Leite apresenta resultados do SUS Gaúcho com aumento acima de 400% na oferta de consultas de ortopedia de joelho
Balanço parcial divulgado no Palácio Piratini ainda aponta elevação de 367% nas consultas em oftalmologia
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Em 45 dias, o Programa SUS Gaúcho elevou a oferta de consultas de ortopedia de joelho em 412% e das consultas de oftalmologia geral adulto em 367%. Com mais disponibilidade de atendimento, a fila por uma consulta foi reduzida em 27,2% no caso de ortopedia e em 43% em oftalmologia. As duas especialidades concentram a maior espera por atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Os números foram apresentados pelo governador Eduardo Leite e pela secretária da Saúde, Arita Bergmann, nesta segunda-feira (1º/12), no Palácio Piratini.
A ampliação de acesso em ortopedia já tem impacto direto na vida de quem aguardava atendimento. O motorista de ônibus João Carlos, por exemplo, passou mais de uma década esperando por avaliação e cirurgia. “Eu já não acreditava mais que seria chamado. Foram muitos anos esperando pela cirurgia no joelho. Em poucas semanas veio a ligação. Hoje eu caminho sem dor, é outra vida”, relatou.
O governador destacou que o programa representa uma mudança real na vida das pessoas que enfrentaram longas esperas por procedimentos básicos. “Os resultados do SUS Gaúcho mostram o que acontece quando o Estado decide, de fato, priorizar a vida das pessoas. De forma muito especial, quero pedir desculpas em nome do Estado, na pessoa do João Carlos, a quem ficou mais de uma década aguardando por uma simples consulta, porque antes o Estado não era capaz de avançar. Nosso governo mudou essa realidade. Só foi possível chegar até aqui porque fizemos uma jornada dura de ajuste fiscal, reorganizamos as contas, pagamos dívidas antigas e colocamos o dinheiro público onde ele deve estar: no atendimento à população,” afirmou Leite.
Nos 12 meses anteriores ao início do SUS Gaúcho, eram oferecidas, em média, 1,3 mil consultas mensais de ortopedia de joelho. Entre meados de outubro e o fim de novembro, esse número saltou para 6,6 mil ao mês, totalizando 10.033 consultas adicionais em apenas 45 dias.
Avanço na oftalmologia
O mesmo cenário se repetiu na oftalmologia. A média de 8,2 mil consultas mensais, registrada no último ano, avançou para 38,3 mil após a implantação do programa — um aumento de 57,5 mil consultas no período de 45 dias. Esse reforço permitiu reduzir em 43% a fila da especialidade. A aposentada Ângela Peixe, diabética, contou que esperou dois anos por uma avaliação para trocar os óculos. “Na semana passada, eu consegui. Estou muito feliz porque finalmente pude fazer minha consulta”, comemorou.
O governador reforçou que o avanço só foi possível pelo ambiente fiscal reconstruído nos últimos anos. “Hoje nós conseguimos ver, com dados concretos, aquilo que sempre defendemos: ajuste fiscal não é menos Estado, é Estado no lugar certo. Foi isso que nos permitiu fazer este aporte extraordinário, contratar mais serviços, abrir novas frentes de atendimento e diminuir as filas que antes humilhavam o cidadão”, pontuou Eduardo Leite.
“Esse é um feito que envolve muitos profissionais, porque os prestadores de serviço aderiram aos mutirões em diversas regiões do Estado. Muitos médicos não conseguiram vir aqui hoje justamente porque estão atendendo e operando agora”, acrescentou a secretária Arita Bergmann.
O procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, destacou o impacto social do programa, possibilitado a partir de acordo entre Executivo e Ministério Público Estadual para ampliar os investimentos obrigatórios em Saúde, com aplicação extra de R$ 1 bilhão até o final de 2026.
“Não é apenas o valor dos investimentos, que é muito grande, mas o impacto concreto que conseguimos causar na vida das pessoas. Ver o brilho nos olhos de quem voltou a ter esperança e saber que o cidadão entende para onde vai cada real aplicado, com transparência e previsibilidade, justifica toda a nossa atuação”, ponderou Saltz.
