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Secretaria da Cultura apóia Centro de Cultura Negra para ser referência no exterior

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A presidente da Associação Cultural das Mulheres Negras, Elaine Soares, acredita que o Centro de Cultura Negra, que deverá ser instalado, a partir de março, no prédio da Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul, na avenida João Pessoa com a rua Venâncio Aires, possa se transformar numa referência internacional até a metade de 2006. A previsão foi feita em cerimônia realizada no auditório da Secretaria, na Praça da Matriz, 148, na tarde desta quarta-feira, primeiro de fevereiro, com a presença do secretário da Cultura, Roque Jacoby, e da diretora do Museu Antropológico do Rio Grande do Sul, Maria Helena Nunes, e da coordenadora executiva do Conselho Estadual de Povos Indígenas, Ivonete Campregher. Depois de saudar Iemanjá pela passagem do dia de Nossa Senhora dos Navegantes, 2 de fevereiro, Elaine assinalou que a entidade espiritual deverá abrir caminhos para a construção do Centro, que deverá valorizar o povo negro. Destacou que, pela sua colaboração para a instalação desse Centro, tanto o secretário como a diretora do Museu terão seus nomes registrados na História do negro não só gaúcha e brasileira, como até no exterior. Para Elaine, o Centro deverá acolher espetáculos de teatro, sessões de cinema e exposições ligadas à cultura negra. Além das manifestações de samba-de-raiz, chorinho e jazz, a presença do negro se dá em cima do conhecimento, disse ela, já que sua vinda ao Brasil se deu a partir de pontos estratégicos. Observou que a idéia do Centro é formar um conselho que promova sua gestão, com representantes da comunidade negra que se destacam em relação à História e à cultura da etnia. O secretário da Cultura Roque Jacoby sublinhou que a criação do Centro é um avanço e nasce da organização e do trabalho integrado das associações ligadas à etnia negra. Ressaltou o projeto do memorial a ser erguido em Pinheiro Machado alusivo ao massacre dos Porongos em que foram dizimados os Lanceiros Negros, soldados da Revolução Farroupilha, em 16 de novembro de 1844. Fez um apelo para que o Centro de Cultura seja uma referência para toda a comunidade negra, e não se transforme num gueto. A diretora do Museu Antropológico informou que a ocupação do prédio foi uma solicitação da comunidade local, devendo ser uma extensão do trabalho que a instituição vem fazendo com as etnias polonesa, em Áurea, açoriana, em Santo Antônio da Patrulha, e italiana, em Nova Pádua, entre outras. Lembrou que o prédio está situado numa área da cidade ligada à História dos descendentes africanos. Ali, na proximidades, viveu o Príncípe Custódio e os remanescentes da Abolição da Escravatura no Rio Grande do Sul, ocorrida em 1884, foram colocados no Campo da Redenção, nome que faz alusão à libertação dos escravos em território gaúcho. O Centro de Cultura Negra deverá ser, conforme Maria Helena, um espaço da cultura negra que deu, na culinária, palavras como feijoada e sopão, entre outras, como contribuição às expressões do dia-a-dia do povo rio-grandense. A idéia é entregar o Centro à comunidade no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, devendo em 20 de abril, dia em que o Museu completará 28 anos, estar ainda bem mais consolidado.
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