Saúde informa sobre hidatidose e dengue na Expointer
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A Secretaria da Saúde, através do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), desenvolve campanha educativa sobre hidatidose e outras doenças durante a 30ª Expointer. Até domingo (2), a secretaria mantém um estande no Parque Assis Brasil, em Esteio, especialmente para esta finalidade. Material informativo sobre prevenção e combate à dengue também tem distribuição durante a exposição. De acordo com a médica veterinária da Divisão de Vigilância Ambiental do CEVS, Margarete Iesbich, o Estado desenvolve o Programa de Controle da Hidatidose. No Rio Grande do Sul, técnicos promovem ações contra o aumento da doença, como a busca de casos em seres humanos e com a distribuição de folhetos com informações para evitar a hidatidose. Além disso, a secretaria mantém parceria com a Secretaria da Agricultura no município de Santana Livramento. “Na cidade, os agentes das duas pastas aplicam vermífugo nos cães para eliminar o parasito”, afirma a veterinária do CEVS. A hidatidose é causada por um verme denominado Echinococcus granulosus que tem como hospedeiro definitivo cães e hospedeiros intermediários os animais de produção (ovinos, bovinos, suínos, eqüinos e búfalos). O homem rural tem o hábito de alimentar os cães domésticos com vísceras cruas contaminadas com o cisto hidático (bolha d´água) de ovinos abatidos em campo aberto. “A doença tem incidência principalmente na fronteira do Rio Grande do Sul e ocorre com maior registro nos animais, e, acidentalmente, no homem, pelo estágio larval.” Em 2003 foi confirmado um caso da doença em humano, dois em 2004, 12 em 2005 e 12 em 2006. Atualmente, a enfermidade não é de notificação obrigatória no país. A contaminação humana ocorre através da ingestão do ovo do parasito presente na água, alimentos ou até mesmo ao manusear cães infectados pelo parasito. “Assim se instala a forma do parasito (cisto hidático) nos órgãos (pulmão, fígado, cérebro, rins e outros).” A hidatidose se desenvolve de forma lenta e sem sintomas característicos, afirma. De acordo com a veterinária, não há medicamento específico para tratamento. Devido à evolução ser crônica e muitas vezes assintomática, é necessário realizar intervenção cirúrgica. Esse fato afasta os trabalhadores de suas atividades por longos períodos gerando elevados custos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Para evitar o contágio do parasito, as vísceras cruas não devem ser usadas na alimentação dos cães, pois é desta forma que o ciclo se mantém. É necessário dar vermífugos aos cães, além de cozinhar as vísceras dos bovinos, ovinos e búfalos antes de fornecê-las aos caninos domésticos. Após lidar com a terra ou animais, as pessoas devem lavar bem as mãos e evitar o acesso de cães à horta de verduras para que as fezes não contaminem o alimento, ressalta a veterinária.