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Primeira Infância Melhor já mostra resultados bastante satisfatórios

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Iniciado há três anos, o programa Primeira Infância Melhor (PIM) já mostra resultados práticos bastante satisfatórios, segundo comprovam os levantamentos preliminares. Municípios como Santiago, Canoas, Carazinho e Bento Gonçalves, entre outros, nos quais a Secretaria da Saúde, que é a coordenadora do programa, efetuou uma avaliação parcial, mostraram evolução no ambiente familiar. Conforme a professora Maria da Graça Gomes Paiva, consultora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), as relações dentro das famílias melhoraram nesses municípios, resultando em maior estímulo às habilidades cognitivas, motoras e afetivas das crianças. Da mesma forma, as mães já perceberam a importância do diálogo e do carinho no desenvolvimento infantil e, graças a isso, introduziram avanços em suas moradias. Por exemplo: elas providenciaram melhorias na organização de suas casas e se preocuparam mais com a saúde, a educação, a higiene e a alimentação da família. Permanente Por sua importância para a saúde e a educação nos primeiros anos de vida das crianças, o PIM foi recentemente aprovado pela Assembléia Legislativa, por unanimidade, como política permanente de promoção e desenvolvimento da primeira infância no Rio Grande do Sul. A decisão garante a continuidade do programa nos futuros governos, independentemente do partido que estiver à frente da administração estadual. Para o ganhador do Prêmio Nobel de Economia James Heckman, que veio ao Estado para participar do 1º Simpósio Internacional da Primeira Infância, ocorrido em março em Porto Alegre, cada dólar investido na faixa etária de zero a seis anos dá, a médio/longo prazo, um retorno econômico de oito dólares. Isso é verificado na redução dos índices de atendimento nos postos de saúde, na diminuição da evasão e da repetência escolar e na economia dos gastos com segurança. Heckman foi explícito: Uma criança bem nutrida de carinho e atenção em cada etapa do seu desenvolvimento, dotada de segurança emocional, auto-controle e auto-conhecimento, que respeita a si e aos outros, será um adulto com melhor potencial para o mercado de trabalho, pois teve suas habilidades cognitivas e sócio-emocionais devidamente estimuladas. Hoje, prefeituras de 202 cidades gaúchas estão habilitadas a desenvolver o PIM, tendo como parceiras as secretarias da Educação, da Cultura, e do Trabalho, Cidadania e Assistência Social, com apoio do Gabinete da Primeira-Dama. Os municípios indicam os bairros para o programa à luz de alguns fatores: número de crianças-alvo, de famílias e de gestantes, o acesso à educação, a situação de vulnerabilidade social e a localização geográfica. Desenvolvimento Visitadores previamente treinados, oriundos da própria comunidade, incluindo funcionários da prefeitura ou estudantes de universidades da região, põem o PIM em marcha. Irradiam para as famílias conhecimentos voltados para o desenvolvimento integral da criança, dando destaque às dimensões motora, afetiva, cognitiva (memória, imaginação) e linguagem. E reforçam conceitos de higiene, saúde e nutrição. As visitas duram de 45 a 60 minutos. Na primeira, é preenchido o Diagnóstico Inicial de Desenvolvimento, ficha que contém dados da família e da criança para que o avanço do trabalho possa ser acompanhado. Na prática, pais e mães ficam sabendo que o futuro bebê, a partir do sexto mês de gestação, já distingue vibrações sonoras e percebe as vozes das pessoas com quem convive. Portanto, a interação pais/filho é importante durante a gravidez. Depois, a contação de histórias e as conversas são recomendadas desde cedo para as crianças, pois reforçam a ligação entre pais e filhos. Os pais também são esclarecidos pelos visitadores sobre as conseqüências danosas provocadas por estresse, álcool e drogas, que afetam as conexões dos neurônios do bebê. Conforme a consultora da Unesco, estudos na área da neurociência apontam que de zero a seis anos, especialmente nos três primeiros, forma-se toda a estrutura neuronal do cérebro. Com ela, constroem-se a subjetividade, a segurança emocional, normas de socialização, noções básicas de saúde, a higiene e a nutrição, bem como o desenvolvimento da linguagem e as noções de limites. Essas características são fundamentais para o desenvolvimento integral, saudável e feliz de uma criança. Por tudo isso, Maria da Graça Gomes Paiva salienta a importância da atuação dos pais, os primeiros e verdadeiros educadores, no âmbito do PIM, e conclui: É preciso orientação com qualidade para despertar a consciência dos pais de suas competências, de uma maternidade e/ou paternidade responsável e participativa, que ofereça amor, atenção, carinho e afeto nas relações.
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