Estabilidade financeira
A presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS, Vanderli de Barros, reforçou a importância da medida: “Para os hospitais, especialmente neste momento do ano, esse suporte extraordinário faz diferença enorme. É o tipo de medida que garante fôlego financeiro, estabilidade e capacidade de seguir atendendo melhor a população em todas as regiões do Estado”, assegurou Vanderli.
Atualmente, há 94.133 pacientes na fila por atendimento em oftalmologia adulto e 18.152 na de ortopedia de joelho, totalizando 112.285 pessoas. A adesão na oferta de consultas chega a 84%. A meta do Estado é reduzir em 70% as filas das duas especialidades.
No evento de apresentação do balanço parcial, o governador também anunciou novos investimentos do SUS Gaúcho. Serão R$ 158,4 milhões aplicados no apoio a hospitais, na atenção básica, nas farmácias de medicamentos especiais e para reforçar a doação de sangue pela população.
Reforço do Assistir
Além do aumento da oferta de consultas e cirurgias, foram adotadas outras iniciativas para a redução de filas, como a habilitação de 61 novos ambulatórios no Programa Assistir, anunciada em outubro por Eduardo Leite. O investimento de R$ 70 milhões do Estado – R$ 14 milhões em 2025 e R$ 56 milhões em 2026 – já ampliou os serviços de referência, responsáveis pelo atendimento dos pacientes de cada região, com mais 10.980 e 3.110 cirurgias por mês em especialidades como oftalmologia, ginecologia, cirurgia geral e cardiologia, entre outras.
Outro investimento no Assistir, de um total de R$ 75 milhões este ano e no ano que vem, aumentou os recursos para 31 hospitais com Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) que atendem casos de alta complexidade. Os recursos reforçam o atendimento em locais com um custo elevado e onde os pacientes costumam permanecer internados por mais tempo.
O SUS Gaúcho ainda dobrou o incentivo estadual pago pelo Assistir por diárias de UTI especializada em pacientes com queimaduras graves. Serão R$ 6,75 milhões investidos até o final de 2026 (R$ 1,35 milhão este ano) para a manutenção de 15 leitos. O aumento do aporte financeiro reforça o cuidado com pacientes gravemente queimados, com um elevado custo na internação.
Urgência e emergência
O SUS Gaúcho também já realiza o repasse de recursos para o funcionamento de 38 unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em 34 municípios gaúchos. No total, o serviço está sendo reforçado com R$ 43 milhões, com R$ 8,6 milhões do Estado, aplicados até o final do ano, e mais R$ 34,4 milhões em 2026.
O investimento representa um aumento de 40% no custeio mensal das UPAs, que atendem 24 horas por dia. Como resultado, vem sendo qualificado o atendimento à população, com assistência humanizada na urgência e emergência.
Também teve efeito positivo o investimento de R$ 14,5 milhões em 30 estabelecimentos municipais que contam com pronto atendimento 24 horas por dia em 26 municípios gaúchos. O Estado repassa R$ 2,9 milhões em 2025 e destinará mais R$ 11,6 milhões no próximo ano, qualificando a assistência à aos pacientes.
Transporte de pacientes
Com o SUS Gaúcho, o Estado passou a investir, pela primeira vez, no transporte sanitário de pacientes. Em 2025, estão sendo investidos R$ 12,6 milhões, beneficiando 488 municípios gaúchos.
Para 2026, o investimento será de R$ 50,4 milhões. Com R$ 63milhões investidos até o fim do ano que vem, a meta é reduzir as ausências nas consultas e exames de pacientes que precisam ser transportados de seus municípios para outros locais para receber atendimento. O resultado do programa está em avaliação.
Saúde mental
Com recursos do SUS Gaúcho, também foi possível a contratação das primeiras 54 equipes multiprofissionais de saúde mental comunitárias para atuar no Programa AcompanhaRAPS, a rede de atenção psicossocial do Sistema Único de Saúde (SUS). São 61 municípios habilitados para contar com o serviço, cada um com uma equipe.
