A Biblioteca Pública do Estado terá um ano marcado pela preservação de seu acervo mais valioso e pela redescoberta de raridades que ainda não foram assim identificadas. Beneficiada com recursos do BNDES, a instituição estará implementando o projeto Preservação das Obras Raras e Valiosas da Biblioteca Pública do Rio Grande do Sul, no valor de R$ 65.460,00. O projeto contemplará 1000 obras, que serão higienizadas, acondicionadas e inseridas num Catálogo de Obras Raras e Valiosas. Atualmente a Biblioteca Pública tem cerca de 300 obras com esta classificação, sendo parte descrita em catálogo publicado e outra em edição ainda não impressa. Segundo a diretora da Biblioteca Pública do Estado, Morgana Marcon, o objetivo maior do projeto é a garantia da durabilidade deste acervo e sua acessibilidade para pesquisadores e estudiosos. A equipe de trabalho será formada por técnicas da própria instituição, vinculadas ao Setor de Documentação Rio-grandense, e com a consultoria da especialista em conservação de obras sobre papel Lorete Mattos e da técnica em preservação, conservação e restauração de documentação gráfica Maria Lucia Ricardo Souto. Serão adquiridos equipamentos para a higienização dos livros e confeccionados armários destinados especialmente para a guarda dos mesmos. Um selo especial identificará o projeto. A coleção de Obras Raras da Biblioteca é considerada como uma das mais importantes do Brasil. Conta, em seu acervo, com um verdadeiro tesouro bibliográfico. São obras dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX . A PHARSALIA, poema épico de Lucano, com edição datada de 1519 é considerada a obra mais antiga . No Catálogo de Obras Raras e Valiosas da Biblioteca Pública estão relacionadas obras como OS LUSÍADAS de Camões, com edição comemorativa de 1819 cujo valor está diretamente relacionado ao número de doze exemplares em pergaminho, a não menos importante obra, LA DIVINA COMEDIA de Dante Alighieri, editada em 1921 por Conrado Ricci em edição restrita a mil exemplares numerados. A Biblioteca Pública possui ainda um setor denominado Inferno, onde estão arroladas as obras proibidas e licenciosas, segregadas no passado. Esta curiosa designação ao acervo pertencente a Biblioteca Pública é anterior à Revolução Francesa e pertence ao âmbito da Inquisição e do Index na época da Contra-Reforma. Além destas obras, já reconhecidas, serão identificadas outras, que passarão a fazer parte deste selecionado compêndio de publicações. A Biblioteca Pública do Estado funciona na Rua Riachuelo 1190, Porto Alegre - RS. Fone 51 32245045, e disponibiliza mais informações no seu site www.bibliotecapublica.rs.gov.br.