O governador José Ivo Sartori participou da cerimônia de entrega das obras de restauração e ampliação do Museu Getúlio Vargas à comunidade de São Borja nesta sexta-feira (3). Durante a homenagem aos familiares do ex-presidente, representados por Getúlio Vargas Neto e pelo sobrinho-neto Viriato Vargas, Sartori afirmou que a cultura é um patrimônio que supera o tempo e lembrou do legado de Getúlio, conhecido como "Pai dos Pobres. "Só quem preserva o passado consegue vislumbrar o futuro", enfatizou.

A faixa de reinauguração da casa foi descerrada pelo governador, ao lado do prefeito de São Borja, Antônio Carlos Rocha Almeida, e o vice-presidente da AES Brasil, Sidney Simonaggio. Acompanhado da secretária extraordinária de Políticas Sociais, Maria Helena Sartori, dos secretários da Cultura, Victor Hugo, e da Segurança Pública, Wantuir Jacini, e do  presidente da Assembleia Legislativa, Edson Brum, Sartori visitou as novas instalações do museu e assistiu a encenações sobre vida de Getúlio.

Revitalização

A revitalização do Museu Getúlio Vargas de São Borja, tombado em 1994 como patrimônio cultural do Estado, durou 18 mese e recebeu investimento de R$ 2,5  milhões. O projeto de restauração e ampliação teve patrocínio da AES Sul, por meio de financiamento do Pró-Cultura RS (Lei de Incentivo à Cultura - LIC), com apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). "Além de entregar energia na casa das pessoas, a AES Sul quer participar da vida e do desenvolvimento das comunidades onde atua", disse Simonaggio.

O secretário Victor Hugo ressaltou a importância da LIC para que projetos como este possam se tornar realidade.O Museu Getúlio Vargas, fundado em 17 de fevereiro de 1982, foi reaberto como um moderno espaço para visitação pública, onde é possível visualizar uma síntese da trajetória de Vargas. O casarão foi construído em 1910 e repassado ao município em 1982.

Obras

Foram recuperados pisos, forros, rebocos, pintura e ferragens de fechamento das esquadrias (como cremonas e trincos) da parte interna e instalados aparelhos de ar condicionado, sensores e câmeras de monitoramento. O local ganhou também mobiliário novo para exposição do acervo. A restauração do telhado foi concluída com a colocação de telhas francesas em substituição às antigas e à cobertura de zinco. Além disso, foi afixada uma subcobertura.

O planejamento e a gestão do projeto cultural são da Lahtu Sensu Administração Cultural e da Cida Cultural. Nos fundos do terreno, foi construída  uma nova edificação, de cerca de 230 metros quadrados. O prédio, de dois andares, abrigará a reserva técnica e salas de pesquisa, higienização, restauração e manutenção das peças expostas no museu. 

Acervo

O acervo é composto por material fotográfico e de campanha, documentos, mobiliário, louças, objetos pessoais, máscara mortuária, livros e indumentárias que pertenceram a Getúlio Vargas. Percorrendo os diversos ambientes da casa onde Getúlio viveu entre 1911 e 1923, é possível traçar um panorama cronológico da vida dele.

O historiador e curador do acervo, Diorge Alceno Konrad, destacou que o visitante poderá encontrar fotos raras e inéditas do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) no período do governo Vargas - o que se constitui em  importante fonte de pesquisa.

Depois da solenidade de reinauguração, o governador e a secretária extraordinária de Políticas Sociais, Maria Helena Sartori, embarcaram em um  Ford modelo 1929 e percorreram o corredor histórico e cultural de São Borja, que liga o Museu Getúlio Vargas ao Memorial Casa João Goulart - também visitado por Sartori e a secretária Maria Helena.  

Texto: Mirella Poyastro/Palácio Piratini
Edição: Rui Felten/CCom