Em Estação, no norte do Estado, a primeira equipe do AcompanhaRAPS já formada atendeu 37 pacientes, além de acompanhar 20 projetos terapêuticos, entre outras atividades. Outras 53 equipes estão em treinamento, enquanto sete municípios finalizam a contratação dos profissionais. Em Ijuí uma equipe-piloto do RAPS, atualmente em formação, vai acompanhar pacientes infanto-juvenis.
O programa investe R$ 3,6 milhões este ano para promover a saúde mental, reduzir agravos e evitar internações hospitalares. Com mais R$ 21,6 milhões em 2026, o investimento total será de R$ 25,2 milhões.
Atenção domiciliar
Houve avanços ainda na atenção domiciliar, oferecida a pacientes que precisam de acompanhamento contínuo em casa. O serviço, que atualmente conta com 67 equipes em 36 municípios, recebeu um novo incentivo estadual para financiamento.
Nove outras equipes já foram credenciadas para receber recursos. Nova portaria está em tramitação para inclusão de outras quatro, elevando o total de equipes para 80. O Programa repassará R$ 28,5 milhões até o final de 2026.
Reabilitação física
Um novo incentivo financeiro ofereceu tratamento em tempo oportuno a 23 pacientes com escoliose, uma curvatura anormal da coluna vertebral, que receberam a indicação de uso de colete ortopédico. O investimento de R$ 2,38 milhões este ano possibilitou que 51 usuários do SUS fossem atendidos por uma equipe multiprofissional.
O objetivo do programa é de que 25 pacientes sejam atendidos por mês, com um investimento total de R$ 11,9milhões até o final de 2026. Com 25,5 atendimentos mensais, em média, em outubro e novembro, o SUS Gaúcho ficou acima da meta. Dez novos pacientes de escoliose já estão agendados.
Ao complementar a tabela do SUS, o SUS Gaúcho também possibilitou que 2.426 Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMES), como cadeira de rodas e muletas, tenham sido entregues a pacientes, permitindo que se locomovam com mais qualidade de vida. O número equivale a 57% da meta do programa (4.248 OPMES). Além disso, 18 serviços de referência foram habilitados.
Ambulatórios de feridas
O programa está financiando, com R$ 21, 7 milhões até o final de 2026, a expansão e o fortalecimento de ambulatórios que atendem pacientes com feridas crônicas, complexas de difícil cicatrização – como úlceras, queimaduras e feridas pós-cirúrgicas – sem necessidade de internação.
Foram atendidos 230 usuários do SUS e 27 usuários agendados entre outubro e novembro nos quatro ambulatórios de feridas que participam do SUS Gaúcho oferecendo atendimento multiprofissional, com enfermeiro especialista, enfermeiro assistencial, técnico de enfermagem, assistente social, nutricionista e médico cirurgião vascular.
Os 115 usuários por mês já se aproximam da meta do SUS gaúcho, de 160 pacientes mensais. Outra consequência é a redução da judicialização de casos, com os pacientes recebendo tratamento em tempo adequado, sem a intervenção do Poder Judiciário.
Hospitais públicos
Foi elevado ainda, de 15% para 25%, o valor repassado pelo governo do Estado como Suplementar Diferencial (SD) para 19 hospitais sob gestão municipal ou hospitais públicos dos municípios com até 99 leitos e 14 hospitais públicos municipais com mais de 100 leitos.
O investimento do Estado será de R$ 37 milhões, dos quais R$ 7,4 milhões em 2025, até o final do ano que vem, garantindo maior qualificação e resolutividade nos atendimentos.
Em outubro e novembro, houve o aumento de 50% no valor de incentivo estadual para 12 Hospitais de Pequeno Porte (HPP), com até 50 leitos. Os novos recursos apoiam a qualificação no atendimento, com maior resolutividade nos casos, reduzindo a possibilidade de que pacientes precisem ser encaminhados a instituições maiores.
Texto: Carlos Ismael Moreira/Secom e Ascom SES
Edição: Secom