Lideranças da Região Sul solicitam revisão no zoneamento ambiental para florestamento
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Uma comitiva da Região Sul do Estado veio nesta quarta-feira (21) a Porto Alegre reivindicar alterações na proposta de zoneamento ambiental para atividades de florestamento que está sendo elaborada pela Fundação Estadual de Proteção do Meio Ambiente (Fepam). Pela manhã, os representantes estiveram reunidos na Assembléia Legislativa e à tarde foram recebidos pelo chefe da Casa Civil, Luiz Fernando Záchia. O grupo, liderado pelo presidente da Comissão e Economia e Desenvolvimento do Legislativo gaúcho, deputado Nelson Härter, entregou uma Carta Aberta com as principais solicitações apresentadas por lideranças na região, em seminário realizado na última sexta-feira (16) em Capão do Leão. A comitiva condena as restrições impostas pela Fepam para o plantio de espécies utilizadas para o florestamento. O chefe da Casa Civil destacou a importância deste setor para a economia gaúcha e garantiu que o documento será enviado à governadora Yeda Crusius. Záchia afirmou a disposição do governo de estar ao lado de empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do Estado e afirmou que encaminhará as solicitações aos órgãos competentes. Mobilização De acordo com Härter, a primeira proposta apresentada restringe o plantio de eucalipto e de outras espécies do gênero e, consequëntemente, os empreendimentos das indústrias de celulose na região. O parlamentar explicou que a mobilização de lideranças políticas, econômicas, empresariais, ambientais e de universidades está ocorrendo devido ao entendimento de que é possível conciliar o florestamento e a manutenção do meio ambiente. Estamos resguardando não só os investimentos futuros, mas principalmente os recursos já introduzidos na economia gaúcha, mais precisamente na Metade Sul do Estado e os empregos conquistados, argumentou. Härter lembrou que a proposta da Fepam impõe uma série de normas que inviabilizam o trabalho de empresas que já estão investindo no plantio de eucalipto no Estado e que atuam em conformidade com a legislação ambiental. A Votorantim Celulose de Papel (VCP) investe no plantio dessa cultura há dois anos. Até o momento, a empresa ainda não recebeu o licenciamento e está condenada a perder todo o investimento que obedece a um ciclo de plantio, criticou. Diante da situação, o parlamentar alertou para a possibilidade de a empresa deixar de investir no Rio Grande do Sul, o que causará o fechamento de 1 mil empregos diretos. Já o agente de tributos da prefeitura de Capão do Leão, Paulo Ávila, falou da perda de receita com o possível fechamento de negócios na região. Segundo ele, um convênio entre 29 municípios do sul do estado vai permitir que todas as administrações municipais recebam um incremento no retorno do ICMS com a instalação da Votorantim. A cidade sede da empresa ficará com 50% do tributo arrecadado e as demais dividiram os outros 50%. Isso representa para Capão do Leão, conforme Ávila, um acréscimo na receita do município de R$ 700 mil, passando para R$ 1,1 milhão.