Começa amanhã (07) e se estende até a próxima quinta-feira, em Santa Cruz do Sul, o X Fórum Regional de Saúde Mental do Vale do Rio Pardo. Com o título “Saúde Mental – 10 anos de construção”, profissionais, estudantes, gestores e grupos técnicos de hospitais e prefeituras da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) se reunirão para discutir a rede de atenção à saúde mental, assegurando espaços de discussão e integração entre os serviços, além do debate de novas políticas do setor e qualidade dos serviços prestados. O segundo dia do evento é exclusivo para o desenvolvimento de diversas atividades de integração com os usuários do sistema e seus familiares. É esperada a presença de cerca de 1000 participantes. A coordenadora da Política de Atenção à Saúde Mental da 13ª CRS, assistente social Mirian Pritsch, conta que a iniciativa surgiu no final de 1997, também em Santa Cruz do Sul, quando ocorreu um encontro técnico sobre a Luta Antimanicomial e a Reforma Psiquiátrica. “O evento deu tão certo que decidimos realizá-lo anualmente, fortalecendo-o cada vez mais”, diz, acrescentando que este foi o primeiro fórum sobre o assunto organizado no interior gaúcho. O fórum seguinte, em 1998, já foi aberto à participação de usuários, para que eles também pudessem dar sua contribuição. “É uma forma de incentivá-los ao convívio social, integrá-los à sociedade e também uma oportunidade para darem seu depoimento, de falarem sobre seus cuidados.” Na quinta-feira, no Parque da Oktoberfest, estão previstas oficinas, almoço festivo, show de talentos e um baile de máscaras, confeccionadas no local ou anteriormente pelos usuários. Mirian destaca que, além do evento anual, são realizadas reuniões mensais itinerantes nas treze cidades que compõem a regional. “É uma forma de não vincular as medidas a uma única gestão e de fazer a informação circular.” Pelo mesmo motivo, os fóruns acontecem a cada ano em lugares diferentes, o que serviu, inclusive, para “fortalecer os órgãos municipais de atenção à saúde mental”. Além disso, ela afirma que, desde o início da mobilização, o número de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da região cadastrados junto ao Ministério da Saúde (MS) saltou de dois para sete, além de serem criados dois núcleos de referência no atendimento a álcool e drogas. Já o número de leitos psiquiátricos aumentou de 12 para 25. A assistente social revela que este fórum, assim como outras conferências correlatas de outras regiões, segue uma tendência de descentralização vigente no Estado, que antes tinha seus debates centrados no Fórum Gaúcho de Saúde Mental, em Porto Alegre. Ela destaca que os eventos do Vale do Rio Pardo são construídos de forma conjunta entre a 13ª CRS, a comunidade e uma universidade parceira. “Todos se envolvem na organização e na pauta”. Neste ano, foi a vez da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), que sediará parte das atividades. Na quarta-feira, a abertura acontecerá com uma mesa-redonda, que terá a presença de Flávio Resmini, coordenador da Política de Saúde Mental de São Lourenço do Sul e consultor do MS; Dinarte Ballester, psiquiatra e professor da PUCRS; e Teresinha Eduardes Klafke, professora da UNISC. À tarde, ocorrerão debates, grupos de discussão e plenárias. Como o evento deste ano é comemorativo, participarão pessoas de todo Rio Grande do Sul. Inscrições ainda serão aceitas no local.