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O melhor de Carlos Gomes e Villa-Lobos na voz de Laura de Souza

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A quinta edição da Série Clássicos para Todos da OSPA apresenta algumas das obras mais apreciadas do repertório erudito brasileiro. A soprano gaúcha Laura de Souza, convidada do concerto de terça, dia 20, interpreta as Bachianas Brasileiras nº 5 de Villa-Lobos – a Bachiana mais conhecida do público brasileiro – além de árias das óperas “Fosca” e “Lo Schiavo” de Carlos Gomes. Sob a regência do maestro paulista Carlos Eduardo Moreno, a OSPA executa, ainda, a Sinfonietta nº 1, em Sib Maior, composta por Villa-Lobos em memória de Mozart. O Programa Antônio Carlos Gomes (Campinas 1836; Belém 1896) é o nome mais importante da história do teatro musical brasileiro, podendo também ser considerado como um dos primeiros compositores românticos que antecipou as tendências nacionais, aos moldes do estilo verdiano. Essa junção do dinamismo italiano com a exuberância rítmico-melódica tipicamente brasileira, o colocaram na posição de, provavelmente, o maior compositor americano de ópera de sua época. A história de vida de Carlos Gomes também é a história do Brasil na medida em que suas obras são retratos, ou pelo menos reflexões, de uma sociedade que começara a experimentar uma nacionalidade. Um lugar de escravos e senhores (O Guarani, onde índios e brancos se misturam numa narrativa de amor) ou de manifesto abolicionista (O Escravo, idealização de um país sem opressão). Entre seus principais trabalhos na área operística estão: Joana de Flanders, Il Guarany, Salvator Rosa, Maria Tudor, Lo Schiavo, Colombo e Fosca. Heitor Villa-Lobos (1887-1959) é, sem dúvida, até hoje o compositor brasileiro de maior prestígio internacional. Sua arte é considerada como uma “declaração de independência” musical do Brasil. Ao percorrer o país inteiro, durante anos de viagens, Villa-Lobos assimilou profundamente a música do povo brasileiro, e por esse motivo, se atribui a ele a descoberta musical do Brasil. Apesar das influências de Debussy, Stravinsky e de Bach em sua música, seu estilo não pode ser considerado eclético. A base de sua música sempre foi o folclore nacional. Sua produção é imensa e inclui obras pianísticas, lieds, formas clássicas, além das Bachianas e dos Choros, obras tão singulares que fogem a qualquer tipo de gênero musical. Escritas entre 1930 e 1945, a série de nove composições denominada Bachianas Brasileiras são as obras mais características de Villa-Lobos. Este material musical folclórico, fundido em forma de música pré-clássica, é, na verdade, uma homenagem do compositor a Bach, o qual Villa-Lobos considerava o maior folclorista entre todos os grandes compositores. A Solista Óperas como a de Mannheim, Bonnn, Kassel, Weimar, Dresden, Rio de Janeiro, Manaus, São Paulo, dentre outras, têm recebido a soprano gaúcha Laura de Souza, como solista convidada, protagonizando as mais famosas heroínas do repertório operístico. Como concertista, apresentou-se na Sala Cecília Meirelles, Filarmonia de Berlim, Filarmonia de Colônia, Sala Giuseppe Verdi em Milão, Kasseler Musikhalle, Hamburguische Musikhalle. Diplomada em Piano pelo Instituto de Artes da UFRGS, Laura de Souza estudou Canto Lírico em Hamburgo, Milão e Paris. Foi membro estável do Staatstheater Kassel e do Deutsches Nationaltheater Weimar, Alemanha. Única brasileira a conquistar o Primeiro Grande Prêmio no Concurso Internacional de Canto do Rio de Janeiro em 1991, é hoje também a única brasileira a ter cantado o monodrama de Arnold Schoenberg “Erwartung”, em estréia latino-americana no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 2005. Gravou para a Rádio Alemã do Oeste (WDR) a ópera portuguesa “A Serrana”, de Alfredo Keil, sendo apresentada na Ópera de Bonn e na Semperoper em Dresden. Também na Alemanha, no Mosteiro de Maulbronn, gravou a Petite Messe Solenelle de G.Rossini e realizou em Kassel, a estréia européia de “A Floresta Amazônica” de H.Villa-Lobos. O Regente Atual Regente Titular e Diretor da Orquestra Sinfônica da USP, Carlos Moreno formou-se em Regência Aufbaustudium (curso de pós-graduação) pelo Konservatorium und Musikhochschule Winterthur Zürich, na Suíça, sob a orientação de Johannes Schaefli, e em violino (bacharelado) pela Universidade Uni-Rio, sob a orientação de Paulo Bosisio. Em 1991, recebeu uma Bolsa por sua atuação como regente e professor de música em Institutos de Canto Coral da Alemanha e Áustria: Regensburgsängerknaben, Meninos Cantores dos Bosques de Viena, Coral do Dom de Colônia e Sant Florian Sangerknaben. Como Regente convidado, Carlos Moreno dirigiu as seguintes orquestras: Orquestra Sinfônica Nacional, Ukraine National Orchester, Westböhmische Symphonie Orchester Marienbad, Bohuslav Martinú Philarmonie-Zlin, Kammerorchester des Konservatoriums und der Musikhochschule Winterthur Zürich, entre outras. Em 1998, conquistou o primeiro lugar no V Concurso Latino Americano para Regentes de Orquestra promovido pela Orquestra Sinfônica da USP, prêmio até então concedido somente a estrangeiros. No ano seguinte, recebeu do Ministério da Cultura a Bolsa Virtuose para aprofundamento em regência na Europa. Em 2003, recebeu o prêmio Revelação na 8ª edição do prêmio Carlos Gomes de Música Clássica.
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