Secretaria da Educação e Instituto Ayrton Senna avaliam alfabetização de crianças com seis anos
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Nesta quinta (12) e sexta-feiras (13), a Secretaria da Educação promove em Porto Alegre um encontro de representantes de Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) e de escolas municipais e estaduais dos 19 municípios que aderiram ao Projeto Piloto de Alfabetização de Crianças com Seis Anos, utilizando a metodologia Circuito Campeão, do Instituto Ayrton Senna (IAS). O objetivo é promover a troca de experiências entre as professoras, que desde abril, quando o programa foi implantado pela secretaria, têm vivenciado experiências distintas em razão das particularidades regionais. Na abertura dos trabalhos de avaliação, desenvolvidos de maneira lúdica e dinâmica, como é a proposta pedagógica do método, as participantes fizeram relatos emocionados, de afeto e entusiasmo. Me apaixonei pelas possibilidades de gerir o tempo de aprendizado, disse uma professora. Estamos descobrindo até onde uma criança de seis anos pode chegar, salientou outra alfabetizadora. Me aposentei como professora universitária, entrei para o Estado e, quando conheci o Circuito Campeão, me encontrei, admitiu uma terceira participante do encontro. Avaliação A audição de uma seqüência de quatro músicas populares, com direito a dança e cantoria, forneceu à coordenadora do Instituto Ayrton Senna, Maria Regina Barone, outros subsídios para avaliar o grupo. O nome de cada música foi colocado a um canto do Auditório Paulo Freire, no Centro Administrativo Fernando Ferrari, onde acontece a reunião. Diante de O Segundo Sol, de Nando Reis, reuniu-se a maioria das pessoas, ficando o restante junto ao forró Rindo à Toa, do Falamansa. Help, dos Beatles, e Sufoco, do repertório de Alcione, foram ignoradas. Instigados a explicar as escolhas, os grupos se justificaram argumentando que no início, o desafio chegou a nos levar a pedir help (socorro, em inglês). Com o tempo, o sufoco foi passando e, agora, já estamos vendo o sol à nossa frente, observou a representante da equipe com mais adeptos. O grupo reduzido seguiu o mesmo raciocínio, mas acrescentou: ao final deste primeiro semestre, olhamos para tudo o que enfrentamos e foi superado, e agora rimos à toa, em razão do prazer que a experiência nos está proporcionando. Dados recentes do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) informam que 50% dos alunos do ensino público no Brasil chegam não-alfabetizados à idade de oito anos. Maria Regina Barone diz, com orgulho, que o índice de alfabetização obtido com 300 mil crianças de seis anos submetidas ao Circuito Campeão chega a 86,6%. Concebido para ser um gerenciador da aprendizagem, o método trabalha com uma proposta diferenciada e, também, com os valores que marcaram Ayrton Senna, como superação, força, determinação e comprometimento. Etapas As etapas do encontro nesta quinta-feira foram divididas em Gerenciamento de Dados, Lideranças, Funções dos Envolvidos e O Trabalho dos Coordenadores. Na sexta, a avaliação incluirá os módulos Gerenciamento da Aprendizagem, Alfabetização, Estudo de Casos e Formação Continuada. Os municípios que estão desenvolvendo o programa do IAS são: Arroio Grande, Bento Gonçalves, Caseiros, Caxias do Sul, Encruzilhada do Sul, Farroupilha, Herval, Ibirapuitã, Igrejinha, Lagoa Vermelha, Machadinho, Marau, Piratini, Porto Xavier, Sananduva, Santiago, São Marcos, Sentinela do Sul e Serafina Corrêa. Lendo e escrevendo aos seis anos Desenvolvido pela Secretaria da Educação, Unesco e Undime/RS (União Nacional dos Dirigentes da Educação), o Projeto Piloto de Alfabetização de Crianças com Seis Anos está sendo aplicado em 550 turmas, contando, também, com outras duas metodologias de ensino: do Instituto Alfa e Beto, de Minas Gerais, e do Geempa (Grupo de Estudos Sobre Educação, Metodologia da Pesquisa e Ação), do Rio Grande do Sul. No final deste ano, pretende obter parâmetros de avaliação da capacidade de aprendizado dos alunos de 1° ano, dentro da proposta de implantação do ensino fundamental de nove anos. Durante toda a aplicação das metodologias, os professores envolvidos têm mantido reuniões periódicas com técnicos das três metodologias, como forma de troca de experiências, esclarecimentos e reflexões sobre o trabalho.