Oitava reunião sobre Plano Energético ocorre em Montenegro
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A Câmara de Vereadores de Montenegro sediou, na tarde dessa quarta-feira (17), a oitava reunião preparatória do Plano Energético do RS, que está sendo organizado pela Secretaria de Minas e Energia.
O secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, afirmou que o plano visa a projetar a demanda de energia para os próximos dez anos, mostrar quais os energéticos que mais têm potencial no RS, discriminados por região, bem como apontar os gargalos e as demandas que precisam ser enfrentados para obter abastecimento continuado e de qualidade ao longo da próxima década. "Depois de pronto esse mapeamento, vamos criar, num trabalho conjunto com a Secretaria do Meio Ambiente, um zoneamento prévio, apontando quais as regiões estão aptas para receber investimentos em geração de energia", afirmou Redecker.
Redecker também afirmou que trabalha na elaboração de um programa para levar luz trifásica para o campo sem onerar o agricultor, uma vez que esta é hoje a principal reivindicação que vem do setor primário. Ele ainda disse que o Vale do Caí é exemplo para o país na produção de biometano, a exemplo do ônibus movido a GNVerde lançado em janeiro, numa parceria inédita entre o Consórcio Brasil Verde (Ecocitrus e Naturovos), Sulgás, Brasken, Univates e Scania. Conforme Redecker, a Sulgás abriu chamada pública para a compra de biometano, dando garantia de aquisição do gás por um prazo de 20 anos, a exemplo do que já é produzido na região. Ele destacou que o Vale do Caí tem grande potencial para a produção de biogás (matéria-prima do biometano), contribuindo ainda para que o agricultor possa dar um destino adequado aos dejetos orgânicos resultantes da atividade agrícola, que muitas vezes são descartados no meio ambiente.
Dentre as manifestações das lideranças regionais, o presidente do Corede Vale do Caí, Alzir Aluisio Bach, declarou que o Plano Energético vem ao encontro das necessidades da sociedade e que a região é parceira da iniciativa. Pediu ainda à secretaria que dê atenção aos projetos para instalação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) nos municípios, pois "há um conflito entre as necessidades da sociedade e as questões ambientais". Com relação à AES sul, concessionária que atende grande parte dos municípios do Vale do Caí, pediu mais celeridade na aprovação e execução de projetos.
A prefeita de Salvador do Sul, Carla Maria Specht, disse que o principal gargalo do município é a luz trifásica e que "não é possível pensar a ampliação da atividade primária sem energia de qualidade". Pediu ainda incentivo ao desenvolvimento de projetos com energia solar. Já o prefeito de Harmonia, Carlos Alberto Fink, queixou-se da manutenção da rede, que é muito precária. "É uma vergonha", disse e acrescentou que o município está investindo na instalação de biodigestores e que o projeto da Ecocitrus/Naturovos "é uma inspiração". Também se manifestaram os prefeitos dos municípios de Maratá, São Pedro da Serra, São Sebastião do Caí e Linha Nova. Todos enfatizando a necessidade de energia na intensidade e qualidade suficientes para o setor primário, bem como manifestaram otimismo quanto aos incentivos que têm sido dados à produção de biometano.
Os representantes das duas concessionárias que atendem a região, AES Sul e RGE, Leonardo Gonçalves da Câmara e João Pedro de Quadros, respectivamente, responderam aos questionamentos das lideranças. O representante da AES Sul disse que está em fase de construção uma nova subestação no município de Bom Princípio, o que vai beneficiar toda a região, com capacidade de 25MW e possibilidade de ampliação para 50MW.
O diretor do consórcio Brasil Verde, responsável pela primeira usina de biometano no país, instalada em Montenegro, Albari Gelson Pedroso, afirmou que a abertura da chamada pública para a aquisição de biometano por parte da Sulgás é um feito inédito no país, o que permitirá a aquisição de 200 metros cúbicos por dia de gás, o que representa 10% do que recebemos do gasoduto Brasil-Bolívia. A regulamentação do biometano no começo do ano e a chamada pública, disse Albari, "estão nos dando mais visibilidade, o que vai lastrear as novas políticas para investimento na produção e consumo do biometano".
Texto: Ascom Minas e Energia
Edição: Léa Aragón/CCom