Painel no South Summit debate cidades inteligentes e desafios para atender à diversidade de demandas
Painelistas apontaram que a falta de conectividade dificulta a elaboração de soluções digitais para qualificar serviços
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Um painel realizado no South Summit Brazil, nesta quarta-feira (29), discutiu cidades inteligentes e qualificação dos serviços oferecidos ao cidadão. O debate foi coordenado pelo diretor de Planejamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Otomar Vivian.
Os painelistas destacaram que as diferenças entre as realidades vividas pela população de cada uma das regiões do país representam o maior desafio para a transformação digital dos serviços do setor público. Além da diversidade de demandas em cada município, a precariedade em termos de conectividade em grande parte das cidades também é um obstáculo para que a tecnologia amplie o conceito de cidades inteligentes.
O diretor do BRDE salientou, na abertura do encontro, o quanto a incorporação de novas tecnologias agrega em eficiência aos governos. “Por isso que as cidades inteligentes são vistas hoje como aquelas que colocam as pessoas no centro do desenvolvimento, pois a inovação ajuda e melhorar a qualidade dos serviços prestados nas mais diferentes áreas”, destacou Vivian.
Crédito e assistência
Um dos responsáveis diretos pela vinda do South Summit para Porto Alegre, o ex-secretário de Planejamento do Rio Grande do Sul, Claudio Gastal, reforçou que a diversidade de demandas em cada cidade constitui um grande desafio. “O que é prioritário para um cidadão de uma grande metrópole nem sempre é a prioridade em um município com menos de dez mil habitantes”, disse. “Essa situação é agravada, ainda, pela lacuna que existe no Brasil em termos de conectividade. Se aqui temos internet 5G, em dez quilômetros nem há sinal 1G”, sintetizou Gastal.
Por outro lado, Gastal observou que o uso de tecnologia em maior escala pode auxiliar no atendimento a essa demanda. “Por isso, é importante que, além de financiar a transformação digital nas cidades, os bancos de fomento ofereçam assistência técnica na elaboração e execução dos projetos”, acrescentou.
Representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, Morgan Doyle expôs algumas experiências importantes do BID no apoio a projetos de transformação digital na área pública, com destaque para soluções customizadas para o ensino de Português e Matemática em cidades do Nordeste brasileiro.
“O Brasil tem um modelo ímpar com seu ecossistema de inovação, o que pode trazer impactos positivos”, disse Doyle. O representante do BID mencionou, também, a possibilidade dos municípios brasileiros informarem suas demandas através do portal gov.br, permitindo um diagnóstico das necessidades.
O executivo principal em Cidades Inteligentes e Municípios Digitais do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Marcelo Facchina, destacou o quanto o processo de urbanização vem sendo acompanhado pelo avanço digital. “O mundo das cidades digitais representa maior confiança da população nos governos, uma vez que os investimentos trazem maior eficiência nos serviços e maior resiliência dos territórios”, destacou.
Texto: Pepo Kerschner/Ascom BRDE
Edição: Camila Cargnelutti/Secom