Memorial inaugura Espaço Cultural Décio Freitas
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Será inaugurado no dia 9 de março, às 18h30min, o Espaço Cultural Décio Freitas, no (Praça da Alfândega, s/n°), em Porto Alegre. A instituição presta homenagem à memória de um de seus mais ilustres conselheiros. Localizado no primeiro andar do prédio, o local abrigará atividades diversas, relacionadas à história cultural e política do Estado e do Brasil. O primeiro evento promovido pelo espaço será, a partir da data de sua abertura até o dia 9 de abril, a exposição fotográfica Décio Freitas: Memória e Obra. Através de gigantescos painéis, de 2,20m x 1,30m, será contada a trajetória profissional e pessoal do historiador e jornalista Décio Bergamaschi Freitas (1922-2004). Momentos importantes da vida do pesquisador são ilustrados em fotos e textos detalhados. O trabalho apresenta acervo particular que reúne imagens raras, reunidas desde a infância de Freitas. A mostra, de caráter itinerante, irá para escolas da Capital e cidades do interior, depois de apresentada no Memorial. Um dos mais importantes historiadores brasileiros, Décio Freitas, nasceu em 6 de setembro de 1922 na cidade de Encantado (RS), mas foi para Porto Alegre, ainda jovem, estudar no Colégio do Rosário. Autor e pesquisador de um dos mais importantes movimentos populares do país, a revolta de Palmares, Freitas tornou-se nacionalmente conhecido por trazer à tona as insurgências escravistas dos séculos XVII e XIX. Seu primeiro livro, Palmares La guerrilla negra (1971), escrito no Uruguai, comprovou a existência do líder Zumbi. Freitas iniciou sua carreira jornalística na década de 40, sendo um ativo profissional da imprensa gaúcha por mais de meio século, com grande destaque em artigos publicados em jornais como Diário de Noticias, Correio do Povo e Zero Hora. Décio Freitas trabalhou também na banca de tradutores do Globo e do Correio do Povo, na companhia do poeta Mario Quintana. Foi no trabalho com a imprensa que Freitas teve contato com nomes que fizeram a história do país, como Getúlio Vargas, Flores da Cunha e Borges de Medeiros. Em 1945, Getúlio Vargas concedeu-lhe uma entrevista que mais tarde renderia o livro A Serpente e o Dragão (2003). Depois do golpe militar, auto-exilou-se, de 1964 a 1972, em Montevidéu. Na capital uruguaia, graduou-se em História e começou vasculhar o passado do Brasil. Presidiu o Comitê Nacional da Anistia entre 1982 e 1985, em Brasília. Em 1999 foi patrono da 45ª Feira do Livro de Porto Alegre.