O Rio Grande do Sul deu mais um passo importante na agenda de reconstrução resiliente. Nesta terça-feira (11/11), durante a Conferência do Clima em Belém (COP30), o Estado anunciou uma cooperação com o Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR). O acordo prevê o apoio para a criação do Centro Estadual de Reconstrução Resiliente (CERR), que será instalado no Centro Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres (CEGIRD), em Porto Alegre.

A cooperação também contempla o desenvolvimento de metodologias e ferramentas, capacitação e formação, assistência técnica, compartilhamento de conhecimento e articulação interinstitucional. O investimento será de R$ 7 milhões em dois anos, com recursos do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs).

O anúncio ocorreu no Pavilhão ONU Brasil entre o governador Eduardo Leite, Kamal Kishore, representante especial do secretário-geral da ONU para a Redução do Risco de Desastres e chefe do UNDRR, e Nahuel Arenas-García, chefe do UNDRR para as Américas e o Caribe. O ato contou com a participação dos secretários do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, e da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi.

Plano Rio Grande

Leite reforçou que o RS está transformando a tragédia de 2024 em capacidade permanente de adaptação, ancorado pelo Plano Rio Grande, principal estratégia de reconstrução do Estado. “Esta cooperação representa um passo decisivo para transformar a reconstrução do Rio Grande do Sul em um processo duradouro de adaptação climática. O que vivemos em 2024 nos mostrou a urgência em fortalecer nossa capacidade institucional. Com o apoio técnico do UNDRR e a criação do Centro Estadual de Reconstrução Resiliente, qualificamos as políticas públicas, protegemos vidas e planejamos um futuro mais seguro e preparado”, pontuou o governador.

O objetivo do CERR será fortalecer capacidades institucionais e técnicas do Estado e de governos locais para planejar e implementar processos de recuperação resiliente que protejam funções críticas, serviços públicos e meios de subsistência.

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Pelo acordo, o UNDRR ofertará assistência técnica, especialistas e programas de formação, enquanto o Estado disponibilizará infraestrutura e equipe dedicada para condução das ações. A iniciativa também prevê a mobilização de financiamentos adicionais junto a fundos internacionais de clima e bancos de desenvolvimento.

“A presença do UNDRR ao lado do Rio Grande do Sul reconhece não só a dimensão do desafio que enfrentamos, mas a consistência das ações que já colocamos em prática. O novo centro permitirá apoiar diretamente os municípios, estruturar respostas mais eficazes e orientar a reconstrução a partir de critérios de resiliência", afirmou Marjorie.

Painel na ONU

A divulgação da parceria aconteceu durante o evento oficial das Nações Unidas "Resposta à Emergência Climática no Rio Grande do Sul (2024): Lições Operacionais para uma Ação Humanitária e de Desenvolvimento Inclusiva", que teve como tema central a tragédia de 2024 e a resposta integrada.

O governador apresentou os números da maior tragédia climática do Estado e os investimentos do Rio Grande do Sul que superam os R$ 260 milhões na criação do Centro Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres, de Centros Regionais de Gestão Integrada de Riscos e Desastres, do Centro Internacional de Estudos Climáticos e do Centro de Excelência para Recuperação Resiliente.

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"Quando se fala de mudanças climáticas, é preciso ressaltar que o Rio Grande do Sul, por meio do Plano Rio Grande, está investindo mais de R$ 20 bilhões em projetos e políticas públicas nesse sentido, que estão transformando o Estado em um exemplo nacional de adaptação e resiliência", finalizou Capeluppi.

Dividiram o palco com o governador Silvia Rucks, coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, e Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

_{Texto: Vanessa Trindade
Edição: Secom}