Rigotto recebe Lula em Caxias e defende estímulo à indústria nacional
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Ao saudar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, hoje (20), em sua quarta visita ao Rio Grande do Sul, para a abertura da 25ª Festa da Uva, em Caxias do Sul, o governador Germano Rigotto disse que a economia ligada à produção de vinhos poderia crescer muito mais com a regulação adequada da concorrência estrangeira. Rigotto frisou que o Estado colhe 600 mil toneladas de uvas por safra e que a indústria vinícola produz mais de 300 milhões de litros. Tudo isso, no fundo, é pouco no contexto da potencialidade do mercado nacional e internacional, afirmou o governador, ressaltando que, embora não defenda o fechamento de fronteiras, não se pode desconhecer que entram em nosso país vinhos próximos ao vencimento de qualidade - isto para não falar nos que têm seus custos favorecidos por inaceitáveis subsídios. O governador defendeu o fortalecimento das medidas existentes para regular a entrada de produto estrangeiro e o aumento da fiscalização. São procedimentos que não envolvem custos à União e que seriam altamente benéficos ao mercado nacional e, por conseguinte, ao Rio Grande do Sul. Em seu discurso, Rigotto também reiterou a Lula o que já tinha tratado há poucos dias com o presidente, em Brasília, sobre o interesse em que os montantes do Fundo de Compensação das Exportações e da Lei Kandir sejam fixados para este ano em R$ 8,5 bilhões, conforme acerto feito no ano passado. Exportação O congelamento do montante desses recursos, nos últimos anos, está sendo insuportavelmente prejudicial ao erário estadual. Não é justo, presidente, que o Estado seja penalizado quando a competência de seu povo tanto serve ao interesse do Brasil, afirmou. Rigotto lembrou que o Estado fechou o ano de 2003 com um crescimento de 4,7% no PIB, ponteado pelo acréscimo de 18,5% no agronegócio e de 2,8% na indústria. Nossos empresários, trabalhadores e agricultores estão fazendo aquilo que o senhor recomendou: trabalhando e vendendo. Nossas exportações cresceram 25% no ano passado e se orientaram a mais de 200 pontos de destino no exterior, disse o governador, acrescentando que em 2003 80% dos compradores dos produtos brasileiros ampliaram suas aquisições no Rio Grande do Sul - o maior exportador per capita do país. Não deixa de ser estranho, no entanto - continuou Rigotto-, que o Estado não possa beneficiar-se do produto desse trabalho de seu povo. Quanto mais exportamos, mais perdemos na receita estadual em virtude da desoneração fiscal das exportações. Se outros estados padecem dessa mesma circunstância, o Rio Grande do Sul é o que mais padece com ela, pois somos, proporcionalmente, o Estado que mais exporta daquilo que produz. Controle de gastos Ao falar sobre as dificuldades do Rio Grande do Sul na área fiscal, Rigotto disse que o governo gaúcho tem cumprido o seu papel para enfrentar o problema. Cortamos despesas, cargos de confiança e reduzimos implacavelmente o custeio, estabelecemos novos e rigorosos instrumentos de controle do gasto público, otimizamos despesa e apertamos os controles sobre nossos créditos, enumerou. Entre as medidas para controlar gastos e buscar receita, Rigotto citou também a criação do ICMS eletrônico (recebimento do imposto via internet), a realização de compras por leilão eletrônico on-line, a atração de investimentos externos e o incentivo aos investimentos internos. Lula e dona Marisa foram recebidos por Rigotto pouco antes das 14h, no Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul. Logo depois do desembarque, o governador acompanhou o presidente e a comitiva às instalações da Marcopollo, para a solenidade de inauguração da nova unidade da indústria fabricante de ônibus. Às 16h30min, Lula e Rigotto participaram da abertura da Festa da Uva e, mais tarde, assistiram ao tradicional desfile. O governador e o presidente estiveram acompanhados dos secretários de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte, da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, do Turismo, Esporte e Lazer, Luís Augusto Lara, e da Ciência e Tecnologia, Kalil Sehbe, dos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, da Reforma Agrária, Miguel Rossetto, das Cidades, Olívio Dutra, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Furlan, do prefeito de Caxias do Sul, Pepe Vargas, e de deputados federais e estaduais gaúchos. O governador disse que a presença de Lula na abertura da festa e na inauguração da nova linha de produção da Marcopollo tiveram importância significativa. Lula disse estar consciente de que o Rio Grande do Sul está preocupado com o aumento do IPI sobre os vinhos e espumantes e que o ministro Roberto Rodrigues está propondo a criação de uma Câmara Setorial para resolver a questão. Quem vem a este Estado, a esta cidade, a esta região da Serra ou a outras regiões do Rio Grande do Sul percebe que a mistura de raças que aconteceu aqui produziu um povo extraordinariamente bonito e, muito mais do que isso, extraordinariamente trabalhador e criativo, afirmou o presidente.