Programa Imuniza Escola é reconhecido como Melhor Prática em Medicina do Ano pela Associação Médica do RS
Iniciativa da Secretaria da Saúde amplia acesso à vacinação e já conta com mais de 630 mil alunos cadastrados no RS
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O Programa Imuniza Escola, desenvolvido pela Secretaria da Saúde (SES), foi reconhecido nesta semana pela Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) como Melhor Prática em Medicina do Ano, na categoria setor público. A premiação foi entregue à médica ginecologista e presidente da Associação de Prevenção do Câncer de Colo de Útero (Apcolu), Denise Müller, uma das idealizadoras da iniciativa.
A distinção reconhece o impacto do programa na prevenção ao câncer de colo de útero, por meio da vacinação de adolescentes contra o HPV, e destaca a inovação trazida pelo uso de tecnologia para ampliar o acesso à imunização. Instituído em dezembro de 2024, o Imuniza Escola tem como objetivo aumentar as coberturas vacinais entre crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, cruzando dados escolares com os registros do Programa Nacional de Imunizações.
Além da vacina contra o HPV, o programa monitora entre os alunos outras quatro vacinas do calendário básico: meningo ACWY, pentavalente, pólio e tríplice viral. A ferramenta central da iniciativa é o Sistema Imuniza Escola RS (SIE), plataforma digital desenvolvida pela SES que permite aos gestores escolares cadastrarem alunos e verificarem o status vacinal de cada um. Com essas informações, é possível orientar os estudantes sobre a necessidade de atualização das vacinas, com apoio do Programa Saúde na Escola (PSE).
Atualmente, o programa conta com mais de 630 mil alunos menores de 15 anos registrados, de mais de 4,4 mil escolas. Desse total, 58% estão com a vacinação em dia. Os dados completos do programa estão disponíveis em um painel público. Nele, é possível filtrar informações por município, escola, sexo, idade e tipo de vacina, permitindo uma análise detalhada das coberturas vacinais.
“Queremos ampliar ainda mais esses números. Ao todo, são 350 municípios que já aderiram ao programa, dos quais 227 já iniciaram o segundo passo, que é o cadastro dos alunos”, explicou a chefe da Seção de Imunizações do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Eliese Denardi. A participação dos municípios ocorre mediante assinatura do termo de adesão, disponível nos anexos da Portaria SES 773/2024, com acesso pelo site imunizaescola.saude.rs.gov.br.
Transformar a realidade
A médica Denise Müller destacou que o programa tem potencial para transformar a realidade da imunização no Estado. “Sabemos da importância da vacinação contra o HPV para reduzir em até 70% as chances de uma doença que hoje é o tipo de câncer com mais mortes entre mulheres abaixo dos 35 anos”, afirmou. “O prêmio reconhece a capacidade de inovação do Imuniza Escola e sua replicabilidade, com uma ferramenta pública acessível e de grande valor no cuidado à saúde”, disse.
Case de sucesso em TI
O reconhecimento da Amrigs soma-se à outra distinção recebida pelo programa: em 2024, o Imuniza Escola foi vencedor como case de sucesso no 4 CIO Sul, evento voltado à inovação em tecnologia e gestão pública. A ferramenta do Sistema Imuniza Escola RS (SIE), integrando dados entre saúde e educação, foi desenvolvida internamente na SES pelo Departamento de Gestão de Tecnologias e Inovação.
Avanço nas coberturas vacinais e impacto na prevenção
O programa Imuniza Escola reforça as estratégias adotadas pelo governo do Estado nos últimos anos para ampliar as coberturas vacinais entre crianças e adolescentes. A expectativa é que, com o cruzamento de dados escolares e o monitoramento ativo das carteiras de vacinação, o percentual de estudantes com vacinas em atraso seja progressivamente reduzido.
Um dos principais focos do programa é a vacinação contra o HPV, fundamental na prevenção ao câncer de colo de útero. Os dados mostram avanços significativos na cobertura vacinal entre adolescentes de 9 a 14 anos:
- 2025 (parcial) – Feminino: 84,06% / Masculino: 71,53%
- 2024 – Feminino: 86,70% / Masculino: 70,76%
- 2023 – Feminino: 83,39% / Masculino: 63,68%
- 2022 – Feminino: 79,05% / Masculino: 51,27%
- 2021 – Feminino: 75,02% / Masculino: 40,11%
Texto: Ascom SES
Edição: Secom