com motivos portugueses. A Secretaria está buscando, nesse sentido, subsídios junto à Casa de Portugal e à estudiosa do assunto Santa Inése Rocha, ex-conselheira estadual de Cultura. Participou também de um encontro em Taquari com esse objetivo. Ainda segundo o coordenador do Núcleo de Cultura da Secretaria, professor Valídio Scherer, há muitas famílias em Rio Pardo cujos sobrenomes revelam a descendência portuguesa, mas a presença de alemães, devido à fronteira com Santa Cruz do Sul e Vera Cruz, e de italianos deve somar cerca de 20 por cento dos habitantes em número de 38 mil, segundo o censo demográfico de 2000. Há ainda no município descendentes de poloneses, cujos sobrenomes mostram sua etnia. O Sonhos de Inverno é um evento realizado para valorizar esses doces de origem açoriana, existindo duas famílias, a de Pascoal e Lima, que guardam, como segredo, como se faz um sonho português. Variações de sonhos podem ter sofrido adulterações das receitas originais dos Açores. Esses sonhos assim chamados de portugueses não compensam o custo de fabricação, o que pode, com o tempo, ser uma manifestação cultural em processo de extinção. Interesse em preservar a cultura açoriana existe em Rio Pardo, acredita Valídio. Um dos sinais desse interesse é a existência do Museu Barão de Santo Ângelo, na rua Alexandrino de Alencar, cuja sala açoriana busca manter bens culturais ligados aos descendentes dos Açores. Há peças que recordam os combates farroupilhas ocorridos em Rio Pardo e a escravatura. Ali estão expostos utensílios das primeiras famílias de imigrantes. Além da instituição, as danças açorianas estão renascendo no município.