Secretaria da Educação promove live com orientações para o ano letivo de 2025
Transmissão teve 15 mil acessos simultâneos com participação de professores, diretores, orientadores e equipes pedagógicas
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Como parte da programação da Jornada Pedagógica de 2025, a Secretaria da Educação (Seduc) promoveu, na manhã desta terça-feira (4/2), a live com orientações para o ano letivo, que começa no dia 10 de fevereiro. A transmissão, apresentada pela secretária da Educação, Raquel Teixeira, teve mais de 15 mil acessos simultâneos, reunindo professores, diretores, orientadores e equipes pedagógicas de toda a Rede Estadual.
Durante o evento, a titular da pasta fez um panorama dos principais desafios e conquistas dos últimos anos, relembrando o esforço realizado pela Seduc para criar uma cultura de acompanhamento e avaliação de aprendizagem. “Os alunos são nossa razão de ser, é para eles que nós existimos. Quando investimos nossa inteligência, nosso conhecimento, nosso tempo, nossa dedicação e nosso amor, estamos preparando cidadãos atuantes no futuro, capazes de conduzir o Estado”, afirmou Raquel.
Entre os pontos abordados, foram destacados temas como as etapas que os estudantes precisam percorrer ao longo de sua trajetória, estratégias para manter o aluno na escola e evitar o abandono, além da busca por implementar políticas públicas por meio de evidências. “Somos uma rede que cresce e se fortalece no trabalho conjunto e coletivo. Somos 2.320 escolas que olham juntas na mesma direção: o sucesso escolar de cada estudante que nos procura”, enfatizou Raquel.
Também foram apresentadas e detalhadas a Matriz de Referência de 2025 e a questão sobre a progressão parcial, que regulamenta os mecanismos de recuperação e suporte para os alunos da Rede Estadual. A partir dos dados do Centro de Educação Baseado em Evidências, da Seduc, foi constatado que 60% das reprovações acontecem por notas insuficientes em até três componentes curriculares. Para minimizar os impactos negativos e auxiliar a trajetória escolar dos estudantes, a Seduc estabeleceu uma política de estudos complementares, permitindo que o aluno consiga trabalhar na superação de dificuldades específicas.
É possível que os estudantes avancem para a próxima etapa letiva mesmo com pendências em até dois componentes curriculares, desde que pertencentes a, no máximo, duas áreas de conhecimento da formação geral básica. Para isso, serão oferecidos instrumentos e sugestões de práticas pedagógicas que focam no desenvolvimento das habilidades necessárias, com expectativas de aprendizagem claras e sugestões de atividades para cada caso.
Programa de Estudos de Aprendizagem Contínua
Como exemplo, Raquel trouxe o Programa de Estudos de Aprendizagem Contínua, que já está consolidado na Rede Estadual, prevendo materiais didáticos, aulas complementares e acompanhamento individualizado. “A cada três meses, as escolas separam duas semanas para avaliar o que o estudante aprendeu ou não. É um momento em que se evita que as lacunas de aprendizagem se acumulem”, ressaltou.
Além disso, a titular da pasta comentou sobre a proibição de celulares na escola, medida que começará a ser implementada a partir do começo do ano letivo, com a publicação de uma portaria estadual para regulamentar o uso. “O celular pode ser um mecanismo de aprendizagem quando usado pedagogicamente, mas, quando utilizado para entretenimento, pode causar distração, atrapalhar a convivência social, comprometer o foco dos alunos e gerar efeitos negativos na saúde mental e no sedentarismo”, reforçou Raquel.
Neurociência e educação em palestra do Dr. Jaderson Costa
A live teve ainda a participação especial do neurocientista Dr. Jaderson Costa da Costa, diretor do Instituto do Cérebro da PUCRS, que compartilhou sua experiência e conhecimento, relacionando a neurociência à área da educação. Com mais de 50 anos de atuação na docência e na pesquisa, Jaderson iniciou sua fala com uma reflexão pessoal.
“Tenho envolvimento com a educação em várias facetas. Minha mãe era professora da Rede Estadual. Desde cedo também comecei na atividade docente, dando aulas na universidade. Isso sempre me tocou muito, principalmente quando se trata do ensino nos primeiros anos, em que a plasticidade cerebral é maior.”, comentou Jaderson.
O neurocientista abordou assuntos e conceitos voltados para a aprendizagem, em especial do processo de leitura, demonstrando o quanto o conhecimento é dependente de uma relação contextual. Ele explicou que o processo de aprendizagem envolve a internalização da realidade. “Aprender é um processo contínuo de ajuste dos modelos mentais internos, permitindo a correção de erros para tomar decisões mais informadas. A aprendizagem não ocorre de forma isolada, mas sim dentro de redes de conhecimentos interconectadas”, explicou.
Jaderson também apresentou os quatro pilares da aprendizagem, baseados na neurociência: atenção, motivação, ajustes e registros. Trazendo dados de pesquisas científicas, ele demonstrou como o aprendizado fortalece o circuito do cérebro, reformulando e criando novas conexões que permitem a inovação e o pensamento criativo. “A singularidade e a complexidade que nos tornam humanos têm que ser exercidas na sala de aula. Essa essência da nossa humanidade envolve ética, emoções, criatividade, flexibilidade cognitiva e transcendentalidade, ou seja, a relação com o outro”, concluiu.
A programação
- A Jornada Pedagógica 2025 segue até o dia 7 de fevereiro, com atividades em todas as escolas estaduais.
- A programação inclui planejamento pedagógico, reuniões de trabalho e momentos de acolhimento para preparar a Rede Estadual para o ano letivo que começa no dia 10.
Texto: Ascom Seduc
Edição: Secom