Leite apresenta ações de reconstrução e transição energética do RS em reunião com secretário-executivo da ONU para o clima
Governador foi o único representante brasileiro em encontro com líderes subnacionais de quatro continentes no Rio de Janeiro
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O governador Eduardo Leite representou o Brasil, na manhã desta quarta-feira (5/11), em reunião com o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell. O encontro foi realizado no Rio de Janeiro (RJ), como parte da programação do Fórum de Líderes Locais (LLF, na sigla em inglês). Antecedendo os debates da COP30, que será aberta na próxima semana em Belém (PA), o evento reuniu lideranças estaduais e regionais dos Estados Unidos, Canadá, Coreia do Sul e Gâmbia.
Único representante brasileiro na mesa, o governador apresentou as iniciativas do Rio Grande do Sul voltadas à transição energética e à reconstrução resiliente do Estado após as enchentes históricas de 2024. Leite destacou o Plano Rio Grande, que organiza ações emergenciais, estruturais e de longo prazo para recuperação econômica e ambiental e proteção dos gaúchos, e o Plano de Transição Energética Justa da Economia do Carvão, voltado a criar alternativas sustentáveis às regiões que ainda dependem desse setor.
“Falo em nome de um território que, em maio de 2024, viveu um dos episódios climáticos mais severos da história do Brasil. Foram 2,4 milhões de pessoas afetadas, 185 mortes e impactos em 95% dos municípios”, afirmou Leite. “Dessa experiência, tiramos uma lição essencial: nenhum governo enfrenta sozinho um evento dessa magnitude, assim como nenhum governo pode realizar sozinho a transição energética.”
Liderado pelo governador Eduardo Leite, o Plano Rio Grande é um programa de Estado criado para proteger a população, reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.
O governador explicou que o Estado trabalha para consolidar uma governança multinível com os municípios, exigindo que cada cidade que busca apoio em financiamento para obras e investimentos apresente estruturas e planos locais de adaptação climática e preservação ambiental. “Nosso Estado, a partir do Plano Rio Grande, está mostrando que é possível reconstruir e crescer emitindo menos, protegendo a base produtiva, os empregos e a vida das pessoas. Estamos reconstruindo melhor, um Estado mais preparado, mais sustentável e mais conectado com os desafios do nosso tempo”, disse.
O Plano de Transição Energética Justa das Regiões Carboníferas, elaborado pelo governo estadual por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), em parceria com o consórcio WayCarbon–Centro Brasil no Clima, é um estudo pioneiro que mapeia desafios e oportunidades para a redução da dependência do carvão mineral, identifica cenários de descarbonização e propõe alternativas de diversificação econômica regional. Por meio desse plano, são definidas diretrizes para garantir que a transição energética ocorra de forma justa e inclusiva, preservando empregos e comunidades nas regiões carboníferas, promovendo fontes renováveis como solar, eólica e biogás, e alinhando-se à meta estadual de neutralizar emissões líquidas de Gases de Efeito Estufa (GEE) até 2050.
Entre os resultados já alcançados, o Inventário Estadual de Emissões de Gases de Efeito Estufa mostra que o Rio Grande do Sul reduziu 26,8% das emissões líquidas e 23,1% das emissões brutas entre 2021 e 2023. As marcas alcançadas são reflexo das políticas públicas que integram desenvolvimento, adaptação e sustentabilidade em todas as áreas da gestão estadual.
Ao encerrar a reunião, o secretário-executivo Simon Stiell elogiou o papel de lideranças regionais na implementação de ações concretas de mitigação e adaptação e citou o Rio Grande do Sul como exemplo global de transição energética.
“O exemplo do Rio Grande do Sul é particularmente inspirador: um Estado com grandes reservas de carvão, mas que está liderando o caminho de uma transição energética justa”, afirmou Stiell. “Há outras regiões do mundo enfrentando exatamente os mesmos desafios, e elas podem aprender com as soluções que vocês estão implementando.”
Stiell destacou ainda que o trabalho de governos locais e subnacionais tem sido essencial para transformar metas em resultados e aproximar o processo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas das realidades concretas dos territórios. “É fundamental continuar impulsionando essa energia, essa inovação e esse senso de urgência. Contem com o nosso apoio e, acima de tudo, continuem fazendo o que estão fazendo”, concluiu.
Também participaram do encontro o governador de Wisconsin (EUA), Tony Evers, que apresentou dados da U.S. Climate Alliance; a governadora do Novo México (EUA), Michelle Lujan Grisham, que reforçou o compromisso com o Acordo de Paris; o chairman do North Bank Region (Gâmbia), Papa Tunkara; o ministro do Meio Ambiente e Florestas da província de Chungnam (Coreia do Sul), Young-myung Kim; e o enviado especial de Quebec para Questões Climáticas (Canadá), Jean Lemire, que comparou as experiências da Convenção da Biodiversidade e da COP.
Texto: Carlos Ismael Moreira/Secom
Edição: Secom