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Pronunciamento do Governador Germano Rigotto no Encerramento da III Reunião de Alto Nível sobre a Nova Agenda de Cooperação e D

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É uma feliz coincidência - coincidência planejada - que esta nossa visita oficial ao Uruguai se faça durante o período de realização da III Reunião de Alto Nível sobre a Nova Agenda de Cooperação e Desenvolvimento Fronteiriço, da qual nosso Estado participa por convite do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Sentimo-nos distinguidos por esse convite que nos faz o governo federal e contamos muito com os efeitos destes entendimentos para o nosso estado. De fato, como tive oportunidade de dizer na palestra que fiz ainda há pouco à Associação de Dirigentes de Marketing, os espaços de fronteira e de integração entre Brasil e o Uruguai são espaços predominantemente gaúchos. Tudo que for bilateral entre nossos dois países, mesmo as exportações e importações ao norte do Rio Uruguai, passa pelo Rio Grande do Sul, envolve o Rio Grande do Sul e nos interessa diretamente. A divisa entre nossos dois países é marcada por uma fileira de cidades fronteiriças, colocadas uma diante da outra, formando com que pontos de uma costura pela qual passam os muitos fios das relações sociais, econômicas, políticas, culturais e - em tantos e tantos casos - familiares. São centenas de milhares de gaúchos e gáuchos, que ocupam um espaço onde, não raro, a divisa talvez só seja bem conhecida por -algún indio viejo y medio brujo- para dizer como o poeta. Ademais, trata-se de uma região a requerer especial atenção dos nossos governos em virtude do descompasso que se estabeleceu entre ela e outras porções de nossos territórios que se desenvolveram mais rapidamente. Nosso governo adotou, por isso, como um de seus eixos de ação, a superação dessas desigualdades regionais, agindo no sentido de atrair investimentos e promover uma distribuição mais adequada de nosso parque produtivo. É evidente, por outro lado, que na faixa de fronteira, tais ações requerem um esforço conjunto. Vejo, por isso, com muito interesse os esforços que os senhores e as senhoras desenvolvem sobre os muitos itens da Nova Agenda. Precisamos aproveitar os recursos naturais comuns, nossos ventos, nossas águas, nossos campos, precisamos zelar por esse tesouro hídrico que é o Aqüífero Guarani, precisamos construir novas pontes, integrar nossos projetos de defesa sanitária, promover maior intercâmbio escolar e cultural. E por aí afora. Seria ocioso reiterar-lhes o conteúdo da extensa e relevante pauta de vossos trabalhos, na qual se inclui importante dimensão ética. Com efeito, o espaço de fronteira é um espaço de afirmação ética dos povos que ali se encontram, exatamente porque as características da região atraem o tráfico de drogas, o contrabando, o terrorismo, a prostituição infantil, o comércio de veículos furtados. E é preciso agir com rigor, de modo integrado, porque tais práticas afetam e comprometem as nações como um todo. Venho, também, para lhes trazer duas sugestões. A primeira diz respeito à possibilidade de ampliar o número de grupos de trabalho, para incluir outras questões de interesse comum na área de infra-estrutura. A outra sugestão eu transformo, desde logo, em convite formal. Nosso estado e nosso governo ficariam muito honrados se a próxima reunião da Nova Agenda ocorresse em Porto Alegre, onde nos colocamos à disposição para acolhê-los e para proporcionar as condições necessárias para o vosso trabalho. O Rio Grande do Sul conta muito com as ações sobre as quais vêm se debruçando. Tenho reiterado ao longo destes dois dias, em todos os meus pronunciamentos públicos e nas visitas que fiz a autoridades uruguaias, a necessidade de acelerarmos estes entendimentos, quer sejam entre governos, quer sejam entre empresas privadas. Quem sabe, faz a hora ensinou nosso Geraldo Vandré, nos Anos Setenta. Pois a hora é agora. Muito obrigado.
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